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EUA quer desafiar hegemonia brasileira no futebol



Nos últimos anos, uma liga sem tradição no futebol desafia o status do país com mais títulos mundiais da história. Segundo o site especializado The Score, a Major League Soccer (MLS) norte-americana, fundada em 1996, já substituiu as principais divisões da Argentina e do México como os principais desafiantes à hegemonia do Brasil nos campos.

Em parte graças a uma mudança de estratégia. Em vez de tentar atrair a atenção contratando estrelas de ligas europeias em fim de carreira, a MLS entrou em campo para competir pela contratação de jovens craques que, normalmente, partem do Brasil a caminho da Europa.

Em 2024, a MLS  está entre as ligas de futebol com mais brasileiros fora do Brasil. São 34 jogadores envolvidos em 21 dos 29 clubes do torneio. Alguns têm anos de liga, outros acabaram de entrar em campo. Caso de Gabriel Pec, 23 anos, a contratação mais cara da história do Los Angeles Galaxy, custando US$ 10 milhões. Ele ingressou no time em janeiro como parte da reformulação do maior campeão da MLS.



Entre os estreantes, estão também o meia Gabriel Pirani, de 21 anos, vendido pelo Santos ao DC United, e Guilherme Biro, 19, que chega ao Austin após se destacar no Mirassol, na última edição do Campeonato Brasileiro Série B.

“Os Estados Unidos, em termos de valor de mercado, acabarão em primeiro lugar porque sabem fazer negócios massivos. Estão crescendo da maneira certa, gradualmente”, disse o agente de futebol brasileiro Marcelo Mascagni.

Enquanto a principal liga norte-americana contrata craques, outra estratégia desponta nos campos: técnicos brasileiros em escolas, universidades e pequenos clubes do país.

Tradicionalmente, o futebol americano, o basquete e o beisebol dominam o cenário esportivo, mas o futebol (ou soccer, como é chamado nos EUA) está experimentando um aumento significativo em popularidade e participação, especialmente entre os que buscam bolsa de estudo e estrutura de treinamento profissional desde idades muito jovens.

“É notável o esforço para formar craques no próprio país”, comenta o carioca Teo Jubé, diretor de coaching do Decorah United Soccer Club, em Iowa. Contratado em 2019, o brasileiro enfrenta a missão de elevar a participação do clube no Olympic Development Program (ODP), programa com os melhores atletas do estado.

Antes de Jubé assumir o clube, apenas quatro jogadores tinham sido selecionadas no ODP em 30 anos de história; sob a gestão do brasileiro, sete estreantes foram admitidos no time em 2024. 

Para chegar nesse resultado, Jubé diz que aplica uma mistura de “jogo livre”, típico do futebol de rua no Brasil, com uma metodologia com treinos mais situacionais, próprios da cultura americana. “Muito em breve, acredito que veremos grandes nomes do futebol nascidos e criados nos EUA”, diz o carioca. “E com um gingado importado do Brasil”, completa.

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