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Gestão: instituições de ensino fazem parceria com fintechs



Cresce o número de alunos na modalidade a distância no ensino superior brasileiro particular. Segundo registro do último Censo da Educação Superior 2021, divulgado em novembro de 2022 pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o país tem 2.261 instituições privadas, nas quais 70,5% dos estudantes ingressaram por meio de cursos remotos – um aumento de 24,2% em relação ao ano anterior. Para administrar essa clientela crescente de estudantes, as instituições têm contado com a tecnologia e a parceria de fintechs.

O principal motivador para essa parceria é o avanço tecnológico no ambiente didático. As aulas de educação a distância acontecem em vídeo gravado ou streaming. Os alunos precisam acessar currículo, notas, material didático, enviar ou postar exercícios, interagir com os pares para trabalhos em grupo e, não menos importante, realizar também o pagamento do seu investimento. Tudo isso requer um espaço virtual com recursos diversos a ser acessado tanto pelo estudante. Por sua vez, a instituição que oferece o curso também precisa acompanhar a evolução do seu cliente e gerenciar seu pagamento.  

A inadimplência no ensino superior privado é uma questão relevante para os gestores do setor. A taxa de falta de pagamento de mensalidade tem estado em torno de 8,67%, como registrou a 14ª edição da pesquisa realizada pelo Instituto Semesp, do Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior no Estado de São Paulo. A realidade pós-pandemia de covid-19 trouxe a evasão escolar, agravada pela instabilidade no cenário político-econômico brasileiro, a redução da renda dos trabalhadores e as dificuldades de acesso ao crédito estudantil.



Para superar esse desafio, as empresas do ensino superior privado têm se aliado a bancos,  edtechs, call centers e serviços de inteligência artificial. Essa parceria pode ser mediada através da assinatura de uma PaaS – platform as a service -, uma forma que vem sendo adotada para administrar um negócio com essas características. Juliano Miranda, diretor executivo da escola técnica Samatec, parceira da DRM Educação, afirma que as inovações na área de negociação e cobrança de dívidas on-line, com soluções de pagamentos centrados em apenas um local, possibilitaram a dispensa de aplicativos e maquininhas. 

Para Miranda, a gestão financeira é o grande gargalo na manutenção das escolas de todos os níveis e setores. De acordo com o gestor da escola que fica em São Mateus, no Espírito Santo, a demanda do setor apresenta naturalmente picos e vales muito frequentes, o que pode acarretar déficits com a alta inadimplência ou a ineficiência na aplicação de eventuais excedentes de caixa. Essa inconstância pode afetar a qualidade do que é entregue aos alunos.

Nesse contexto, as entidades de ensino superior têm recorrido às fintechs para desburocratizar os produtos e serviços financeiros que fazem parte da operação, como o recebimento integral das mensalidades (mesmo quando há inadimplência), linhas de financiamento, meios de pagamento, entre outros. A fintech oferece ao setor de educação  ferramentas de planejamento financeiro, o que contribui para enxergar de maneira mais clara as receitas e despesas.

Gestão tecnológica e humanizada

Mesmo recorrendo a inovações tecnológicas, Hilton Freire do Nascimento, presidente do Grupo Unicorp, também parceiro da DRM Educação, ressalta a necessidade do contato com cada aluno. O empresário pontua que a pandemia de Covid-19 causou “desajustes financeiros” para algumas instituições de ensino superior e, por isso “é importante entender de perto a realidade de cada cliente ou aluno para poder conceder descontos mais justos àqueles que, de fato, precisam”. Neste sentido, prossegue, “o relacionamento é muito importante”.

Para Nascimento, os gestores educacionais podem dedicar mais tempo para a instituição de ensino quando é adotada uma solução para a sua segurança financeira: “Quando uma instituição escolar tem recursos para automatizar os processos de cobrança, sobra mais tempo para focar na qualidade de ensino, estrutura e corpo docente”, exemplifica. Para Nascimento, as fintechs proporcionam capital, não só para quem estuda, mas também para quem ensina.

Segundo Jefferson Dousseau, Diretor Executivo da DRM Educação, o uso da tecnologia financeira também pode incrementar matrículas, “uma vez que a automação de pagamentos de parceiros, sejam eles polos parceiros ou mesmo programas de indicação, permite a instituição ampliar substancialmente o número de canais de vendas”, visto que a fintech também simplifica a gestão de pagamentos de comissões.

Juliano Miranda esclarece que a Samatec, assim como a maioria das instituições de ensino, trabalhava com a setorização de seus processos. “A gestão financeira impactava diretamente na questão da qualidade de ensino, pois os setores não conversavam entre si, com cada diretor tentando sempre privilegiar o seu setor”, relata. Para o diretor executivo, cuidar da gestão financeira tão bem como da gestão acadêmica e da infraestrutura ajuda a escola no objetivo de se diferenciar no mercado através da qualidade do ensino e do desenvolvimento de seus alunos. 

Para Dousseau, a ampliação do acesso à educação nos dias atuais, mais do que nunca, passa pelo uso da tecnologia. O profissional acredita que, desta maneira, é possível simplificar a vida do aluno, conectando a ele pólos de apoio presencial. Além disso, é viável que “ocorra o engajamento dos alunos como agentes para indicarem os cursos”, sendo esta “uma conquista possível em escala que tem incrementado matrículas nas instituições de ensino, com o uso de tecnologias de pagamentos automatizados de comissões”.

Para conhecer mais: https://drmeducacao.com.br/

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