Dados do Ministério da Saúde mostram que um em cada cinco brasileiros está acima do peso saudável. Ainda mais: a obesidade aumenta com o avanço da idade e é bastante alta entre adultos de 25 a 44 anos. [read more=”Continuar lendo…” less=”Menos”]
Além de doenças como hipertensão e diabetes, a obesidade tem um impacto significativo nas doenças que afetam os joelhos, principalmente a condromalácia patelar, comprometendo a qualidade de vida de milhares de pessoas.
De acordo com o médico ortopedista Riccardo Gobbi, médico ortopedista especialista em cirurgia do joelho., a condromalácia patelar é uma alteração na cartilagem que reveste a patela (parte anterior do joelho, antes chamada de rótula). “Essa disfunção acompanhada por degeneração da cartilagem é causa de muita dor e desconforto. Conhecida também como ‘síndrome da dor patelofemoral’, a condromalácia patelar piora com o aumento da pressão entre a patela e o fêmur.
Sendo assim, não só a obesidade é uma causa importante, mas situações que envolvem repetição de movimentos agravam o problema. Ao subir uma escada, por exemplo, essa pressão atinge três vezes o peso do corpo. Já em exercícios que impõem a flexão dos joelhos em 90 graus, a pressão pode variar de sete a dez vezes o peso do corpo.
Daí a importância de atletas de alto impacto, como corredores e jogadores de vôlei, basquete, tênis e futebol, necessitarem de uma atenção constante na manutenção da saúde dos joelhos – e isso inclui, obviamente, o controle do peso e o fortalecimento muscular”.
Gobbi afirma que o diagnóstico correto dos fatores relacionados à síndrome patelofemoral não é simples e demanda muito conhecimento por parte dos ortopedistas. Além de avaliar o paciente clinicamente, dando atenção às suas queixas e checando que tipo de uso ele faz dos joelhos, exames de imagem devem ser requisitados para avaliar a inflamação, alterações anatômicas e a área degenerada.
“De todo modo, o problema é mais frequente em obesos, atletas e mulheres – por razões diferentes. Tendo já explicado por que obesos e atletas são mais propensos a desencadear a doença, vale ressaltar que no caso das mulheres está muito relacionada à sua anatomia. Como a pelve é mais larga que a dos homens, geralmente seus joelhos são mais projetados para dentro, formando um X. Isso altera o encaixe da articulação e gera uma sobrecarga relevante na região lateral da articulação”.
O especialista diz ainda que o tratamento envolve desde a correção da sobrecarga e deficiências musculares, uso de medicamentos anti-inflamatórios e, para a cartilagem, mais recentemente começou a ser indicado o uso de PST – Pulsed Signal Therapy.
“Nosso Grupo de Joelho do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da FMUSP empreendeu um estudo sobre o uso da Terapia de Sinais Pulsáteis no tratamento da condromalácia patelar. Avaliamos e acompanhamos 25 pacientes, sendo que 17 joelhos receberam tratamento placebo e 24 joelhos seguiram o protocolo da PST, que prevê aplicações diárias durante nove dias.
O tratamento não é invasivo nem provoca dor ou desconforto nos pacientes. Aqueles tratados com PST apresentaram melhora da dor e dos testes funcionais após o tratamento – que foi progressiva e se manteve por um período de até um ano depois de terminadas as sessões.
A partir dessa evidência, passamos a incluir a PST como opção de tratamento por ser uma excelente alternativa não só para atletas e esportistas que, de modo geral, costumam ‘castigar’ os joelhos, como também para pessoas que estão envelhecendo acima do peso”.
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