CIDADE DO MÉXICO 10/3/2021 –
A crise humanitária que se desdobra no Brasil como consequência de uma resposta mal administradaàCOVID-19 é mais um alarmante indicador da propensão implacável da realidade de exigir um alto custo em vidas e meios de subsistência sempre que os políticos falham ao enfrentar os fatos em uma emergência de saúde pública. A AIDS Healthcare Foundation (AHF) clama que a saúde pública seja priorizada no Brasil.
Com o terceiro maior número de casos de COVID-19 no mundo, a perspectiva atual para o Brasil é sombria, mas não estamos fadados a manter esse caminho. Na verdade, temos a obrigação de mudar esse caminho antes que a pandemia leve mais alguns milhares de vidas brasileiras.
Segue um breve resumo de como chegamos a esse ponto e o que deve ser feito para colocar o país em um caminho de recuperação e ajudar a reduzir o impacto de modo mais amplo nos países da América Latina, em uma região com populações de alta mobilidade.
No Brasil, o total de casos na pandemia supera 10,5 milhões, com quase 270 mil mortes. Em um país de 212 milhões de habitantes, com um robusto Sistema Nacional de Saúde e vasta experiência em realizar campanhas de vacinação, a situação atual do SARS-CoV-2 é simplesmente incompreensível e inaceitável.
As negociações com empresas para a compra de vacinas e outros suprimentos médicos essenciais foram adiadas por muito tempo, e o Brasil está ainda hoje longe de garantir vacinas suficientes para toda sua população. Além disso, reiteradas mensagens contraditórias dos líderes políticos só têm servido para confundir as comunidades e piorar a situação.
O Brasil até agora só teve acesso a 14,7 milhões de doses de vacinas para a COVID-19, suficiente para vacinar menos de 4% de sua população. Essa pequena quantidade foi obtida graças às instituições de pesquisa Butantan e Fiocruz, que inicialmente importaram oito milhões de doses da China e da Índia, eàprodução doméstica de 6,7 milhões de doses. Apesar da grande capacidade doméstica de produção farmacêutica, as vacinas para a COVID-19 fabricadas localmente têm sido dificultadas por diversos obstáculos impostos para a importação de insumo farmacêutico ativo (IFA).
Como resultado de atrasos e decisões que vão contra as práticas da saúde pública, o Brasil perdeu o acesso ao que seria no total cerca de 316 milhões de doses de vacinas, considerando quantidades oferecidas pela COVAX e pela Pfizer, suficientes para vacinar aproximadamente 78% do país. Isso teria dadoàFiocruz e ao Butantan fôlego suficiente para produzir localmente o restante das vacinas para atender toda a população.
À beira do colapso sob a pressão de milhões de pacientes doentes em estado crítico, o sistema de saúde precisa lutar contra insuficiências de oxigênio, falta de leitos hospitalares, trabalhadores da linha de frente doentes ou esgotados, além da perspectiva iminente de outro aumento nas infecções, desta vez com uma nova variante do SARS-CoV-2 surgida recentemente em Manaus, Amazonas.
É imperativo que os esforços de vacinação sejam acelerados e concentrados primeiramente nas comunidades mais afetadas. Nossa única chance de superar e combater o perigo de novas variantes do SARS-CoV-2 é vacinar o máximo número de pessoas em um prazo mínimo.
Considerando o fornecimento limitado de vacinas e a natureza ondulante de surtos da COVID-19 em diferentes comunidades, as decisões sobre quem vacinar — inclusive onde e quando — devem ser informadas e direcionadas por epidemiologistas, imunologistas, especialistas em doenças infecciosas e equipes técnicas do Programa Nacional de Vacinação. Até que o fornecimento da vacina alcance a demanda nacional, a distribuição pulverizada por todo o país não será tão eficaz para zerar infecções em locais críticos como Manaus e populações prioritárias, como trabalhadores da linha de frente da saúde e os idosos.
