* Por Carlos Ferrer
Atualmente, quem não se beneficia do mundo digital e das suas vantagens? Tenho certeza de que logo após experimentar algumas de suas facilidades, como conectividade, rapidez, serviços ao alcance da mão, aplicativos personalizados, interoperabilidade, entretenimento e mobilidade, muitos não vão querer deixar de utilizá-las. Isso é compreensível, especialmente em uma sociedade como a atual, em que o nosso ritmo de vida exige resultados maiores em diversas áreas, no menor tempo possível. Uma espécie de onipresença com alta dose de eficácia.
É por isso que, entre as utilidades que acabo de mencionar, a mobilidade é, para mim, uma das principais vantagens. Porém, minha opinião não tem como base a simples avaliação, mas se baseia em números. A mobilidade ganhou popularidade nos últimos três anos, especialmente no segmento bancário, onde a preferência subiu de 9% para 30% e se tornou uma espécie de solução universal.
Oitenta por cento da experiência digital bancária ocorre nos dispositivos móveis e, embora o modelo não tenha superado os níveis de preferência pelas agências físicas, está ganhando terreno rapidamente. Por quê? O motivo é que a tecnologia se transformou em um aliado imprescindível para o setor bancário, não só para temas fundamentais como a segurança, mas também em virtude da agilidade e das opções eficientes de serviços financeiros oferecidos para os clientes.
E estamos falando de serviços básicos, como consultas de saldos e movimentações, pagamentos e transações, transferências eletrônicas, serviços bancários online; além de sistemas de segurança financeira, consultoria online, simuladores de crédito e moedas eletrônicas, só para citar alguns deles.
As empresas de tecnologia da informação, cientes dessa realidade, especializaram-se ou concentraram seus esforços em um segmento de negócio denominado Tecnologia Financeira ou FinTech. Uma prova disso é que em 2015, o investimento global nessa área alcançou os 20 bilhões de dólares.
Isso foi possível porque o banco móvel, uma das mais robustas realizações da FinTech, é o reflexo da preferência do consumidor. Um consumidor que aumentou 940% (nos últimos cinco anos) suas interações móveis com os bancos. Um grupo de consumo que irá superar os 2 bilhões de usuários de smartphones em 2016 e que em 2020 alcançará 6 bilhões.
Todos esses números permitem assegurar que a mobilidade é inevitável e ocorre por razões de conveniência: rapidez, agilidade, facilidade e conveniência. Os clientes das agências bancárias físicas têm o dobro de probabilidade de migrar para os serviços de telefonia móvel e, assim que interagem digitalmente com seu banco, são duas vezes mais propensos a continuar utilizando a plataforma digital. Além disso, o banco móvel é constantemente considerado o canal preferido pelos usuários. Afinal, ele oferece a comodidade de ter os serviços de seu banco na palma das mãos.
Os benefícios para as instituições financeiras que oferecem soluções móveis também são consideráveis. Reduzem os custos operacionais graças à automatização/digitalização e à migração de transações e aumentam as receitas devido aos seguintes fatores: novas ofertas e produtos, novos modelos de negócios e vendas digitais.
Surpreendentemente, em mercados como os Estados Unidos, apenas 10% das instituições financeiras oferecem serviços de pagamento móvel, 43% não planejam oferecê-los e 47% têm planos de oferecer em um ou dois anos. No entanto, mercados como o europeu e o asiático demonstram uma grande presença das plataformas digitais.
Necessidades do mercado
É verdade que criar uma solução bancária móvel exige trabalho. É preciso desenvolver os aplicativos, a infraestrutura, os serviços de consultoria e avaliação. Além disso, alcançar o equilíbrio perfeito entre experiência e segurança para o cliente é algo imprescindível. As instituições financeiras focadas em inovação não perdem sua competitividade e obtêm os melhores resultados.
Como fazer isso? Com um parceiro tecnológico que entenda suas necessidades e seu mercado. Esse é o ponto principal, já que, se a escolha for bem feita, os provedores de tecnologia poderão oferecer conhecimento e auxiliar as instituições a implementar soluções bancárias seguras para:
Redefinir os processos empresariais e consolidá-los com as novas tecnologias SMAC: social, mobility, analytics e cloud computing.
Modernizar as antigas plataformas de banco online para dar uma resposta com mais rapidez às oportunidades comerciais.
Modificar as infraestruturas dos data centers para oferecer serviço de melhor qualidade e reduzir custos.
Evitar ataques cibernéticos e outras violações de segurança, que mancham a reputação e geram grandes custos.
Estamos na Era do Cliente. Ele é o centro de tudo. O entorno, as necessidades, o comportamento de consumo, as preferências, as metas e as finanças do cliente devem definir o norte do ecossistema econômico. Por isso, não tenho receio em afirmar que o banco deve redefinir as regras do jogo, fornecer um serviço que atraia os usuários, entender aonde eles querem ir e acompanhá-los nesse processo.
* vice-presidente para Indústria Financeira e Líder de Enterprise Solutions da Unisys para América Latina
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