29/3/2022 – Ao utilizar modelos para venda de produtos destinados ao público sênior essa identificação acontece de forma mais orgânica e intuitivaRealizado entre os dias 7 e 11 de março, o 2º Congresso Latino-americano de Empreendedorismo Sênior contou com a participação de 35 profissionais; empresário do ramo da moda aponta participação maior de profissionais da terceira idade no setor nos últimos anos
Buscando contemplar um nicho de profissionais cada vez mais relevante no mercado de trabalho, foi realizado, de forma on-line, entre os dias 7 e 11 de março, o 2º Congresso Latino-Americano de Empreendedorismo Sênior. O evento destacou o crescimento da participação de profissionais com mais de 50 anos em micro e pequenas empresas no Brasil, promovendo debates sobre aspectos do mercado e temáticas que envolvem a atuação destes empreendedores no país.
Foram abordadas, entre outras temáticas, a adoção de ferramentas tecnológicas nos negócios (em palestra ministrada por Ricardo Giusti, CEO da WebTV Interativa); o empreendedorismo em contexto de aposentadoria (por Paulo Kobayashi, especialista em segurança); o investimento no franchising (por Paulo Cesar Mauro, especialista em franquias); e a questão do voluntariado (por Adriana Maria De Fávari Viel, diretora-secretária e fundadora do IBDPI – Instituto Brasileiro dos Direitos da Pessoa Idosa).
No total, durante cinco dias de programação, foram apresentadas 40 palestras, contando com a participação 35 palestrantes, em um evento que teve apoio do IBDPI (Instituto Brasileiro dos Direitos da Pessoa Idosa) e foi promovido pela UniversIDADE, programa voltado para o público da terceira idade desenvolvido pela Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).
O ciclo de palestras, cuja primeira edição foi realizada em 2019, teve origem com o desenvolvimento do Programa de Empreendedorismo Sênior da América do Sul, ministrado pelo médico e neurocientista Jô Furlan e pelo executivo do setor elétrico aposentado Paulo Sérgio Souza na UniversIDADE, da Unicamp.
O olhar mais atento a trabalhadores formais e empreendedores da terceira idade é justificado por dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). De acordo com a PNADC (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), a porcentagem de idosos ativos, que era de 5,9% em 2012, alcançou o índice de 7,2% em 2018. O estudo apontou, ainda, que 27% destes trabalhadores com mais de 65 anos atuavam no mercado formal e 45% trabalhavam por conta própria, como empreendedores.
Fazendo um recorte mais específico na questão do empreendedorismo na terceira idade, um estudo realizado pelo Sebrae, a partir dos dados da PNADC do IBGE, indicou, ainda, que a maior proporção de empregadores (20%) está localizada nesse perfil de empreendedor – estes profissionais são, também, os que estão há mais tempo na atividade atual (92% há mais de 2 anos).
Para Guilherme Schneider, CEO da Forum Model Management, empresa que atua com agenciamento, capacitação e desenvolvimento artístico de modelos, foi possível perceber, nos últimos anos, uma participação maior de profissionais com idade mais avançada, em uma tendência que vai ao encontro dos dados ofertados pelo IBGE.
“A participação de modelos mais velhos em propagandas cresceu de forma exponencial e encantadora”, diz o profissional. “A publicidade entendeu que a identificação do público com o ‘herói’ das suas propagandas deve ser absoluta. Ao utilizar modelos para venda de produtos destinados ao público sênior essa identificação acontece de forma mais orgânica e intuitiva”.
Não existem dados específicos sobre a atuação de profissionais da terceira idade como modelos, mas a relevância deste público no mercado pode ser constatada pelo fato de já existirem até mesmo agências focadas 100% neste perfil.
“Não acredito que a idade seja um fator complicador. Pelo contrário, idade é sinônimo de experiência, com mais erros e, consequentemente, mais acertos”, afirma Schneider.
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