A comunidade internacional deve se unir para convocar os líderes do Brasil a fazerem tudo que estiver a seu alcance para garantir que o país possua vacinas suficientes para toda a população, o que implica disposição para negociar, colaborar e se envolver com parceiros internacionais e iniciativas globais como a COVAX, ao mesmo tempo em que elevam os investimentos de capital e recursos humanos para a capacidade de produção local da vacina.
Entretanto, apenas as vacinas não serão um elixir para a COVID-19. Considerando que o Brasil obtenha quantidades suficientes de vacinas para toda a população nos próximos meses, dado o tamanho e a distância de algumas partes do país, levará um tempo considerável para vacinar uma proporção suficientemente alta da população até que se obtenha o controle da COVID-19. A campanha de vacinação apenas começou, e está se tornando cada vez mais claro que há um risco que novas cepas do coronavírus possam enganar os anticorpos produzidos pelas vacinas atuais, reduzindo sua eficácia.
Portanto, além de desenvolver uma robusta campanha de vacinação, há uma necessidade urgente para uma campanha nacional de prevenção, que combinaria esforços a níveis do Sistema Nacional de Saúde, governos federal, estaduais e municipais. Esses governos devem se comprometer a incentivar, promover e exigir a adoção de medidas de controle de infecção pública de saúde baseadas em evidências.
O uso consistente e universal de máscaras devidamente ajustadas continua sendo absolutamente essencial para conter a propagação da COVID-19, inclusive por ser a medida mais econômica e imediata que as pessoas podem adotar para sua própria proteção e daquelesàsua volta. O uso de máscaras deve ser acompanhado por rigorosa lavagem das mãos e distanciamento social. Todos esses esforços de prevenção — juntamente com orientação sobre diagnósticos, tratamento e vacina — devem ser padronizados sob a gestão de uma força tarefa nacional.
Lamentavelmente, não há até agora cura baseada na ciência, tampouco um “comprimido mágico” para a COVID-19, e pensamentos mágicos não acabarão com a pandemia. Podemos contar apenas com nossa determinação para enfrentar a terrível verdade do momento e nos dedicar a uma longa e difícil batalha com as ferramentas baseadas na ciência que temos, ou seja, compaixão pelos seres humanos, medidas de controle e prevenção de infecção, vacinas e confiança na ciência.
A AIDS Healthcare Foundation (AHF), a maior organização mundial de combateàAIDS, oferece atualmente serviços e/ou assistência médica a mais de 1,5 milhão de pessoas em 45 países de todo o mundo, nos Estados Unidos, África, América Latina e Caribe, região da Ásia-Pacífico e Europa. Para obter mais informações sobre a AHF, acesse nosso site em www.aidshealth.org, encontre-nos no Facebook em www.facebook.com/aidshealth e siga-nos no Twitter: @aidshealthcare e Instagram: @aidshealthcare.
O texto no idioma original deste anúncio é a versão oficial autorizada. As traduções são fornecidas apenas como uma facilidade e devem se referir ao texto no idioma original, que é a única versão do texto que tem efeito legal.
Ver a versão original em businesswire.com: https://www.businesswire.com/news/home/20210310005775/pt/
Contato:
CONTATO COM A MÍDIA PARA A AMÉRICA LATINA:
Sergio Lagarde Moguel, Diretor de Marketing e Relações Públicas, Escritório da AHF para América Latina e Caribe
+521 55 5419 08 76
Guillermina Alaniz, Diretora Regional de Defesa, Escritório da AHF para América Latina e Caribe
+54 9 294 4599638
CONTATO COM A MÍDIA PARA OS EUA:
Denys Nazarov, Diretor de Políticas Globais e
Comunicação, AHF
+1 323.308.1829
Terri Ford, Diretor Global de Defesa e
Política, AHF
+1 323.308.1820
Fonte: BUSINESS WIRE