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Pesquisa aponta principais tratamentos para depressão



A depressão é conhecida como o “Mal do Século” devido às suas proporções de prevalência. Diante disso, saber como essa condição é tratada se faz muito relevante.

A depressão afeta 322 milhões de pessoas no mundo, segundo dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Por isso, a doença é conhecida por alguns profissionais como o “Mal do Século”.

De acordo com Pesquisa Nacional de Saúde, conduzida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a depressão aumentou 34% e atinge 16,3 milhões de brasileiros hoje em dia.



Em relação aos tratamentos da depressão, a pesquisa do IBGE aponta que mais da metade (52%) dos brasileiros que afirmaram ter diagnóstico de depressão não faziam uso de medicação e apenas 18,9% faziam psicoterapia.

Mas como funcionam os tratamentos da depressão? A psicóloga Cleuza Canan, fundadora da Clínica Psiquiátrica Cleuza Canan, elucidou as principais dúvidas sobre o tema.

Quais são os tratamentos para depressão?

Qualquer que seja a gravidade da depressão de uma pessoa, o tratamento deve incluir o aprendizado de novas habilidades como a resolução de problemas e mudanças no estilo de vida, como reduzir o estresse, aumentar o exercício e a aptidão física e não usar álcool ou outras drogas. De qualquer forma, os tratamentos principais são medicação antidepressiva e terapia psicológica.

Uso de antidepressivos

A depressão envolve mudanças na química cerebral e pode mudar a maneira como as pessoas respondem às dificuldades. Os medicamentos antidepressivos podem corrigir o desequilíbrio da química no cérebro até que o equilíbrio natural seja restaurado. Há muitas opções com eficácia comprovada.

Terapia psicológica

Conversar com um psicólogo de forma estruturada ajuda a aliviar a depressão. Esta terapia envolve a escolha de uma ou mais terapias psicológicas. O terapeuta tem como objetivo trabalhar a reação às circunstâncias e relacionamentos. O tipo de terapia que tem se mostrado mais eficaz no tratamento de depressão é a Terapia Cognitiva Comportamental (TCC). Esta terapia deve ser conduzida por pessoal profissionalmente treinado para obter os melhores resultados.

O que acontece quando se procura um dos tratamentos para depressão?

Quando se procura ajuda e tratamento para a depressão com um psiquiatra ou psicólogo, serão feitas perguntas sobre os sintomas, estresse atuais, formas de suporte (familiares, relacionamentos) e alguns aspectos da história passada – tais como um episódio anterior de depressão ou história familiar de depressão.

Após esta avaliação, os profissionais fornecem informações sobre a depressão e como se pode lidar melhor com ela. Eles fornecerão informações para a família e/ou amigos, uma vez que eles são parte importante do tratamento.

Quais tratamentos funcionam para a depressão?

Há uma série de opções que possuem embasamento científico para tratar a depressão. É preciso tomar cuidado com as medidas “naturais” de tratamento para a depressão, pois a maioria delas não tem respaldo da comunidade científica. Por isso, seguem os tratamentos com maior evidência de eficácia para a depressão:

Antidepressivos inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS): por exemplo, fluvoxamina, fluoxetina, paroxetina, sertralina, citalopram. Algumas dessas medicações são disponibilizadas pelo SUS como a fluoxetina.

Antidepressivos tricíclicos: por exemplo, amitriptilina, imipramina, nortriptilina, etc.). São medicações mais antigas que os ISRS, mas que algumas têm eficácia comprovada na diminuição de sintomas da depressão (entre elas amitriptilina). Os efeitos colaterais são mais comuns do que dos ISRS, especialmente no início do tratamento. Não são adequados quando algumas condições médicas estão presentes, por conta do perigo da overdose.

Venlafaxina – é um antidepressivo inibidor da recaptação de Serotonina e Noradrenalina. Particularmente útil quando outros tratamentos não tiveram sucesso ou para depressão severa.

Terapia cognitiva comportamental (TCC) – há várias versões desta forma de terapia. Tão eficaz quanto os antidepressivos para depressão leve a moderada; pode proporcionar habilidades que reduzem o risco de recaída. Mas pode ser difícil encontrar um terapeuta especializado com experiência. Requer um compromisso considerável por parte da pessoa com depressão.
Outras considerações ao escolher entre tratamentos medicamentosos

Embora todos esses antidepressivos sejam igualmente eficazes no tratamento da depressão, todos eles causam alguns efeitos colaterais. Estes diferem entre os tipos de antidepressivos e, em menor grau, entre diferentes do mesmo tipo. É importante discutir a probabilidade de efeitos colaterais específicos com o médico psiquiatra ao escolher um medicamento e discutir a experiência com eles à medida que o tratamento avança.

Os ISRS são usados com mais frequência, pois são menos prováveis de causar efeitos colaterais. Entretanto, algumas pessoas podem sentir náuseas, particularmente na primeira semana de tratamento. Outros efeitos colaterais incluem dificuldade para dormir, nervosismo, dores de cabeça e problemas sexuais, particularmente orgasmo retardado. Raramente, eles podem causar diarréia. Muito raramente, podem causar agitação extrema, movimentos bruscos, temperatura alta e confusão – se isto ocorrer, é importante buscar atendimento médico urgente, pois pessoas com a chamada “síndrome da serotonina” podem ficar muito doentes se não forem tratadas. Isto é mais provável se os ISRS forem combinados com alguns outros antidepressivos.

Os efeitos colaterais da venlafaxina podem incluir náuseas, redução do apetite, dor de cabeça, sudorese, erupções cutâneas, agitação e dificuldades sexuais.

Os efeitos colaterais dos tricíclicos incluem boca seca, visão embaçada, constipação, dificuldade para urinar, sedação, problemas sexuais e ganho de peso. Não é uma boa ideia ingerir bebidas alcoólicas quando se está com depressão, pois tende a agravar os sintomas. O álcool também interage com os tricíclicos, aumentando a sedação.

Todos os efeitos colaterais devem ser relatados ao médico responsável. Talvez seja possível ajustar a dose ou mudar o medicamento. Por fim, todos os medicamentos devem ser tomados conforme prescrito pelo psiquiatra.