Segundo o relatório do Cybersecurity Ventures Report, os danos globais causados por crimes cibernéticos devem atingir U$10,5 trilhões anualmente até o final de 2025. Este custo inclui danos diretos e indiretos, perda de produtividade, roubo de propriedade intelectual, fraude e custos associados a investigações e recuperação. Se o cibercrime fosse um país, ele já seria a terceira economia mundial.
Por isso, é tão importante disseminar boas práticas de segurança cibernética e proteção de dados para mitigar perdas financeiras e manter a confiança do consumidor.
Na era digital, marcada por sua velocidade e complexidade, a segurança cibernética, a proteção de dados e a troca de conhecimento sobre o assunto precisam caminhar juntas. Essa é a visão central dos líderes dessas áreas que, por meio de suas experiências, lançarão o livro “Cibersegurança e Proteção de Dados: Como pensam as lideranças”, no dia 31 de janeiro, em Osasco. A iniciativa é da REDE Líderes Digitais, que reúne mais de 300 lideranças de diversas áreas no Brasil.
“Reunimos os melhores CISOs (Chief Information Security Officer) e DPOs (Data Protection Officer) neste livro para que eles troquem experiências e aprendam uns com os outros, criando um ecossistema mais forte, resiliente e mais rapidamente atualizado”, afirma Vitor Magnani, CEO do grupo e organizador do livro.
Um dos pontos de destaque entre os líderes envolvidos nesse desafio de proteger organizações é o letramento cibernético de todas as pessoas sobre as ações que devem ser tomadas para garantir um ambiente seguro, as principais tecnologias envolvidas e o papel da liderança.
De acordo com o livro, além de reagir a incidentes cibernéticos, as empresas precisam investir em estratégias proativas que antecipem possíveis vulnerabilidades. Isso envolve não apenas o uso de tecnologias de ponta, mas também a criação de equipes interdisciplinares que combinem especialistas em tecnologias digitais, profissionais de segurança, advogados e líderes de negócios. Esse esforço conjunto é essencial para identificar riscos emergentes e desenvolver políticas robustas para enfrentá-los.
Os danos causados por ciberataques muitas vezes começam com erros humanos, como cliques em links maliciosos ou o uso de senhas fracas. Portanto, a educação cibernética precisa ser uma prioridade nas organizações. Programas contínuos de treinamento, simuladores de ataques e materiais educativos atualizados são formas eficazes de garantir que todos os colaboradores estejam preparados para lidar com ameaças em constante mudança.
Conselheiro da REDE Líderes Digitais, CEO da Hackers Rangers e um dos autores do livro, Vinicius Perallis projeta que, para enfrentar os desafios do cenário atual, é essencial mudar a mentalidade de proteção. Em vez de priorizar apenas a tecnologia, as organizações precisam focar em proteger as pessoas – os alvos mais vulneráveis. Isso requer investimento em conscientização e cultura que empoderem os usuários, funcionários e toda a empresa a agir de forma segura.
A cibersegurança e proteção dos dados também não é um desafio isolado das empresas. É uma questão que afeta toda a sociedade. Por isso, é crucial que governos, empresas privadas e organizações sem fins lucrativos colaborem para criar diretrizes e padrões compartilhados. Iniciativas transversais como estas mostram que, quando líderes de diferentes setores trocam conhecimentos e aprendem com as melhores práticas, o impacto positivo alcança toda a cadeia de valor.
Uma cultura de segurança forte começa na liderança e se espalha por toda a organização. Líderes devem demonstrar, pelo exemplo, o valor de práticas seguras e incentivar comportamentos alinhados à proteção de dados e informações sensíveis. Além disso, criar canais abertos para reportar ameaças ou incidentes sem medo de represálias pode encorajar os funcionários a participar ativamente da defesa cibernética.
E para acompanhar a sofisticação dos ataques cibernéticos, as empresas precisam investir em tecnologias inovadoras, como inteligência artificial para detecção de ameaças, soluções de autenticação multifatorial e monitoramento contínuo de redes. Esses investimentos não devem ser vistos como custos, mas como diferenciais competitivos que garantem a continuidade dos negócios e a confiança do cliente.
Outra questão levantada pelo livro é que o debate não deve se limitar à gestão de riscos técnicos, mas incluir também a capacidade de alinhar segurança aos objetivos de negócios. Para Henrique Fabretti, CEO do escritório de advocacia Opice Blum, co-autor do livro, e também conselheiro da REDE Líderes Digitais, as lideranças precisam integrar a cibersegurança aos processos decisórios de maneira pragmática. Ele enfatiza que os profissionais jurídicos devem ser parceiros estratégicos, com soluções claras e objetivas, adaptadas à realidade corporativa.
À medida que a conscientização sobre a importância da cibersegurança cresce, governos de todo o mundo têm criado regulamentações mais rigorosas para proteger dados e prevenir ataques. As organizações devem estar preparadas para se adaptar rapidamente a essas mudanças, evitando penalidades e, ao mesmo tempo, demonstrando compromisso com a segurança e a conformidade.
Em um mercado em constante evolução, iniciativas como a do livro “Cibersegurança e Proteção de Dados: Como pensam as lideranças” são fundamentais para capacitar empresas e profissionais a navegar pelo cenário digital, transformando desafios em oportunidades. Ao compartilhar suas experiências, os autores criam um legado que ultrapassa as páginas do livro, inspirando novas práticas e fortalecendo a comunidade de líderes no Brasil e no mundo.