O universo online está migrando para o smartphone. O aparelho, principal meio de acesso à internet para mais de 92% dos brasileiros (segundo dados do IBGE) vem se tornando, a cada estação, o controle remoto do mundo.
E essa tendência vem sendo observada também no ambiente dos aficionados por games – teoricamente, amantes de telas grandes e de ultra fidelidade. A questão, de acordo com os resultados da mais recente pesquisa da SuperData (feita sob encomenda do PayPal), é que o mercado entendeu a necessidade de estar ao alcance dos usuários 24 horas por dia. E só há uma maneira de fazer isso: estar disponível, online, na palma da mão.
Faz sentido. Principalmente se levarmos em consideração um outro estudo recente, este da Newzoo, segundo o qual a indústria de games deve ter receita mundial de US$ 137,9 bilhões em 2018, com 51% desse valor, ou cerca de US$ 70,3 bilhões, provenientes de dispositivos móveis. Isso demonstra bem a força das telinhas e o quanto elas cativam homens e mulheres de todas as idades em qualquer latitude.
Entre as descobertas da SuperData nesta pesquisa global para o PayPal, destaque para os 82% dos brasileiros que jogam games via smartphone – sendo que 44% deles baixaram até 3 jogos completos em seu dispositivo mobile no primeiro trimestre do ano.
Para tabular o estudo, a SuperData ouviu consumidores em 25 países(*), incluindo o Brasil, para entender as razões e os hábitos de compras de games no ambiente online. Os highlights do mercado nacional você confere abaixo:
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- A plataforma mais acessada pelos gamers brasileiros para comprar jogos de celular é o Google Play, com 63% (o que faz bastante sentido, já que o sistema operacional Android está presente em mais de 85% dos aparelhos brasileiros, segundo números da Gartner). Com 15%, Apple Store; e com cerca de 13%, Samsung Galaxy Apps.
- Já no setor de games para PC mais populares, a liderança é da plataforma Steam, com 24%, seguida de perto por Amazon (21%) e Microsoft Store (20%). Com cerca de 10%, League of Legends; e, um pouco mais abaixo, Origin (9%).
- As plataformas de console de game mais populares no Brasil, segundo a Superdata, são Xbox (29%), PlayStation (26%), Amazon/Twitch (21%) e Nintendo Store (7%). Porém, quando questionados sobre as marcas relacionadas a games das quais são fãs, o ranking se altera: 65% citam PlayStation; 52%, Nintendo; e 51%, Xbox.
- Na hora de pagar pelo conteúdo baixado, 34% dos brasileiros pesquisados preferem cartão de crédito; 19% usam PayPal; 13% citaram boleto bancário; e outros 10% preferem cartões de débito de maneira geral.
- O PayPal é a forma de pagamento preferida de 43% dos gamers quando compram ou vendem itens relacionados a games uns para os outros. Moedas virtuais foram citadas por 20% dos entrevistados; outros 20% preferem cartão de crédito; e 19% pagam via boleto bancário.
- A SuperData percebeu também que 52% dos consumidores de games no Brasil são mais propensos a criar uma conta em plataformas de jogos usando um método de pagamento com o qual já estão familiarizados. Nesse quesito, a média global é de 44%.
- Ainda nesta questão, 57% dos jogadores entre 18 e 34 anos preferem criar contas com uma opção de pagamento com a qual estão familiarizados. Na faixa dos 35 anos em diante, esse índice é de 42%. Cerca de 16% dos jogadores no Brasil não adicionam opções de pagamento a contas recém-criadas em um serviço de jogos, 12% a menos que a média da América Latina.
- Um número especialmente interessante sobre o mercado brasileiro é que, no primeiro trimestre do ano, 41% dos consumidores nacionais de games deixaram de comprar jogos de pelo menos uma plataforma – a média mundial é de 33%.
- O que leva um gamer a parar de comprar em uma plataforma? Para 49%, a descoberta de melhores preços em outra plataforma. Outros 28% citam a ausência, na plataforma, de games de interesse; 17% dizem trocar de plataforma quando encontram uma mais fácil de usar; e 13% são influenciados pelos amigos, geralmente porque passaram a usar outra plataforma.
- A SuperData quis saber também quais os principais problemas enfrentados pelos gamers na hora de comprar online. E a boa notícia é que 73% dos pesquisados disseram não ter experimentado dificuldades em relação a isso no primeiro trimestre do ano. Já para 11%, o processo de checkout foi muito longo; 6% tiveram de trocar o método de pagamento durante a operação; e 5% citaram o fato de a plataforma não aceitar o método de pagamento que eles gostariam de usar. Cerca de 4% estavam com seus cartões de crédito expirados no período; e outros 4% não conseguiram comprar na moeda aceita pela plataforma.
- Indo mais fundo nesse quesito, 35% dos pesquisados admitem que podem repensar uma compra online de game caso o processo de compra seja muito demorado; e 27%, se o checkout se mostrar muito complexo. Outros 24% se sentem inseguros/desconfortáveis se tiverem de inserir dados pessoais ou financeiros na plataforma.
- Nos últimos 12 meses, 36% dos brasileiros enfrentaram o processo de compra de game online até o fim; 25% desistiram na hora de selecionar um método de pagamento; e 17%, quando tiveram de preencher as informações do cartão de crédito ou de débito.
- Questionados sobre quem costuma influenciar a decisão de compra ou download de um game, os entrevistados citaram, primeiramente, a família e os amigos (56%). Na sequência vêm influenciadores que atuam em plataformas de vídeo como o YouTube (46%); indicações em fóruns de discussão de jogos (34%); e conhecidos das redes sociais (30%).
- Já em relação à pirataria, 42% dos entrevistados disseram ser inaceitável; 28% entendem que ela é lesiva aos desenvolvedores de games; e 24% acham a pirataria tolerável “se o game for muito caro”.
- No primeiro trimestre do ano, 63,5% dos pesquisados disseram ter feito download legal de games; e 36,5% admitiram ter feito downloads piratas. Os principais motivos para a pirataria? Acesso mais fácil aos games (71%), preços mais baixos (67%) e dificuldade de encontrar games raros em sites legais (52%).