Por Renato Carbone *
Com o avanço da internet e da tecnologia, o volume de informações gerado cresceu de forma exponencial. As empresas foram obrigadas a entrar na era do desafio do Big Data, na qual a ordem é: gerar, armazenar, filtrar e analisar dados.
Mas, ao contrário do que se imaginava inicialmente, um volume alto de informações não é, necessariamente, útil para as empresas. Isto porque o contexto é importante. Ter o maior banco de dados possível, mas não saber o que fazer com ele, não vai ajudar no processo de tomada de decisões.
Para que isso aconteça, o que vem ganhando corpo nas empresas é o Small Data, ou em tradução livre, ‘pequenas informações’. Estamos falando de um recorte desse banco de dados que pinça os dados mais pertinentes e, em conjunto com a Inteligência Artificial, processa tudo em tempo real e traz respostas mais assertivas, com parâmetros e aprendizados constantes. Com o tempo, essas informações começam a ser preditivas, possibilitando que a tomada de decisão se antecipe ao resultado final.
Para épocas como o final de ano, na qual o varejo tende a investir mais em métodos para atrair a clientela a comprar, o Small Data pode ser de grande valia. Isso pois sempre que nos aproximamos de algum evento ou período no qual sabemos que haverá uma procura mais acentuada do nosso produto ou serviço, precisamos revisitar a nossa estratégia de tomada de decisão a partir de dados.
Os KPIs (sigla em inglês para o termo Key Performance Indicator, que significa indicador chave de desempenho) ganham muito mais força nestas datas: através do Small Data, o varejista tem como captar o tempo de navegação do consumidor, as páginas que acessou, os produtos nos quais clicou, marcou como favorito, etc. No fim de ano, temos um fator muito importante que é o 13º salário. Com mais dinheiro disponível por parte de quem compra, ticket médio, itens na cesta e outros dados ganham relevância – e, por isso, precisam de ações específicas para serem estimulados.
A mentalidade de Small Data pode ajudar o varejista a priorizar a coleta de dados mais efetivos para a tomada de decisão (caso ele hoje não colete dados ou colete poucos dados como, por exemplo, no caso das lojas físicas).Pensando no desafio para o fim do ano, o ideal seria o varejista elencar quais são ou qual é o KPI de negócio mais relevante. Depois desta experiência, o próximo passo é definir que outros KPIs podem ser agregados a este ciclo de avaliações. Ou ainda, qual dos índices chave de desempenho que já foram avaliados e que já estão sob controle, poderão ser terceirizados para que as máquinas tomem decisões e executem as correções de rotas necessárias? Desta forma, o empresário conseguirá extrair mais valor dos dados colhidos e terá mais possibilidade de transformá-los em vendas.
* Renato Carbone é gerente de planejamento na Valuenet Incentive Solutions