Belo Horizonte, MG 18/6/2021 – Conteúdo online leva a maior festa de São João do mundo para a casa das pessoas, de 23 a 29 de junho
O Projeto Fartura – Gastronomia do Brasil tem como ponto de partida as Expedições Fartura, viagens de pesquisa que já percorreram 88 mil quilômetros e dão origem ao conteúdo digital, livros, filmes e também festivais. Em maio de 2021, a equipe colocou o pé na estrada com destino ao agreste paraibano, para buscar o que fez da região a casa da maior festa de São João do mundo. Como resultado, entre os dias 23 e 29 de junho, a plataforma lança, em seu canal do YouTube, a websérie de sete episódios “Expedição Fartura – Saudades de São João”.
Sob o comando da curadora gastronômica Carolina Daher e seguindo todos os protocolos sanitários, a equipe contou com valiosas participações. Entre elas, o chef Onildo Rocha, Cumpade João, Dona Lia, Bethoven Picuí e Nalva do Nascimento. Além de mostrar, por meio desses personagens e suas histórias, que o espírito junino e suas tradições continuam vivos, será uma oportunidade de trazer ao público uma festa de São João diferente, mas cheia de sabores e receitas diretamente de Campina Grande e região.
“Foi uma expedição marcada por muita emoção. Uma das coisas que me impressionou foi o quanto as pessoas estão carentes e saudosas de festejar, receber, abraçar. O paraibano é muito carinhoso e apaixonado pela terra. São orgulhosos de sua culinária, história e cultura. E dizem que nessa época, das festas juninas, eles arrastam ainda mais o sotaque, ficam mais paraibanos que nunca. É bonito de ver esse Brasil feito de pessoas que não desistem de acreditar em suas próprias raízes e tradições. A ideia dessa expedição é mostrar esse São João pessoal, marcado por histórias individuais. E mais, fazer com que todos nós, brasileiros, possamos matar um pouco de saudades da melhor época do ano”, conta Carolina Daher.
No episódio de abertura, os chefs Onildo Rocha e Cumpade João falam sobre Parque do Povo, em Campina Grande, a fábrica de sonhos do paraibano. Lá eles contam sobre o impacto do evento não acontecer na cidade pelo segundo ano e o que ele representa para a comunidade.
Em seguida, no primeiro episódio, Cumpade João recebe a curadora com a simplicidade da vida na roça, ensina a escolher uma galinha gorda e, também, a diferença entre a caipira e a capoeira. Conta, ainda, sobre a influência da colheita do milho nas festas de casamento que acontecem durante o período de São João, entre outros ensinamentos. E, é claro, dá a receita da galinha capoeira com farofa de bolão do Cumpade João.
Em Ingá, a Expedição Fartura conheceu a história de Dona Lia, que estrela o segundo episódio. Ela conta que, depois de passar fome, criou seus filhos vendendo cuscuz e fundou o Memorial do Cuscuz na cidade. Ao final, o público poderá aprender a receita especial que mudou a vida dessa personagem.
O terceiro episódio traz muitos aprendizados. “Visitamos a Fazenda Carnaúba, em Taperoá, que produz queijos de vaca e de cabra, sendo este sua especialidade. Por lá aprendemos que é possível domar a seca. Que o sertão não é castigo ou sina. Que para viver da terra é necessário saber trabalhá-la e respeitá-la”, conta a curadora. O escritor paraibano Ariano Suassuna viveu por alguns anos nessa fazenda, quando investiu o valor de um prêmio na compra de 200 cabras. Foi chamado de louco, afinal, como conseguiria criar os animais no clima do sertão? Hoje são cerca de três mil cabras e ovelhas que garantem a produção de um premiado queijo, ingrediente usado pelo chef Onildo Rocha para uma torta com caramelo de cumaru.
A carne de sol não poderia faltar em uma websérie que se passa no sertão. No quarto episódio, Carolina Daher conhece Bethoven Picuí, que viu sua avó, Marilene Cordeiro, preparar sozinha 1.500 kg de carne para vender aos finais de semana e decidiu manter a tradição familiar. A carne de sol é um processo desenvolvido por necessidade, para conservar a carne. E Bethoven ensina esse preparo.
A Caiana dos Crioulos, uma comunidade quilombola, que fica em Alagoa Grande é o cenário do quinto episódio. Reconhecida pela Fundação dos Palmares como um dos treze legítimos quilombos brasileiros, mantém viva sua tradição por meio da comida e do trabalho coletivo. Quem conta essa história é a Nalva do Nascimento, que também ensina a preparar a Quarentena, comida de milho quilombola, aprendida com seus antepassados.
Cachaça, rapadura e doces com frutas da região estão no último episódio, quando os expedicionários chegam em Areia. Eles passaram pelo Engenho Triunfo, Engenho Quati e Restaurante Vó Maria, que só trabalha com ingredientes de produtores locais. Lá, sua filha Lúcia, junto a sua neta Lucineide, preparam o bolo de pé de moleque da Vó Maria.
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