por Yuri Menck*
Quando falamos em Banda Larga é interessante observar o contraste que temos hoje entre gerações. Vivemos um momento onde convivem no mercado aqueles que tiveram sua formação acadêmica em um mundo sem celulares nem Internet, e os primeiros de uma leva totalmente digital, que desde os primeiros anos escolares conviveram com algum tipo de acesso e tiveram toda a faculdade já com a web disponível em bandas na casa de mega bits por segundo. Para estes últimos quase não faz sentido imaginar um mundo sem a postagem de fotos, comentários e curtidas ao longo do dia. Parece impossível acreditar, mas nem sempre foi assim.
Essa Banda Larga fartamente disponível em velocidades que permitem o consumo de vídeo e áudio sob demanda é uma realidade recente e ainda não para todos. A Comissão de Banda Larga da ONU estima que mais de 40% da população mundial tem acesso à tecnologia, e isto pode chegar a metade da população mundial em dois ou três anos. Os dispositivos móveis representam um forte acelerador nesse processo, chegando a ser três vezes maior que o acesso fixo.
Na América Latina existe uma forte consciência de que a banda larga é um recurso valioso para reduzir as desigualdades. A Internet pode levar informações e serviços, que ficariam confinados nos grandes centros, a populações dispersas. Um estudo do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) mostrou que um aumento de apenas 10% na penetração de serviços de banda larga na região significaria um aumento médio de 3,2% no Produto Interno Bruto (PIB) de um país, impactando também a produtividade, que poderia crescer cerca de 2,6%.
O crescimento do Brasil tem sido extremamente promissor, alcançando uma média de 2 novos usuários por segundo, do ano passado para cá. Somente neste último bimestre, encerramos julho com 25,1 milhões de acessos à banda larga fixa, adição de 151 mil acessos na comparação com junho, e em agosto com mais 131 mil acessos em comparação a julho, segundo a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
Quando se fala em expansão da banda larga, diferentes atores, nem sempre unidos em seus objetivos individuais, acabam por atingir um objetivo comum. O Governo, com os planos de expansão de acesso, as operadoras com seus objetivos de crescimento de negócios, os pequenos provedores locais, com seus objetivos de explorar mercados mais afastados e não atendidos. Todos juntos fazem a Internet chegar a cada vez mais lares e pequenos negócios, a preços mais convidativos e em velocidades maiores.
A Banda Larga ainda é um mercado promissor em todo o mundo e especialmente em nosso país. Uma ferramenta capaz de acelerar o próprio crescimento e de outros setores da economia, disseminando conhecimentos básicos, ajudando a formar novos profissionais, ou mesmo levando serviços e produtos a novos mercados.
*Yuri Menck é Gerente de Marketing Estratégico e Comunicações da Level 3 no Brasil