Não está fácil a vida dos publicitários que tentam pegar onda na radicalização política que varre o mundo. Aqui no Brasil, o caso mais emblemático foi o da Amazon tentando se promover diante de ações polêmicas do prefeito de São Paulo, João Dória. Já nos Estados Unidos, o alvo da vez é a Pepsi, que divulgou nova peça comercial na qual mostra protestos de rua com a modelo Kendall Jenner. O vídeo recebeu críticas de conservadores e liberais.
A acusação unânime é que a empresa aproveitou um momento político delicado para tentar se promover e não foi feliz. Os argumentos dos conservadores é que a fabricante de refrigerante tenta passar a ideia de que as pessoas podem protestar na rua por qualquer “bobeira” ou estão incentivando protestos contra o governo (no caso, de Donald Trump, nos EUA). Já os liberais fizeram críticas duras ao modo como as manifestações que por vezes envolvem confrontos com forças policiais, prisões e agressões sofridas, foram transformadas em algo banal como o direito de tomar uma bebida.
A peça em si é bem produzida. A modelo e estrela da TV, Kendall Jenner aparece como uma alienada enquanto pessoas fazem protesto nas ruas. Em determinado momento, ela sente-se atraída por um jovem manifestante e vai participar do ato. Há um momento no qual ela supostamente desafia a ordem estabelecida e oferece o refrigerante aos policiais.
O vídeo passou pelas mais diversas problematizações na internet durante essa terça-feira, 4 de abril. Chegou a ficar algumas horas entre os três principais tópicos de discussão do Twitter.
Tá cada vez mais difícil pra nós, publicitários, trabalharmos com liberdade de criação | Propaganda da Pepsi (…)
— AMINY GUSMÃO 💡 (@aminygusmao) April 5, 2017
https://twitter.com/JamilahLemieux/status/849400826284167168
the new @Pepsi ad evoking imagery of @IeshiaEvans in Baton Rouge is total exploitative brand social activism bs 👋🏼 pic.twitter.com/YzAFtWEzDO
— Sherry (@slchen_) April 4, 2017
O comercial gerou ainda várias recordações de comerciais antigos da empresa e dos concorrentes, sempre com a comparação de que a nova peça é de extremo mau gosto. Memes também surgiram aos montes, mostrando latinhas do refrigerante nas mãos de policiais em protestos reais.
A modelo havia divulgado, em seu perfil nas redes sociais, que o comercial seria algo que agradaria o público. “O espírito da Pepsi – vivendo no momento” agora “- é o que acredito”, disse . “Eu faço um esforço consciente em minha vida cotidiana e viajo para desfrutar de cada experiência de hoje.” Ela ainda não comentou sobre a controvérsia.
A empresa divulgou nota dizendo que não via problema no modo como a peça foi roteirizada e apenas aproveitou o clima de protestos no mundo para mostrar que as pessoas podem exigir mudanças.
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