Mais de 100 espécies e cerca de 50 gêneros de nematoides estão associados à cultura da soja atualmente. Esses parasitas ficam no solo, atacam as raízes e a parte aérea das plantas, roubando nutrientes e impactando diretamente a produtividade e rentabilidade do agricultor.
Os nematoides estão presentes em várias culturas e causam prejuízos estimados em R$ 35 bilhões, segundo levantamento da Sociedade Brasileira de Nematologia (SBN). Só na soja, as perdas podem superar os R$ 16 bilhões por ano. Para Hercules Campos, professor Titular de Fitopatologia da Universidade de Rio Verde (UniRV), de Goiás, a principal região produtora da oleaginosa no país, o Cerrado, enfrenta dificuldades principalmente com nematoides de cisto da soja (Heterodera glycines), das lesões radiculares (Pratylenchus brachyurus), de galhas (Meloidogyne spp.), reniforme (Rotylenchulus reniformis) e o nematoide espiralado (Helicotylenchus dihystera).
“Nossa grande preocupação é mostrar para o produtor os impactos que os nematoides podem causar e quais as ferramentas estão disponíveis para o manejo. No Cerrado brasileiro, há uma maior ocorrência de nematoides e com maior impacto na produtividade, pois além do sistema intensivo de cultivo, caracterizado principalmente pela monocultura da soja no verão, as características do solo como teor de argila têm um papel importante no fator de multiplicação dos nematoides”, afirma ele.
Para tornar o manejo mais eficiente, a Bayer lança o nematicida Verango® Prime para a sojicultura, com o ingrediente ativo Fluopiram, uma molécula inédita no Brasil que oferece controle efetivo e de longa duração, com baixa dosagem por hectare. O amplo espectro de controle contra as mais importantes espécies de nematoides será fundamental para o manejo em diversas culturas além da soja, como a cana-de-açúcar, o café e a batata, conforme explica a nematologista da Bayer, Adriana Figueiredo.
“Verango® Prime chega para suprir uma necessidade latente dos agricultores. Este nematicida da Bayer é uma tecnologia revolucionária que, devido ao seu modo de ação, protege as plantas dos nematoides, além de ser compatível com produtos biológicos e apresentar menor risco para o meio ambiente e operadores. Ou seja, ajuda o produtor a fazer o manejo efetivo de uma forma mais sustentável”, diz Adriana.
O produto já vem sendo testado junto a agricultores parceiros da Bayer desde a safra 2019/2020 e apresentou resultados expressivos no campo. Na última safra de soja, nas mais de 300 áreas comerciais com venda assistida, o resultado foi de aproximadamente 70% de vitórias, com uma média de 4 sacas a mais por hectare, no comparativo com o tratamento padrão do agricultor.
A partir desta próxima safra, os produtores rurais de soja e cana-de-açúcar já poderão contar com a novidade, que já era usada na batata e no café. Além dessas culturas, uma extensão de registro foi solicitada para culturas como o algodão, o milho e diversas hortaliças.
Manejo integrado
Segundo a nematologista da Bayer, diversas estratégias podem ser empregadas no manejo de nematoides na cultura da soja, com destaque para aquelas baseadas na utilização de produtos químicos e biológicos. Esses produtos geralmente podem ser aplicados via tratamento de semente ou sulco de plantio e visam a redução populacional do nematoide e dos danos por ele ocasionados.
“Pode haver uma convivência saudável e sinérgica entre biológicos e químicos. No entanto, para que essa junção de ferramentas não prejudique a performance dos produtos, é fundamental verificar a compatibilidade entre eles. Os testes mostraram que Verango® Prime é compatível com os principais biológicos do mercado”, comenta Adriana.
Por fim, o professor da UniRV afirmou que o primeiro passo, antes de qualquer ação, é identificar os nematoides presentes na área para um manejo adequado. Segundo ele, o diagnóstico correto vai depender de uma amostragem adequada do solo e de raízes, para determinar quais nematoides estão presentes na área e quais os níveis populacionais desses fitopatógenos.
“As amostras devem ser coletadas de preferência no ciclo anterior a um novo plantio, procurando ser a mais representativa possível da área, levando em consideração as plantas que estejam apresentando alguns sintomas. Para a soja, recomenda-se que a coleta aconteça a partir de trinta dias da semeadura até o final do enchimento de grãos. Na ocasião da coleta, o solo deverá estar com umidade natural, evitando condições de encharcamento ou de ressecamento excessivo”, diz o professor Hercules Campos.