São Paulo- SP 22/7/2022 – A vacina contra a hepatite A é eficaz e segura e faz parte do calendário infantil do Ministério da SaúdeDoenças podem se manifestar de diferentes maneiras e alguns tipos podem ser curados. Os tipos A e B da doença já contam com vacina
As hepatites virais são infecções que afetam o fígado. Elas podem ser agudas ou crônicas e se manifestar de maneira leve, moderada ou grave. Na maioria das vezes, o paciente não tem sintomas, porém, quando estes se manifestam, os mais comuns são:
-Cansaço;
-Mal-estar;
-Enjoo e vômitos;
-Dor abdominal;
-Olhos amarelados;
-Urina escura;
-Fezes esbranquiçadas.
No Brasil, as hepatites virais mais comuns são as causadas pelos vírus A, B e C. Existem ainda a hepatite D, principalmente, na região Norte, e casos muito esporádicos de hepatite E.
Causas das hepatites virais
Segundo o Dr. Francisco Sérgio Rangel de Paula Pessoa, chefe do Serviço de Gastroenterologia do Hospital Geral de Fortaleza, a hepatite A é uma doença aguda, não havendo formas crônicas. “O vírus se replica no fígado, é excretado na bile e eliminado nas fezes. Há outras formas de transmissão por contatos pessoais próximos e também por contato sexual sem proteção”. A maioria dos casos é assintomática, mas alguns apresentam os sintomas relatados acima.
O diagnóstico é feito por um exame de sangue, o anti-HAV IgM, que pode permanecer positivo por até seis meses. Não há tratamento específico para a hepatite A. “O mais importante é evitar a automedicação. Não há dietas especiais recomendadas e o seu médico saberá o momento ideal para utilizar medicações para alívio dos sintomas. A internação só é recomendada em casos graves, com alterações severas da função hepática, destaca o Dr. Pessoa.
Já as hepatites virais dos tipos B ou C podem se manifestar de forma aguda ou crônica. Nelas, ocorre uma inflamação persistente no fígado por mais de seis meses. “O diagnóstico e o tratamento precoce são fundamentais, porque elas podem evoluir para cirrose hepática”, alerta o médico.
A forma aguda pode ser assintomática ou apresentar os mesmos sintomas descritos acima. A forma crônica, normalmente, também não apresenta sintomas e é detectada por alterações em exames laboratoriais que podem ser solicitados em avaliações de rotina, bem como testes para detecção do vírus no sangue – HBsAg para o vírus B e Anti-HCV para o vírus C, disponíveis com facilidade, inclusive no Sistema Único de Saúde (SUS). “O vírus B tem maior potencial de infecção que o vírus da hepatite C e do que o HIV”, explica o Dr. Pessoa.
As formas de transmissão mais importantes dos vírus B e C são:
– Compartilhamento de material para uso de drogas (seringas, agulhas, cachimbos);
– Compartilhamento de materiais de higiene pessoal (lâminas de barbear, depiladores, escovas de dente, alicates de unha e outros objetos cortantes);
– Tatuagens, piercings, tratamentos odontológicos ou cirúrgicos que não atendam normas de biossegurança;
– Relações sexuais sem preservativos com pessoa infectada (mais comum na hepatite B);
– De mãe infectada para filho, durante gestação e parto (mais comum na hepatite B);
– Transfusão de sangue (mais relacionada ao período anterior a 1993).
Assim como ocorre no caso da hepatite A, não há dietas especiais recomendadas para o tratamento das hepatites B e C. “A hepatite B não tem cura definitiva, mas há medicamentos antivirais, inclusive no SUS, que impedem a multiplicação do vírus e retardam ou melhoram a evolução da doença. Há vacina efetiva e segura para hepatite B disponível de forma gratuita pelo Programa Nacional de Imunização. Não há ainda vacinas desenvolvidas e disponíveis para hepatite C.”
A hepatite C tem cura em mais de 95% dos casos e há tratamento disponível no SUS com medicamentos por via oral e poucos efeitos colaterais.
Como prevenir as hepatites virais
Segundo o Dr. Pessoa, evitar a doença é possível. Para isso, deve-se seguir as recomendações abaixo, independentemente da vacina, que é indicada para todos:
– Lavar bem as mãos após uso do sanitário, troca de fraldas e antes do preparo de alimentos;
– Lavar com água tratada, clorada ou fervida alimentos que serão consumidos crus;
– Cozinhar bem os alimentos antes de consumi-los, principalmente mariscos, frutos do mar e peixes;
– Não tomar banho ou brincar em riachos, enchentes ou próximo a esgotos;
– Usar preservativos e higienizar mãos, genitália, períneo e região anal antes e depois de relações sexuais;
– Higienizar vibradores, plugs anais e vaginais e outros acessórios eróticos;
– Não compartilhar seringas, agulhas e materiais de higiene pessoal;
– Certificar-se de que protocolos de biossegurança são cumpridos antes de submeter-se a tatuagens, piercings, tratamentos odontológicos e procedimentos cirúrgicos;
– Lembrar, sempre, que para as hepatites A e B existem vacinas e que a hepatite C tem cura.
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