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A Sagrada Apple que Mudou o Mundo



Leonardo Torres*

A Sagrada Apple que Mudou o Mundo
A nova linha de iPhone da Apple foi lançada. O Jornalismo e os Youtubers estão produzindo inúmeras matérias sobre as novas funcionalidades, hardwares, etc. do novo smartphone da Apple. Em diferentes países, as filas para comprar os iPhones já estão sendo formadas.

Elas se formam, uma, duas semanas antes da comercialização do smartphone. Steve Wozniak, cofundador da Apple, confessou que… [read more=”Continuar lendo…” less=”Menos”]

…já ficou 20 horas seguidas nas filas da empresa para adquirir um iPhone.



Parece que esses entusiastas da Apple criam um senso de comunidade tão forte, que alguns afirmam que a Apple é mais do que uma empresa, mais do que uma marca, ela é uma religiosidade.

Este foi o ponto principal de minha pesquisa em Comunicação e Cultura Midiática, que foi destinada a coletar e analisar conteúdos que demonstrem que os fiéis à Apple e a própria estratégia mercadológica da empresa almeja construir uma religiosidade vinculada à marca e seus produtos.

A pesquisa científica elenca estudos neurológicos que afirmam haver uma semelhança na relação entre um indivíduo fiel à Apple e seu iPhone, e um religioso fervoroso e seus símbolos religiosos.

Por exemplo, essa relação entusiasta fez a “Igreja do Mac” ser criada, em que um indivíduo que se auto-intitulava “Reverendo Dr. Bobby Newton” propagava as palavras do “herói” Steve Jobs. Sua “Igreja” possuía muitos adeptos.

Outro exemplo, fiéis à Apple se juntavam e, de graça, visitavam lojas de computadores de variadas marcas para “catequizar” os clientes e convence-los a comprar um Mac e não um PC.

A Apple não ficou atrás, ela intitulou um dos seus chefes de marketing, Guy Kawasaki, como “chefe evangelista de marketing”, responsável por tornar a marca e seus produtos cada vez mais vinculados à religiosidade. Realizou assessorias de imprensa em que Jobs aparece na capa de revistas e jornais como Jesus, Moisés. No próprio lançamento do iPhone, sua descrição era: “funciona como mágica”.

A história de Jobs também não fica de fora, a pesquisa demonstrou que ela é contada a partir de uma estratégia de narrativa do herói, de Joseph Campbell. Esse padrão de narrativa é muito presente em filmes de ficção, pois conquistam o grande público.

Interessante é que muitos acontecimentos que estão na história oficial de Steve Jobs, ou foram excluídos ou sequer aconteceram. Como, por exemplo, a Apple não foi criada em uma garagem; existiram diversos escândalos entre pessoas que testavam iPhones e Steve Jobs, a ponto do cofundador da Apple contratar uma agência especializada, denominada REACT, para arrombar as casas das pessoas em busca de protótipos de iPhones que vazaram na internet.

A própria empresa Apple, quando fala de responsabilidade social e ambiental, parece se esquecer das condições de sua terceirizada Foxconn, que teve um caso de suicídio graças a um iPhone que foi perdido por um de seus funcionários, no ano de 2010.

A Foxconn, na época, registrou 18 suicídios na empresa, como forma de precaver as tentativas, redes foram colocadas para “apanhar” quem se atirava do alto do prédio. Além disso, as substâncias utilizadas na fabricação dos iPhones, contaminam o solo e os rios da China, além de causarem danos severos à saúde de seus manipuladores.

A pergunta que fica é: que religiosidade é essa que uns celebram e gozam das maravilhas do novo iPhone, enquanto outros se matam, ou são mortos? Uma coisa é certa: a Apple não tem qualquer intenção senão o lucro.

O turbo-tecno-capitalismo, exalta uns por meio da fé e os outros são destinados à morte. Afinal, foi dessa forma que ela se tornou a primeira empresa a valer 1 trilhão de reais.

*Leonardo Torres, 28 anos, Doutorando e Mestre em Comunicação e Cultura Midiática.

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