14/3/2022 – Com a inovação aberta, as construtoras têm a oportunidade de passar de ‘consumidoras’ para ‘cocriadoras’ de soluções tecnológicasRelacionamentos de Open Innovation entre empresas e startups dobram em 2021; para Head de Inovação, investimento pode transformar o mercado, carente de tecnologia
A atividade de inovação aberta com startups dobrou no último ano, em plena pandemia de Covid-19. É o que revela o balanço da 100 Open Startups, plataforma de conexão entre empresas e startups baseada em Open Innovation (“Inovação Aberta”, em tradução livre). A expressão diz respeito a uma mudança na forma de desenvolver soluções em corporações de grande porte.
Segundo o levantamento, foram declarados 26.348 relacionamentos de open innovation entre empresas e startups em 2021, ao passo em que, em 2020, ocorreram 13.433 relações. A lista foi desenvolvida de forma colaborativa com o Inovabra, ecossistema de inovação do Bradesco, e considerou informações de 18 mil startups.
Neste cenário, a Kpe Engenharia, empresa que atua com projetos de engenharia e construção, anunciou o lançamento de um hub – termo usado para a concentração de ideias e soluções para diversos problemas – de inovação aberta. Segundo a empresa, o Kapte Solutions Hub tem o propósito de transformar o mercado de infraestrutura e construção através da conexão com startups e demais agentes do ecossistema de inovação.
Gustavo Paes, Head de Inovação do Kapte Solutions Hub, conta que o Kapte iniciou suas atividades em 24 de janeiro de 2022 com uma chamada pública para o Ciclo 2022.1 de inovação aberta da companhia. “Na ocasião, foram publicados desafios no ecossistema de inovação para atrair startups interessadas em oferecer suas soluções nos campos da ‘Experiência dos Usuários nas Rodovias’, ‘Compras & Contratações’ e ‘Produtividade dos Serviços”.
O ciclo de inovação aberta da Kpe Engenharia começou no mês de janeiro e deve se estender até julho. Como primeiro desafio, as startups participantes terão que vencer uma triagem e apresentar suas soluções a uma banca examinadora. Esta, por sua vez, deve avaliar critérios como entendimento do problema, maturidade e capacidade de execução do time, grau de inovação tecnológica e escalabilidade do negócio.
“Em seguida, as startups aprovadas passam para a etapa de Prova de Conceito, em que terão de imergir no ambiente de negócios da Kpe Engenharia e demonstrar a eficácia de suas soluções em resolver desafios reais dos projetos de infraestrutura, convivendo e interagindo com equipe técnica e mentores com expertise nesse mercado”, diz Gustavo Paes.
Segundo a organização, o encerramento do programa acontecerá em um “Demoday” (“dia de demonstração”, em tradução livre), onde as participantes deverão apresentar os resultados obtidos para a banca avaliadora. “Além disso, as startups aprovadas poderão estabelecer contratos de prestação de serviços com unidades de negócio da Kpe Engenharia, captar investimentos com recursos de Venture Capital ou, ainda, celebrarem contratos específicos para cocriação e desenvolvimento de soluções inovadoras”, detalha.
Setor ganha com conexão a startups
Na visão do Head de Inovação do Kapte Solutions Hub, o investimento em inovação pode transformar o mercado de infraestrutura e construção pesada através da conexão com startups e demais agentes do ecossistema de inovação.
“O mercado de infraestrutura e construção pesada apresenta histórico crônico de baixos índices de produtividade dos serviços, o que é preocupante, considerando que as quinhentas maiores empresas brasileiras deixam de ganhar R$ 230 milhões ao ano por conta da improdutividade”, afirma, citando indicativos de uma pesquisa da empresa de tecnologia Levee, realizada em 2019.
Além disso, prossegue ele, o setor sofre com fatores como baixa qualificação da mão de obra, adoção limitada de tecnologias nos canteiros e processos e métodos analógicos, resultando em custos elevados e consequente perda de competitividade para o setor. Neste contexto, a inovação aberta surge como alternativa quando comparada aos esforços convencionais de Pesquisa e Desenvolvimento, pois permite que as empresas enxerguem além de suas fronteiras corporativas.
“Por meio da inovação, é possível acessar tecnologias emergentes através da conexão com agentes externos à organização, tais como startups, centros de ensino e pesquisa, agências governamentais, clientes e fornecedores, entre outros”, pontua. “Isso torna possível a reformulação dos seus modelos de negócios diante da transformação exponencial que vivenciamos na economia moderna”, acrescenta.
Para Gustavo, os problemas mencionados ocorrem, sobretudo, porque o setor de infraestrutura e construção pesada ainda é carente de investimentos em tecnologia. “As empresas já consolidadas no mercado, como grandes construtoras e corporações de engenharia industrial, sempre tiveram contato com tecnologia através da interação com suas bases de fornecedores”.
Na maior parte das companhias, por outro lado, a implementação de soluções sempre foi conduzida pelo time de tecnologia da informação, em virtude da preocupação com os aspectos de segurança empresarial, complementa.
“Com a inovação aberta, entretanto, as construtoras têm a oportunidade de passar de ‘consumidoras’ para ‘cocriadoras’ de soluções tecnológicas, através da estruturação de portfólios de inovação em que há envolvimento e participação ativa, não só restrito ao time de TI (Tecnologia da Informação), mas de todos os colaboradores da companhia. Assim, a inovação se torna um elemento fundamental e indissociável da cultura empresarial”, finaliza.
Para mais informações, basta acessar: https://kaptesolutions.com.br/
Website: https://kaptesolutions.com.br/