Por Vivaldo J.Breternitz *
O evento Worldwide Developer Conference (WWDC), promovido anualmente pela Apple, sempre serve de palco para os grandes anúncios da empresa. [read more=”Continuar lendo…” less=”Menos”]
Neste ano, não foi diferente, apesar de o evento estar sendo realizado de forma virtual, a Apple anunciou que seus computadores da linha Mac passarão a utilizar processadores projetados pela empresa, deixando de usar chips Intel e encerrando uma parceria de quase 15 anos.
A mudança anunciada por Tim Cook, CEO da Apple, está em linha com o que a empresa já faz com seus iPhones e iPads, que usam chips com projeto Apple. Cook disse que essa mudança será gradual, havendo um período de transição de cerca de dois anos e que as máquinas com processadores Intel terão suporte por “muitos anos” – essa afirmação é feita obviamente em função de interesses de ordem comercial. As novas máquinas devem começar a ser entregues no final deste ano.
A empresa alega razões estratégicas para essa mudança, dizendo que ao projetar seus processadores, terá inúmeras vantagens, inclusive passando a ser possível que software desenvolvido por terceiros para iPhones e iPads facilmente possam rodar em desktops e laptops da linha Mac.
Razões, como melhor performance e redução no consumo de energia, também foram mencionadas, embora rumores acerca da insatisfação da Apple com a performance dos chips Intel circulassem há algum tempo.
A empresa afirmou também que o software que atualmente roda nas máquinas com processadores Intel pode ser alterado rapidamente para processamento pelos computadores que utilizarão os novos chips.
Como já acontece com os atuais equipamentos da linha Mac, os computadores com os novos processadores poderão continuar a baixar aplicativos que não estão na App Store da Apple. Já os iPhones e iPads, em termos práticos, continuarão apenas a rodar software que vem dessa App Store.
Mas não se acredita que esse seja o fim completo da parceria Apple-Intel; chips produzidos por essa última devem continuar a ser utilizados pela Apple em equipamentos que processam iCloud, o seu serviço de computação na nuvem.
Mas não é uma situação confortável para a Intel, pois há rumores de que o Google também está pensando em ter seus próprios chips; se isso for confirmado, a posição dominante da Intel na área corre perigo.
* Vivaldo José Breternitz é Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo e professor da Faculdade de Computação e Informática da Universidade Presbiteriana Mackenzie
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