A relevância da internacionalização para a satisfação profissional cresceu em todos os países analisados pela pesquisa “O fator humano: pessoas e empresas na nova dinâmica global do trabalho”, encomendada pelo ecossistema global de Serviços de Recursos Humanos Gi Group Holding, e realizada pelo Instituto Ipsos, em comparação com pesquisa feita anteriormente, em 2021.

O índice aumentou em pelo menos cinco pontos percentuais. De acordo com o estudo, atualmente 48% dos entrevistados consideram uma experiência profissional no exterior muito importante. Isso quer dizer que, em média, quase um trabalhador em cada dois aponta o fator como muito importante para a satisfação.

Para o Dr. Murtaz Navsariwala, advogado especialista em imigração e fundador do escritório Murtaz Law nos Estados Unidos, os principais fatores que levam profissionais brasileiros a procurarem oportunidades de trabalho no exterior são a busca por crescimento profissional, estabilidade econômica e qualidade de vida.



“No Brasil, muitos profissionais enfrentam desafios como inflação, instabilidade política e limitações no investimento em pesquisa e inovação, o que os leva a considerar países que oferecem maior previsibilidade e valorização profissional”, explica Navsariwala.

A análise da Ipsos concluiu que na atual dinâmica global do trabalho, a internacionalização, do ponto de vista dos colaboradores, está ligada à oportunidade de ocupar uma posição dentro da própria empresa com alcance global e não apenas a viver uma experiência no exterior.

“Nos Estados Unidos, por exemplo, áreas como tecnologia, engenharia, saúde e finanças oferecem não apenas remunerações mais competitivas, mas também um ambiente de trabalho estruturado, com infraestrutura e perspectivas de crescimento na carreira”, esclarece o advogado.

Segundo o Relatório Global de Contratações Internacionais 2024, da plataforma global de Recursos Humanos Deel e reportado pelo portal Mundo RH, os principais países a contratar mão de obra estrangeira foram, nesta ordem, Estados Unidos, Suíça e Reino Unido. O Brasil atingiu uma alta de 53% de contratações por empresas internacionais e subiu de posição, da sexta para a quinta, no ranking global de países com mais profissionais remotos contratados por companhias estrangeiras.

Navsariwala concorda que o crescimento do trabalho remoto e de contratações internacionais ampliou as possibilidades para profissionais brasileiros atuarem em empresas estrangeiras sem sair do país. No entanto, segundo o especialista, essa modalidade não substitui as vantagens de imigrar e estabelecer residência definitiva em outros países.

“Muitos países têm flexibilizado suas regras de imigração para atrair profissionais estrangeiros qualificados, especialmente em setores com escassez de mão de obra. A remuneração tende a ser mais competitiva, com pacotes de benefícios que muitas vezes não são oferecidos a funcionários remotos, como planos de saúde, aposentadoria e bônus”, destaca o especialista.

Outro diferencial apontado por Navsariwala é o networking estratégico. Para ele, a presença física no país facilita conexões diretas com tomadores de decisão, participação em eventos e maior inserção no mercado. “Profissionais no país têm acesso direto a melhores oportunidades de crescimento, incluindo promoções, liderança de projetos e participação mais ativa no ecossistema corporativo”.

O advogado lembra que Canadá, Austrália e Reino Unido implementaram programas que facilitam a obtenção de vistos para profissionais das áreas de tecnologia, saúde e engenharia, tornando a imigração mais acessível para talentos internacionais. Nos Estados Unidos, embora as políticas migratórias possam variar ao longo do tempo, existem categorias de visto que permitem profissionais altamente qualificados residirem e trabalharem no país de forma permanente.

“Profissionais brasileiros que desejam imigrar legalmente para o país têm diversas opções de visto, mas essas opções permitem que indivíduos com habilidades extraordinárias ou cuja atuação profissional seja de interesse nacional solicitem o Green Card sem a necessidade de um empregador”.

O especialista ressalta que a variedade de caminhos, aliada à estabilidade econômica e ao potencial de crescimento, faz dos Estados Unidos um dos destinos mais procurados por brasileiros que desejam expandir suas carreiras no exterior. “O país oferece inúmeras oportunidades em diferentes setores, diversidade econômica e do mercado de trabalho, que permite diferentes trajetórias profissionais, desde carreiras em grandes corporações até oportunidades em startups e no empreendedorismo”.

Conforme revela Navsariwala, nos Estados Unidos, o visto EB-1A é destinado a pessoas com habilidades extraordinárias e reconhecimento em suas áreas. Já no visto EB-2 NIW o profissional deve demonstrar que sua atuação nos Estados Unidos é de interesse nacional. Ambas categorias não exigem uma oferta de emprego e, se aceitas, podem conceder o Green Card.

Além dessas opções, há vistos de trabalho temporário, patrocinado por empresas, para transferência de executivos ou gerentes e para talentos com reconhecimento excepcional. No entanto, estes vistos são de não imigrante, possuem tempo de permanência limitado e geralmente restringem o profissional a trabalhar apenas para a empresa patrocinadora.

Para mais informações, basta acessar: murtazlaw.com/