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Produtividade do trabalho no Brasil apresenta queda

Em relatório recente divulgado pelo Portal da Indústria, a produtividade do trabalho no Brasil enfrentou um declínio de 9,0% no período entre 2019 e 2021, revelando um desempenho preocupante em comparação com as principais economias globais. Este indicador compara a produtividade da indústria brasileira com a média de dez dos principais parceiros comerciais do país, que incluem o Reino Unido, Coreia do Sul, Argentina, Países Baixos, Estados Unidos, México, Itália, Alemanha, Japão e França.

De acordo com os dados, somente três países entre os analisados apresentaram quedas na produtividade durante esse período: o Brasil, com uma diminuição de 5,2%, a França, com 5,1%, e o Japão, com 2,1%. Essas nações são as únicas que ainda não conseguiram se recuperar totalmente para os níveis pré-pandemia em termos de produtividade.

Os números também revelam uma tendência ao longo das duas últimas décadas, com a produtividade efetiva acumulando uma redução de 23% em relação a 2000, ano em que a série histórica foi iniciada. Esse declínio persistente levanta questões importantes sobre os desafios enfrentados pela economia brasileira em termos de eficiência e competitividade no cenário global.



José Antônio Valente, diretor da empresa de locação de máquinas e equipamentos Trans Obra afirmou que a queda de 9% na produtividade do trabalho no Brasil, pode ser revertida caso as empresas do setor decidam investir em novas tecnologias para otimização dos processos da indústria no geral. “Quando pensamos em produtividade, não podemos desconsiderar os processos, produtos e a capacidade de melhorias a serem aplicadas como um todo”.

Ainda sobre o estudo divulgado, no ano de 2022, a produtividade do trabalho na indústria de transformação brasileira enfrentou seu terceiro ano consecutivo de declínio, marcando uma queda de 2,8% em comparação com o ano anterior, 2021. Este desempenho representa a segunda maior queda anual desde o início da série histórica do indicador em 2000, sendo superado apenas pela retração registrada em 2021, que foi de -4,7%. Em relação ao período pré-pandemia em 2019, o indicador acumulou uma diminuição de 7,9%.

A queda na produtividade do trabalho é medida como o volume produzido dividido pelas horas trabalhadas na produção. Os números de 2022 refletem uma variação de -0,4% no volume produzido, acompanhada por um aumento de 2,7% nas horas trabalhadas, na mesma base de comparação. Mesmo com as horas trabalhadas já tendo retornado aos níveis pré-pandemia, a produção ainda se encontra 0,8% abaixo do nível registrado em 2019, levando a produtividade de volta a um patamar próximo ao observado em 2014.

Perguntado sobre o assunto, José Antônio, afirmou que a indústria da transformação deve rever seus processos produtivos e olhar também para o volume produzido com menor custo, porém mantendo ou elevando a qualidade dos produtos produzidos. “Além da produção, o setor de locação de máquinas e equipamentos deve usar esses dados para planejar e executar melhorias tanto no setor de venda de máquinas e equipamentos como no aluguel de betoneira, andaimes e até mesmo em máquinas de grande porte para oferecer melhores serviços e produtos com o objetivo de contribuir na alavancagem da produtividade do trabalho no Brasil”.