Imagine viver em uma cidade onde ambientes urbanos são mais seguros e eficientes, o trânsito flui sem percalços, onde haja estacionamentos e pedágios livres e em que o que possibilitaria o cidadão a poupar cerca de 125 horas de seu tempo, aproximadamente 5 dias por ano. [read more=”Continuar lendo…” less=”Menos”]
De acordo com um recente estudo da Juniper Research, milhões de sensores e sistemas conectados fariam isto possível.
O estudo classifica as 20 principais cidades inteligentes ao redor do mundo com base em quatro índices – mobilidade, saúde, segurança pública e produtividade – para revelar como elas geram resultados positivos para os habitantes, entre eles eficiência, produtividade, recompensa de tempo, ruas mais seguras, acesso democratizado a serviços públicos e a melhor saúde para as pessoas.
O recorde de pior congestionamento de trânsito do mundo pertence à cidade de Pequim em agosto de 2010, quando os carros se enfileiraram por 62 milhas por surpreendentes 12 dias, mas passageiros estressados podem ser encontrados em qualquer lugar nos horários de pico.
Levando em consideração a previsão da ONU de que dois terços da população mundial residirão em megacidades populosas até 2030, pesquisadores devem examinar a promessa das “cidades inteligentes” que devem ajudar as pessoas a prosperar em ambientes urbanos altamente desafiadores.
“Os analistas tendem a se concentrar em fundamentos técnicos da construção de um mundo centrado em dados”, afirma Windsor Holden, chefe de previsões & consultoria da Juniper Research. “Também é importante documentar as experiências pessoais resultantes de comunidades e processos conectados. A mudança mensurável acontece quando os silos são quebrados e as agências públicas são capazes de interagir.”
Exemplos atuais das melhores práticas e resultados em cidades inteligentes são:
Mobilidade: O estudo determinou que com sistemas integrados e inteligentes, estradas mais seguras, estacionamento direcionados e livres de problemas e pagamentos de pedágios podem economizar 125 horas por ano para motoristas que, caso contrário, ficariam presos em seus carros.
De acordo com o Fórum Econômico Mundial4, essa infraestrutura de transporte baseada em IoT abrange diferentes avanços, como veículos autônomos, parcerias público-privadas para compartilhamento dos meios de transporte, semáforos com sensores, roteamento de tráfego via GPS e beacons para alerta de emergência.
Pesquisadores relatam que um único fator gerador de congestionamentos pesados faz com que motoristas percam 70 horas por ano. Mais carros nas ruas também geram mais poluição – emissões em todo o mundo provocadas por veículos levam a 3 milhões de mortes por ano, de acordo com a Organização Mundial da Saúde.
O importante, dizem os analistas, é reduzir o número de carros nas ruas e ampliar o uso eficiente dos recursos com compartilhamento dos meios de transporte (também chamado de mobilidade como serviço), veículos elétricos, carros autônomos (sem motoristas) e serviços de transporte do tipo crowdsourcing.
Saúde: O relatório contrasta a probabilidade de hospitais superlotados e grandes períodos de espera para admissão com um sistema combinado de saúde pessoal e digital. Aplicativos com wearables capazes de monitorar a pressão arterial, a tolerância à dor e a temperatura corporal vão ajudar a gerenciar condições crônicas sem intervenção hospitalar.
A “telemedicina” permitirá que pacientes com gripe contagiosa, por exemplo, evitem o consultório médico e passem por exame através de um link de vídeo de alta velocidade. Tudo, do diagnóstico à prescrição, sem sair de casa.
O programa DigitalHealth de Londres, por exemplo, vai mais longe, integrando wearables com balanças conectadas e bicicletas públicas gratuitas para incentivar exercícios ao ar livre, resultando em menos casos de diabetes tipo 2.
Segurança: Uma combinação de análise preditiva e câmeras de TV em circuito fechado pode identificar bairros com incidentes anteriores de incêndio, inundação, violência com armas ou crimes de rua para que a polícia possa atribuir patrulhas com eficiência.
Dados em tempo real associados a redes de tráfego podem definir rotas mais rápidas para veículos de emergência. A cidade de Nice, na França, é um exemplo de como a videovigilância inteligente por vídeo pode dar respostas rápidas a acidentes, multidões em pânico e pacotes potencialmente perigosos.
Alertas de emergência via Twitter, SMS e aplicativos para smartphones estendem o alcance das transmissões de TVs, rádios ou alarmes públicos.
Produtividade econômica: Portais online para agências municipais com acesso aberto a dados digitalizados reduzem o tempo de espera e o índice de frustração para futuros empresários. Em muitas cidades inteligentes, cidadãos podem se conectar ao 311.org (como o telefone 911 para emergências) para verificar o trabalho de reparos de buracos, postes quebrados ou serviços de saneamento.
O LinkNYC de Nova York está substituindo os antigos telefones públicos por 7.500 pontos de acesso Wi-Fi de banda larga em cinco bairros. Lojas de varejo estão migrando para sistemas sem dinheiro que reduzem as filas para pagamento e o risco de roubo, além de simplificar a contabilidade no final do ano.
Onde encontrar cidades inteligentes
As cinco principais cidades que têm promovido grandes esforços para integrar tecnologias interativas e inteligentes são Cingapura, Londres, Nova York, San Francisco e Chicago, de acordo com o estudo.
Enquanto Cingapura ocupa o primeiro lugar em todos os índices, regiões específicas lideram em áreas individuais: por exemplo, três das cinco principais cidades no segmento de saúde estão localizadas na Ásia (Cingapura, Seul, Tóquio).
“As cidades são motores da atividade econômica e de inovação, portanto temos de torná-las mais resilientes e responsivas”, afirma Sameer Sharma, gerente global (de soluções IoT para cidades inteligentes) da Intel. “Cada cidade está em uma fase diferente em termos de capacidade para se conectar a esse topo de infraestrutura. Parcerias entre urbanistas, governos, empresas privadas, OEMs, desenvolvedores de software e startups estão criando um novo ecossistema de mobilidade que capacitará cidadãos e, ao mesmo tempo, reduzirá nosso impacto ambiental”, acrescenta.
Reimaginando o futuro
O modo como cidadãos vão escolher usar o tempo poupado quando se vive em cidades inteligentes ainda precisa ser entendido, mas é claramente uma questão de escolha pessoal. Poderia ser usado no lazer, em momentos com familiares e amigos ou para aumentar a produtividade.
De qualquer forma, 120 horas extras por ano têm um impacto significativo na vida de uma pessoa e levantam a questão: as cidades inteligentes serão a porta de entrada para a tão debatida semana de quatro dias de trabalho? As possibilidades são infinitas, e o futuro que as cidades inteligentes podem proporcionar tem um grande potencial.
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