… ajudou nos planos do atentado. A cúpula da Apple disse várias vezes que estava chocada com o crime, mas não comprometeria a segurança de usuários de iPhone ou abriria brechas para que pedidos como esse se tornassem comuns.
O perigo da quebra
Em comunicado, após o novo pedido do dia 16, Tim Cook, CEO da companhia, apontou que “essa ordem tem implicações muito além do caso legal”. A carta foi endereçada aos consumidores da marca e publicada no site da empresa (clique para ler, em inglês). Ele, e diversos especialistas, argumentam que a posse do código para quebrar a encriptação da Apple permitiria que qualquer criptografia protegida da mesma espécie pudesse ser invadida, nos EUA ou em qualquer lugar do mundo, para usuários da Apple ou de outras marcas.
A Apple parecia isolada na briga. Apenas ativistas da liberdade de comunicação digital e grupos que cuidam para que governos não espionem os cidadãos estavam acompanhando o caso. Nesta quinta-feira, o CEO do Google, Sundar Pichai, opinou sobre a batalha entre o FBI e Apple, tomando o lado da rival.
Pichai escreveu, no Twitter, que uma ordem judicial obrigando a Apple para ajudar o FBI a ter acesso aos dados do iPhone de um terrorista “poderia ser um precedente preocupante” e que está “ansioso para uma discussão ponderada e aberta sobre esta importante questão.”
O ponto defendido pelo CEO do Google é parecido com o executivo-chefe da Apple. Segundo eles, as empresas fabricam produtos desse tipo, encriptados, para manter usuários seguros. “Mas isso é totalmente diferente de obrigar as empresas a permitir que hackeiem dispositivos e dados de clientes”.
1/5 Important post by @tim_cook. Forcing companies to enable hacking could compromise users’ privacy
— Sundar Pichai (@sundarpichai) February 17, 2016
Há várias questões centrais nisso tudo: as empresas deveriam permitir que órgãos do governo acessem dados de investigados de crime? Quais crimes? Em quais situações e fases da investigação? Do outro lado, há também implicações sérias. Como garantir que a abertura seja usada para somente um caso? Como será a fiscalização do próprio órgão governamental para que uma brecha não seja espalhada para hackers e criminosos? Como evitar que isso vire um precedente e todas as empresas de tecnologia sejam obrigadas a deixar buracos nos sistemas de segurança?
A batalha parece longa e é possível que mais empresas entrem na briga. A expectativa maior está para o apoio do Facebook e da Microsoft, com seus CEOs Mark Zuckerberg e Satya Nadella respectivamente.
ATUALIZAÇÃO: Às 11hs, hora de Brasília, o Chief Legal Officer da Microsoft, mostrou que acompanha o caso em post no Twitter. O post foi replicado pelo CEO, Satya Nadella.
.@ReformGS statement on Apple court case https://t.co/2TqX3NfvuJ. Essential to have broad public discussion on these important issues.
— Brad Smith (@BradSmi) February 18, 2016
- Jan Koum, CEO do WhatsApp se juntou à briga, com mensagem no seu perfil do Facebook.
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