Home Novidades Notícias Corporativas Municípios mineradores brasileiros têm boas expectativas para os próximos anos

Municípios mineradores brasileiros têm boas expectativas para os próximos anos

Mais um ciclo político nacional foi iniciado e, para o setor mineral, foi renovada a esperança de dar passos mais concretos em direção a uma atividade mais sustentável e justa. Neste mês, gestores dos municípios mineradores se reuniram e enviaram uma carta de apoio ao novo governo federal e ao Ministério de Minas e Energia (MME)

O documento, em nome da Associação dos Municípios Mineradores de Minas Gerais e do Brasil (AMIG), destaca que as cidades estão “otimistas, porque o presidente afirmou que o governo tem como principal meta cuidar do povo brasileiro e esse cuidado, com certeza, terá que passar pelos estados, municípios mineradores e afetados pela mineração”. O texto ressalta que, “com o cuidado voltado também para uma das principais atividades econômicas do país, será possível acabar com a fome e com o desemprego que hoje assolam o Brasil”.

Os municípios mineradores receberam com satisfação a indicação de Alexandre Silveira, “principalmente, pelo fato de a pasta passar a ser chefiada por um político de Minas Gerais, o principal estado brasileiro na atividade minerária e, sendo ele um conhecedor das mazelas que o estado vive há mais de 30 anos, governará institucionalmente a pasta, devolvendo a toda a sociedade das cidades mineradoras a dignidade de receber justamente o que lhe é de direito”. 

Na carta, é reforçado que os municípios estarão atentos para trabalhar juntos e cobrar, sempre que necessário, por um novo momento da atividade minerária brasileira, especialmente pelo aspecto público. O consultor de Relações Institucionais e Econômicas da AMIG, Waldir Salvador, ressalta que as cidades mineradoras e impactadas pela atividade “estão cansadas de tentar minimizar os prejuízos públicos, principalmente aqueles causados pela desestruturação do Departamento Nacional de Produção Mineral, falido no final de sua existência, e, com a Agência Nacional de Mineração (ANM), que, de certa forma, nasceu ‘natimorta’, novamente sem estrutura e sem o orçamento legal que lhe é devido para o cumprimento do fundamental papel de regular, fiscalizar e fomentar a mineração brasileira”.



Para avançar no debate e tornar a atividade mineral sustentável e benéfica para todos (mineradoras, municípios e cidadãos), as cidades mineradoras enviaram à Presidência da República e ao MME uma série de reivindicações e propostas que precisam ser revistas com urgência. O documento destaca quatro temas prioritários. O primeiro é o cumprimento da Lei 13.540/2017, que determina que 7% da receita da Compensação Financeira pela Exploração Mineral (Cfem) seja aplicada na ANM. “A falta de estrutura de uma agência reguladora no segmento favorece ações de sonegação e evasão fiscal por parte das empresas mineradoras”, ressalta o texto. Além desse aspecto, é preciso garantir a segurança das operações de extração mineral no Brasil e garantir fomento à mineração brasileira. 

A AMIG também solicita a revisão da Lei Kandir, retirando a incidência da lei sobre os recursos minerais não renováveis. “O mais justo é que 5% do que for extraído fique no município para fazer a economia girar”, argumenta o consultor da AMIG. 

Outro ponto importante é a inserção de prazo de validade para as outorgas minerárias. Diferentemente de outros países, as concessões dos recursos minerais brasileiros concedidos pela ANM são de caráter “eterno” (até a exaustão da mina). Em decorrência disso, o Brasil perde, porque as concessões são renovadas somente uma única vez, deixando de abrir oportunidades e uma concorrência, legítima e necessária, para outros empreendedores minerários, às vezes, em uma opção vantajosa para o país. “É preciso, ao final da concessão, avaliar os lucros que a empresa teve e como ela contribuiu com o desenvolvimento da sociedade para, a partir daí, conceder ou revogar a licença. Hoje, uma mineradora que dá calote na Cfem consegue novas concessões para continuar trabalhando normalmente. Isso é um absurdo”, alerta a AMIG. 

O documento também trata da modernização do Código Mineral Brasileiro, priorizando a autonomia do município sobre todo o processo, incluindo as concessões das licenças minerária e ambiental. “O município precisa, urgentemente, passar a ter um papel de protagonismo na administração pública, uma vez que é o ente mais próximo da realidade, dos anseios e da vida das pessoas que são diretamente afetadas pela indústria da mineração”, enfatiza.