Home CORPORATE ARTIGO 10 tecnologias que vão definir 2018

10 tecnologias que vão definir 2018



* Por Johan Paulsson

Como o filósofo grego Heráclito disse, “A única constante é a mudança”. E isso é certamente um fato para qualquer um que trabalhe em áreas relacionadas à tecnologia (e quem não, ultimamente?). O ritmo das inovações tecnológicas é tamanho que até mesmo as mais fantasiosas sobre como seria o futuro parecem se tornar realidade. À medida que as tecnologias atingem a maturidade, as inovações fazem um salto – desde aplicações para o consumidor até aplicações para empresas. Assim, ao olhar para 2018, identificamos algumas tendências que possivelmente vão impactar os negócios e a indústria.

A caminho da borda
Duas tendências dos últimos anos que se tornaram familiares – computação em nuvem e a Internet das Coisas – proporcionaram benefícios inegáveis para empresas e consumidores. Mas elas também vêm com implicações: o enorme aumento na quantidade de dados que estão sendo transferidos de dispositivos conectados para o data center. Tudo isso precisa ser processado e armazenado. Nesse cenário, a tecnologia de “Edge Computing” alivia esse problema ao executar o processamento de dados na “borda” da rede, perto da fonte dos dados. Isso reduz consideravelmente a largura de banda necessária entre sensores e dispositivos e o data center. O próximo passo para a computação de borda relaciona-se com preocupações potenciais em relação à integridade e privacidade dos dados: uma resposta provável a essas preocupações será deixá-los anônimos e criar dados criptografados dentro do dispositivo na borda antes de serem transferidos para o centro de dados.



C2C: Cloud-to-Cloud
Apesar da mudança para a computação de borda, a computação em nuvem ainda desempenhará um papel significativo nas infraestruturas de TI. Embora a computação em nuvem possa dar a impressão de ser uma única figura, existem, na verdade, várias nuvens sendo usadas em todo o mundo. Ao passo que um número crescente de empresas oferece serviços baseados em nuvem, o sistema ecológico de nuvem tem se tornado o ponto preferido para a integração, em vez dos sistemas on-premise tradicionais.

Um dos benefícios da integração entre as nuvens é uma redução da necessidade de serviços internos de TI. Além disso, os serviços compostos avançados de vários fornecedores podem ser criados e implantados através de APIs, incluindo análise de dados, gerenciamento de conteúdo e armazenamento.

Aprendizagem profunda e automática
A tecnologia chegou a um estágio em que os benefícios completos de arquiteturas de aprendizado profundo de máquinas podem começar a ser verificados. Temos enormes conjuntos de dados para analisar, temos o poder de processamento disponível para fazê-lo dentro de prazos razoáveis, temos algoritmos sofisticados e alguns estudos de caso para analisar. O potencial de análise no setor de proteção e segurança parece óbvio se lembrarmos que algumas das demonstrações mais impressionantes da aplicação do aprendizado profundo têm sido relacionadas a interpretação de imagens, reconhecimento de fala e suporte à decisão.

Em um nível relativamente básico, aplicações de aprendizado profundo melhorarão a detecção de movimento de vídeo, reconhecimento facial, rastreamento individual e supressão de falsos alarmes. Isso ajudará a concepção, configuração, otimização e gerenciamento de dispositivos do sistema. Além disso, à medida que os aplicativos se desenvolvem, há uma oportunidade para a análise preditiva que leva à prevenção de incidentes: desde terrorismo até acidentes domésticos; de questões de trânsito a roubos; e até mesmo a tragédia dos suicídios ferroviários.

Personalização VS. Privacidade
Uma das aplicações potenciais para o “deep learning” pode ser na entrega de serviços altamente personalizados. Imagine um ambiente de varejo onde o rosto de um cliente é reconhecido ao entrar na loja, e as ofertas são enviadas para um dispositivo móvel com base em compras anteriores, preferências ou até mesmo no histórico de navegação recente. Mas também, só porque algo pode ser feito não significa necessariamente que deveria ser, e este exemplo destaca imediatamente as preocupações crescentes em relação à privacidade e como os dados pessoais estão sendo usados por empresas e outras organizações.

Equilibrar a personalização com a proteção dos dados e da privacidade do indivíduo será uma corda bamba que todas as organizações caminharão no nesse ano.

Cibersegurança
Mais uma vez, como aconteceu no ano passado, a segurança cibernética deve aparecer na lista de tendências para os próximos 12 meses e além. O constante aprimoramento da segurança cibernética será uma tarefa sem fim, porque os cibercriminosos nunca pararão de explorar vulnerabilidades em qualquer nova tecnologia. E, à medida que o número de dispositivos conectados cresce de forma exponencial, também crescem as falhas potenciais que, se não forem atendidas, podem proporcionar a oportunidade de que redes sejam violadas, ransomwares plantados ou gerem um tempo de inatividade dispendioso. 2018, sem dúvida, verá mais ataques e vulnerabilidades expostas. A resposta é proatividade e um processo sistemático para garantir que os patches sejam instalados logo que estejam disponíveis.

