São Paulo, SP 31/3/2022 – Com expectativa de crescimento nas vendas de 1,9%, varejistas apontam em bombons e barras de chocolate para diversificar os produtos e atrair clientes; especialista da Linx dá dicas de como preparar o negócio para a data
Em menos de um mês, acontece oficialmente uma das datas mais aguardadas pelo varejo – e principalmente pelo nicho de food service. A Páscoa, comemorada no dia 17 de abril, costuma movimentar desde grandes players supermercadistas até lojas especializadas, como docerias e chocolaterias. De acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), espera-se que as vendas de 2022 ultrapassem R$2,16 bilhões, 1,9% a mais que no ano passado. Como preparo para essa movimentação, um mapeamento encomendado pela Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas (Abicab) mostrou que foram criadas cerca de 8,5 mil vagas de trabalho no setor da indústria de chocolates desde setembro de 2021. Fica claro que os sinais de recuperação do pós-pandemia apontam para uma melhora gradual do segmento. O atual desafio dos varejistas do ramo é buscar outros caminhos para alavancar o negócio durante o mês de abril, expandindo a oferta de produtos e oferecendo vantagens que os clientes querem ver antes de optarem por incluir ou não o clássico chocolate na lista de compras de Páscoa.
Segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), o ovo de chocolate está 15% mais caro neste ano, impulsionado pela inflação que atinge matérias-primas essenciais como o cacau e o açúcar. “O varejo precisará encontrar alternativas para atrair e reter aqueles clientes que não estão propensos a comprar ovos de Páscoa. Dar mais destaque para outros produtos como barras de chocolate ou caixas de bombom, combinando táticas como descontos progressivos (quanto mais itens comprados, maior a vantagem) pode ser uma estratégia inteligente nessa próxima data”, comenta Marcus Varandas, diretor de produto da vertical de Food na Linx, especialista em tecnologia para o varejo.
O fator “pesquisa” será indispensável tanto para quem está à frente do negócio quanto para quem irá às compras. A CNC também revelou em um levantamento, que um mesmo ovo de chocolate pode custar até 181% a mais que o valor mais baixo, dependendo do estabelecimento. E a digitalização também alterou certas estruturas: um estudo feito pela startup Lett mostrou que a Páscoa de 2021 teve aumento de 136% nos pedidos on-line e de 84% no faturamento, em comparação com 2020. “Não realizar pesquisas de mercado, mesmo que da maneira tradicional, visitando os principais comércios, pode prejudicar no planejamento e consequentemente nos tão aguardados resultados da Páscoa. Entender o que o público está buscando mais, quais marcas estão sendo compradas em maior quantidade, quais meios de pagamento estão sendo usados, se o consumidor quer comprar no on-line ou no presencial, ou até mesmo integrando ambos por ‘conta da omnicanalidade: tudo isso é importante para garantir uma performance boa no negócio”, afirma Varandas.
Focar nas preferências do cliente e buscar entender seu comportamento é algo que contribui na melhora do relacionamento entre marca e consumidor. “Em datas de maior movimento como a Páscoa, o varejo recebe tanto novos consumidores quanto aquelas que já são fãs do estabelecimento. E cada um deles espera receber qualidade de ponta a ponta, tendo a visão de que o negócio se esforça para o manter no foco da estratégia. Utilizar dados como histórico de compras e aniversários para oferecer produtos e descontos únicos pode ser o diferencial necessário para que o cliente escolha aquela loja específica para compras de Páscoa”, comenta Varandas. Um estudo da PwC mostrou que ao oferecer uma experiência de compra personalizada, o cliente entende como fator relevante um aumento no preço de mais de 20% no produto ou serviço. E ao mesmo tempo, metade dos brasileiros considera que uma experiência ruim é motivo para desistência da compra.
Estabelecimentos especializados em doces e chocolates, muitas vezes trabalham também com encomendas de produtos – o que pode demandar mais tempo para a entrega. Mas com jornadas de consumo cada vez mais aceleradas, a vantagem estará nas mãos de quem conseguir administrar tudo no menor tempo. “O varejo se transformou ao longo dos últimos anos para se manter em linha com a expectativa do cliente. Muitas lojas, pensando em simplificar processos, optaram por ter sistemas completos que passam desde a gestão do estoque, PDV até a questão de encomendas e delivery. É uma forma encontrada pelo varejista de se adaptar e garantir que o produto esteja o mais rápido possível com o cliente. Numa época como a Páscoa, em que o ato de presentear é bem comum, contar com riscos como atrasos ou erros pode ser um gargalo que impactará o negócio”, finaliza o executivo da Linx.
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