Por Prof. José Barbosa Leite *
Segundo os estudos da FIESP o Brasil deverá apresentar até o ano de 2023, um aumento de 5,9% nas exportações mundiais de soja ante 3,7% de todos os demais países produtores do mundo juntos!
Deverá ainda apresentar 3,3% dos embarques de milho ante 3,5% do resto do mundo e 2,1% de açúcar ante 1,9% dos demais países exportadores de açúcar do planeta.
O market-share a fatia de participação do Brasil no mercado externo deve saltar de 39,6% situados no ano de 2013 para 47,3% em 2023.
Se somarmos a estes números nossa participação no algodão, café, suco de laranja, frango, carne bovina, carne suína, peixes de rio como o pirarucú, o pintado e o tucunaré que são grandes sucessos internacionais, além de outras commodities de alto valor tais como: cacau, amendoim, borracha e outras commodities poderemos afirmar que no final do ano de 2023 seremos a maior potência agrícola e pecuária do planeta em todos os tempos. Seremos o celeiro do mundo.
Este fato significa que temos que pensar o agronegócio de uma maneira integrada que leve em consideração: ampliação do mercado de CPRs (Cédulas de Produto Rural), logística, infraestrutura, criação de ETCs (Estações de Transbordo de Carga), construção urgente de hidrovias, desassoreamento dos rios brasileiros, ampliação dos modais e intermodais, construção de estradas vicinais, construção de ferrovias e ampliação dos portos.
Além disso, precisamos oferecer novas ferramentas e condições para acelerar os negócios no setor, como o de fundos de investimento em agronegócio, preços mínimos reais a cada ano, estabilidade na oferta de crédito, projetos de sustentabilidade financeira, aplicação cada vez maior e consistente do seguro agrícola e renovação do parque de máquinas agrícolas.
Desta forma, abriremos novas oportunidades com a geração de uma cadeia de indústrias de peças de reposição para aradeiras, secadeiras, segadeiras, foiçadeiras, colheitadeiras, tratores de todos os tipos e tamanhos, caminhões, camionetes, modernização dos portos, construção de barcaças e etc.
Todos estes fatores somados têm que ser efetivados de forma rápida e contundente para que impulsionem a competitividade, de maneira que permitam aumentar a produção em Economia de escala a fim de dar uma resposta ao incomensurável aumento da demanda e ao aumento do preço dos alimentos.
Entretanto, temos apenas 17 portos e destes, entre 7 a 8, trabalham muito acima da capacidade para o escoamento da safra agrícola em seu período mais intenso que vai de fevereiro a março.
Ao nos debruçarmos sobre os números do ano de 2023, poderemos ter um colapso, porque iremos ter todos os 17 portos totalmente tomados, trabalhando a duras penas, com extrema dificuldade, e ainda assim quando conseguirem, operando de maneira deficitária, com cargas de trabalho muito acima da capacidade instalada, inviabilizando uma significativa parcela das nossas exportações. Mas com trabalho sério e competente, com certeza, iremos vencer essas dificuldades.
* Prof. Barbosa Leite é CEO da United Brazil