São Paulo-SP 3/9/2021 – Os resultados ajudam a confirmar que adultos jovens e do gênero masculino também estão mais ansiosos após o início da pandemiaPesquisa feita pelo Vitalismo Ansiedade revela que a maioria das pessoas estão mais ansiosas na pandemia do novo coronavírus.
Uma pesquisa feita pelo Vitalismo Ansiedade neste ano revela que 62% das pessoas estão mais ansiosas na pandemia do novo coronavírus. O resultado faz parte de um questionário, que ouviu 2.697 pessoas entre 18 e 44 anos durante os dias 28 e 29 de agosto. Dentro da amostra dos participantes, 57% afirmaram ser do gênero masculino, 40% do gênero feminino e 3% optaram por não declarar.
De acordo com os coordenadores da pesquisa Vitalismo Ansiedade, “estes resultados ajudam a confirmar que não apenas indivíduos do gênero feminino de meia idade estão com maior ansiedade, mas adultos jovens e do gênero masculino também estão mais ansiosos após o início da pandemia”, complementando os resultados de estudos realizados pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e pela Faculdade de Medicina da USP (FMUSP).
Por meio do Laboratório de Psiquiatria Molecular da UFRGS e do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, a professora da UFRGS Adriane Ribeiro Rosa e coordenadora de uma pesquisa publicada em artigo intitulado “Covid-19 and Mental Health in Brazil: Psychiatric Symptoms in the General Population” verificou que mais de 80% dos participantes reportaram sintomas moderados ou graves de ansiedade entre maio e julho de 2020. A amostra incluiu um total de 1.996 pessoas, dos quais 84,5% declararam ser do gênero feminino, com média de idade de 34,2 anos.
Segundo declaração de Adriane para o portal Agência Brasil, as características do grupo com mais sintomas “São as mulheres, os mais jovens, os de menor renda e menor escolaridade, e os que já tinham alguma história prévia de doença psiquiátrica”. O estudo pode ser consultado na íntegra na revista internacional Journal of Psychiatric Research.
No Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (Elsa Brasil), coordenado por pesquisadores da FMUSP, foram acompanhados, desde 2008, 2.117 participantes e, durante a pandemia em 2020, receberam avaliações periódicas. A média de idade dos participantes foi de 62,3 anos, e 58,2% afirmam ser do gênero feminino.
O Elsa Brasil também mostra que os níveis de sintomas psiquiátricos, os quais incluem aqueles que têm origem em quadros de depressão, ansiedade, fadiga, insônia, preocupações físicas e mentais, pânico, fobias, compulsões e obsessões, e alterações de apetite, apesar de se manterem estáveis, permanecem em patamares elevados. A taxa de transtornos depressivos oscilou entre 3,3% e 2,8%, enquanto que a de transtornos de ansiedade variou entre 13,8% e 8%.
O estudo que foi publicado em abril deste ano em artigo da revista científica Psychological Medicine, da Cambridge University Press (Reino Unido) aponta nos resultados que “idade mais jovem, gênero feminino, menor nível educacional, etnia não branca e transtornos psiquiátricos anteriores foram associados a maiores chances de transtornos psiquiátricos, enquanto a autoavaliação de boa saúde e boa qualidade de relacionamentos apresentaram risco reduzido”.
Os coordenadores da pesquisa Vitalismo Ansiedade ressaltam que o foco da sua pesquisa transversal foi verificar entre os entrevistados a percepção de sintomas, exclusivamente, de ansiedade após o início da pandemia. “Nossa amostra, que incluiu uma maioria de adultos jovens e que declaram ser do gênero masculino reforça que toda a população brasileira está sofrendo mais com sintomas de ansiedade durante a pandemia, mesmo que não seja possível afirmar que tenha aumentado a prevalência de transtornos de ansiedade”, declara um dos autores do estudo.
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