Plataformas para IoT
Falando sobre o IoT, chegou-se a um ponto que para escalar, coletar e analisar dados, gerenciar a rede de dispositivos conectados de forma eficaz, é crucial usar uma arquitetura escalável. Essa plataforma chamada IoT permite que o equipamento de diferentes fornecedores coexista e troque informações facilmente para formar sistemas inteligentes usando infraestrutura de rede existente. Existem inúmeras empresas, provedores de tecnologia e novos operadores no mercado – permitindo que plataformas suportem dispositivos IoT e neste ano haverá uma maior maturação. No entanto, o que também será importante futuramente serão novos padrões internacionais ou, de fato, a possibilidade de interoperabilidade entre as diferentes plataformas IoT – e que irão suportar os verdadeiros sistemas agnósticos.

Mais do que Bitcoin: Blockchain
Como um livro de registros aberto, o Blockchain pode registrar as transações entre duas partes de forma eficiente, verificável e permanente. 2018 começará a ver o blockchain sendo testado em múltiplas aplicações em diversos setores.

Em nossa indústria, dado que o blockchain permite a autenticação de qualquer conteúdo, a cadeia de blocos pode ser usada para verificar o conteúdo de vídeo de múltiplas fontes – como telefones celulares públicos e câmeras usadas pela polícia – para uso em investigações forenses. Além dos dados de vídeo, a cadeia de blocos também pode ser usada para verificar a autenticidade dos dispositivos conectados à rede da câmera.

Cidades Inteligentes
O conceito de Cidades Inteligentes não é novidade. Durante anos, o número crescente de sensores de diferentes tipos em ambientes urbanos está ajudando a resolver demandas específicas, desde a aplicação da lei até a monitoração da qualidade do ar. À medida que a população mundial está cada vez mais alojada nas cidades – 25% mais pessoas viverão em um centro urbano em 2050 – o uso de sensores para ajudar a criar ambientes mais habitáveis, sustentáveis e seguros só aumentará.

No entanto, uma verdadeira cidade inteligente é uma visão para o desenvolvimento urbano que integra tecnologia de informação, dados, comunicações e Internet das Coisas (IoT) de forma segura para gerenciar os bens de uma cidade – que incluem sistemas de informação de departamentos governamentais, escolas, transporte, hospitais, redes de abastecimento de água, gerenciamento de resíduos, serviços policiais e de emergência e outros serviços comunitários.

Tradicionalmente, a maioria desses serviços individuais operava em de forma isolada. E isso está impedindo a realização do potencial das Smart Cities. Uma cidade só pode realmente ser “inteligente” quando todos os seus dados estiverem abertos e utilizáveis em todos os serviços.

Lidar com os desafios urbanos, como a proteção e a segurança dos cidadãos, congestionamentos, o sucateamento da infraestrutura e as respostas a desastres naturais requer uma análise coordenada dos dados disponíveis, a fim de fornecer uma resposta adequada e efetiva.

A nova dimensão dos sensores não-visuais
Até recentemente, os principais dados – se não os únicos – disponíveis para os operadores de vigilância eram um vídeo que, obviamente, oferece apenas uma perspectiva bidimensional. Com o uso de novos sensores não-visuais, essa visão se tornará multidimensional, proporcionando uma riqueza de dados que permitirá uma avaliação mais rápida e precisa das situações e, portanto, uma escalada mais rápida, a ativação de uma resposta adequada e a minimização de falsos alarmes.

A tecnologia de radar, por exemplo, usa ondas eletromagnéticas para detectar movimentos. O radar não é sensível às circunstâncias que normalmente desencadeiam falsos alarmes, como sombras móveis ou feixes de luz, pequenos animais, pingos de chuva ou insetos, vento e mau tempo. Além disso, pode fornecer detalhes sobre a posição exata de qualquer objeto e seu deslocamento.

Os avanços na precisão da detecção de som, seja uma janela quebrada ou vozes agressivas, significam que o áudio será um recurso útil que poderia ser perdido em uma solução baseada puramente em vídeo.

Assistentes virtuais e realidade aumentada
No ano passado, muitos consumidores adotaram assistentes virtuais – Alexa, da Amazon; Google Home; Siri, da Apple; e Cortana, da Microsoft. Os assistentes se tornaram famosos por ajudar as pessoas a gerenciar suas vidas diárias e as próximas tecnologias, como o Facebook M, só vão contribuir ainda mais com isso. É inevitável que essas mesmas tecnologias comecem a encontrar uma rota para o ambiente de negócios, já que os consumidores esperam os mesmos níveis de ajuda tecnológica no trabalho.

Da mesma forma, a realidade aumentada tem existido em nichos específicos, como o militar e a aviação, mas mostra um enorme potencial na arena de negócios. Uma das óbvias oportunidades na área de negócios é a instalação e manutenção de soluções tecnológicas onde as instruções visuais podem ser superadas na visão real dos técnicos para ajudá-los no trabalho.

Com o crescente uso de sensores e análises não-visuais para aumentar a precisão e novas perspectivas para a informação visual, os consumidores de videovigilância estarão usando Realidade Aumentada para reunir essas fontes de dados em uma única visão, permitindo uma resposta mais rápida e apropriada.

* diretor de tecnologia da Axis Communications

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