São Paulo 15/4/2021 – A escolha de um tecido é de extrema importância para todo o desenvolvimento da costura de uma peça. Ele é quem vai ditar algumas regras na fabricação de roupas, ou outros tipos de projeto, portanto, pode-se dizer que o tecido é uma das bases para a construção de uma peça de costura.
Um tecido correto para determinado modelo de peça de roupa pode ser o diferencial para um caimento adequado. Por caimento, entende-se a forma com que a roupa irá se encaixar e se ajustar no corpo de quem a usa. Isso está sempre ligado a alguns fatores como modelagem, tipo de tecido, tipo de costura utilizada, corte do tecido, tamanho de peça que será produzida, entre outros.
Desse modo, a estrutura de um tecido é essencial para tomadas de decisões a respeito da peça que será feita. Por isso, é importante divulgar algumas informações relevantes sobre a formação do tecido, como são as estruturas, a trama das fibras que os compõem, e de que forma isso pode influenciar na escolha de um ou outro tipo para fabricação de diferentes modelos de peça.
A história do tecido
Estima-se que o tear vem sendo utilizado a partir dos últimos 6 mil anos, pois te sem indícios de que o homem utilizava desse tipo de conhecimento para tecer vestimentas a partir de fibras flexíveis, como linho, algodão e lã.
Pelo que é indicado nas pesquisas, os fios eram presos em árvores para que, em seguida, fossem entremeados uns com os outros, e o próprio corpo do tecelão era utilizado como ferramenta para transpassar os fios entre si. Esse foi o início do tear.
A tecelagem foi uma prática exclusivamente manual até a Revolução Industrial, iniciada na Inglaterra por volta da segunda metade do século XVIII. A partir de então, foram inventadas algumas máquinas que facilitavam a fabricação de tecidos, e a produção ganhou um aumento significativo devido à ampliação da capacidade industrial.
Dessa forma, a indústria têxtil foi ganhando características e aspectos que estão presentes até hoje, visto a grande variedade de tecidos que existem atualmente. Essas informações podem ser encontradas no site Portal Educação.
A estrutura dos tecidos
O entendimento sobre a trama de um tecido começa pela compreensão de sua estrutura. Essas estruturas são tafetá, cetim, sarja, jacquard e a malha. Cada uma dessas estruturas dá base para definir como serão construídas as tramas do restante do tecido.
A respeito da composição dos fios, eles podem ser de elementos naturais, bem como sintéticos ou artificiais. Esses fios se entrelaçam, e nessa composição de emaranhados, a base do tecido é formada, até que seja feito, enfim, o restante da estrutura.
Na fabricação, os tecidos seguem sempre o entrelaçamento a partir de um padrão: a trama diz respeito aos fios dispostos seguindo a largura do tecido, e o urdume é a disposição dos fios no sentido do comprimento. Ou seja, a trama e o urdume são transpassados uns sobre os outros de maneira perpendicular (o encontro de um com o outro se interceptam, formando um ângulo reto).
A partir disso, a diferença de um tecido para outro se dá em como esse entrecruzamento de fios é feito, dos fios da trama transpassando pelos fios do urdume.
A estrutura Tafetá é uma das mais simples. A trama e o urdume se intercalam sempre de forma uniforme. Um fio de trama cruza um fio de urdume, passando por cima e por baixo dele, de forma regular e intercalada. O interessante é que, quanto mais grossos forem os fios, e mais aproximada estiver uma carreira da outra, mais bem estruturado será esse tecido.
Como exemplos de tecidos que são criados de acordo com essa receita, está o próprio Tafetá, o Musseline, o Linho, o Tricoline, o Chiffon, o organza, entre outros.
Já a Sarja é um pouco diferente. Nela, os fios da trama entrecruzam sempre por cima de pelo menos dois fios de urdume, mas nunca por mais de quatro fios. Quando a trama está prestes a fazer uma nova passagem, faz um avanço de uma casa para direita ou para a esquerda, de modo que os desenhos dos fios fiquem diagonalmente formados.
Esse ligamento na diagonal é muito firme, superior ao do Tafetá. Ele pode ser encontrado, além da Sarja, nos tecidos Jeans, Tweed, Gabardina, Brim, entre outros.
Agora, é hora de falar sobre o Cetim. Esse tecido é bem mais fino e formado em zigue-zague intercalado. Ou seja, os fios da trama passam por entre quatro a oito fios de urdume. Dessa maneira, o efeito diagonalmente bastante visível na Sarja não é visível no Cetim. Essa maneira de entrecruzamento dos fios dá efeito de brilho em um lado do tecido e de opaco em outro.
Os fios podem ser compostos de seda, de algodão, poliamida e até poliéster, e esses são elementos que determinarão o caimento que terá o tecido. Alguns exemplos tecidos estruturados dessa maneira, além do próprio cetim, é o Crepe de Seda, o Vison, Alpaseda, Charmeuse, entre outros.
Já o tecido de Malha é feito com uma base bastante diferenciada. Os fios desse entrecruzamento são sempre feitos no mesmo sentido, ou seja, são transpassados no sentido da trama (horizontalmente) ou no sentido do urdume (verticalmente). Os fios de malha, portanto, são dobrados e entrecruzados sobre si mesmos, num mesmo sentido sempre, e, dessa maneira, é notável que o processo pode ser comparado em semelhanças com o tricô.
Como exemplos dessa estrutura podem ser citados, além da própria Malha, os tecidos Ribana, Viscolycra, Moletom, Piquet, entre outros.
Essa informações podem ser acessadas através de um material disponibilizado pela Escola Estadual de Educação Profissional (EEEP), para o Curso Técnico em Modelagem do Vestuário.
É importante se manter atento a alguns quesitos na hora de escolher o tecido. A verificação do tecido é sempre essencial, ou seja, perceber se sua estrutura é firme, se não há pontas soltas ou fios estourados, se a superfície é uniforme, entre outros aspectos.
Fontes:
https://casaboavista.com.br/media/wysiwyg/banner-2021-cat-viscose.jpg
Website: https://casaboavista.com.br/