* Por Marco Stefanini
O dia 24 de junho passou a ter um novo significado para o mundo. Por mais que a votação do referendo no dia anterior estivesse apertada, muitas pessoas se surpreenderam com a decisão de 52% da população pela saída do Reino Unido da União Europeia. O resultado ainda gera incertezas políticas e econômicas, até porque é preciso um mínimo de dois anos para se concretizar a separação.
Para alguns especialistas, a saída britânica será um duro golpe ao projeto europeu, que vem sendo construído desde o pós-Segunda Guerra Mundial. A União Europeia é, atualmente, o maior bloco econômico do mundo, conhecido pela livre circulação de bens, pessoas e mercadorias, além da criação de uma moeda única. Países como Dinamarca e Inglaterra preferiram manter suas moedas nacionais, mas os demais foram adotando o euro de maneira gradativa.
Com o resultado do Brexit, como ficou conhecido o referendo, essa concepção de um grande bloco econômico europeu é colocado em xeque. Parece que uma nova ordem – ou desordem – mundial está surgindo, com a ameaça de um efeito dominó junto a outros países. Qual será o impacto de tudo isso? Há quem aposte no enfraquecimento do bloco, com uma queda do crescimento econômico na zona do euro de 0,6 ponto percentual no próximo ano. Há quem diga que muita água vai rolar nesta ponte e que o cenário pode não ser tão desolador, como se apresenta num primeiro momento.
Adaptação ao cenário
Para as empresas brasileiras que investem no Reino Unido e em outros países europeus, a dica é avaliar com cautela o cenário e não tomar nenhuma medida precipitada. Como tudo na vida há dois lados, um fator que pode ser positivo para o País é a possibilidade de ampliar seu poder de barganha. Em vez de negociar apenas com um bloco, o Brasil estabelece uma relação direta com o Reino Unido, se beneficiando – de imediato – da exportação de produtos do mercado primário, que antes sofriam com barreiras impostas pela UE.
Mais do que nunca, as multinacionais brasileiras deverão utilizar o poder inerente de resiliência para se adaptar ao novo cenário. Pensar em uma política direcionada para comunidade europeia e, ao mesmo tempo, compreender melhor o novo posicionamento do Reino Unido nas relações internacionais pode ser o melhor caminho. O importante é não esperar pela tempestade e agir já!
* CEO Global do Grupo Stefanini
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