Diversos profissionais de saúde estão na linha de frente no combate ao novo coronavírus, trabalhando na reabilitação e atenuação dos sintomas causados pela doença, em particular nos casos em que o indivíduo necessita de hospitalização e ventilação mecânica (VM). A fisioterapia somou como indispensável ferramenta na assistência, tratamento e recuperação dos pacientes afligidos pela doença.
O trabalho do fisioterapeuta tem total relevância nos casos de terapia intensiva, ou na recuperação pós-internação de pacientes com exercícios respiratórios ou com utilização de aparelhos de fisioterapia como o neurodyn , mas vem demonstrando ainda maior importância nos casos de pacientes com Covid-19, contribuindo na prevenção de possíveis complicações cardiorrespiratórias em indivíduos internados; como também para a recuperação da capacidade pulmonar e motora de quem já superou a doença.
Já no atendimento pós-hospitalar, o profissional de fisioterapia é responsável por direcionar exercícios e procedimentos terapêuticos para fortalecimento da musculatura respiratória e periférica, nos casos de recém saída da UTI, quanto para quem está fazendo os devidos cuidados em casa.
Outro fator destacado é que o suporte fisioterapêutico é um dos principais fatores capazes de acelerar a recuperação do indivíduo, tendo impacto direto na redução do tratamento de fármacos e o risco de sequelas após internação. Por se tratar de atividades que fortalecem a musculatura respiratória do paciente que tende a desenvolver mais resiliência, também reduzindo a perda da massa muscular durante o período de fragilidade decorrente da doença, permitindo aos sobreviventes que retornem mais rapidamente às atividades cotidianas.
A fisioterapia tem ação assertiva freando os sintomas cardiorrespiratórios e os impactos do agravamento da doença, além de contribuir na recuperação funcional dos enfermos; desde os casos mais leves aos mais graves, pois outro fator decisivo é o tempo de internação que tem sido muito longo. Alguns pacientes que se submetem à ventilação mecânica acabam por evoluir um quadro de síndrome pós-terapia, decorrente do tempo prolongado de internação na UTI e ao uso de sedação e bloqueadores neuromusculares.
Segundo o professor Carlos Henrique Oliveira de Freitas, profissional da área de terapia intensiva e professor do curso de Fisioterapia da Universidade de Fortaleza, da Fundação Edson Queiroz, “Nos casos críticos a fisioterapia ajuda esses pacientes desde o auxílio na intubação, nas intercorrências, na promoção de uma ventilação mecânica (VM) protetora, no desmame da VM, colaborando na redução do tempo de VM e nos seus efeitos deletérios, permitindo aos sobreviventes um retorno mais rápido às atividades do dia a dia e laborais”.
A situação pode ainda se manter mesmo depois que o indivíduo recebe alta, tornando o acompanhamento fisioterapêutico essencial na reabilitação de atividades comuns até as que exijam total capacidade física. “Até o momento não temos nenhuma publicação sobre as consequências da Covid-19 a longo prazo, mas acreditamos que a fisioterapia terá papel de destaque na recuperação funcional dos sobreviventes”, afirma o fisioterapeuta.