O mercado de tecnologia da informação (TI) vive grandes transformações com novos modelos chegando e os clientes querendo uma transformação. Mas uma coisa parece que não muda nunca, quando uma marca é comprada por outra maior, o receio de que a adquirida desapareça está sempre presente no inconsciente coletivo. E pelo histórico de algumas compras e modo de agir das companhias, é possível dar ouvidos a esses porta-vozes da condenação de soluções existentes. O mais novo deles é o co-fundador da Documentum, John Newton, que, ao tentar iniciar uma polêmica, nos lembra como são as coisas no mundo da TI.
Em entrevista ao site eWeek, o executivo diz que a Documentum está “condenada” a desaparecer aos poucos após ter sido comprada pela OpenText. O negócio foi realizado na semana passada e a canadense OpenText pagou US$ 1,62 bilhões para a Dell EMC. Antes, a EMC – que foi comprada pela Dell no maior negócio da TI já realizado – havia adquirido a marca de gestão de documentos, em 2003.
Tanto interesse significa sem dúvidas que as soluções são boas. Mas se elas deverão continuar dentro do portfólio da nova dona, Newton aponta como sendo outra história. “Há um padrão com o qual OpenText opera”, disse Newton à eWEEK. “Eles fazem o mínimo de manutenção no produto, então eles fornecem os próprios para a base instalada, como um upsell, ou movem os usuários para novos produtos”. O executivo também publicou uma análise no blog de sua nova empresa apontando cenários da aquisição da Documentum.
História e futuro
Newton fundou em 1990 a Documentum com Howard Shao. A empresa cresceu principalmente após 1993, quando um novo CEO com visão de marketing transformou a marca de uma startup em uma empresa de software reconhecida e grande. Hoje, Newton é executivo da Alfresco, outra marca do ramo de ECM, da qual foi co-fundador também. É uma espécie de autoridade no assunto e viu ambas as empresas que criou passarem do simples controle de papelada corporativa para uma gestão de informações, do ECM (Enterprise Content Management para o EIM (Enterprise Information Management) e botando um pé no big data e digital.
Certamente esse é o destino da Documentum, virar uma solução para o mundo dos grandes volumes de dados e informações não estruturadas com a marca OpenText. A canadense já se posicionou que deseja ser a número um nesse ramo que sai do ECM para o big data. O CEO e CTO da OpenText, Mark Barrenechea, disse que sua empresa oferecerá aos clientes um meio de acelerar a adoção de um ambiente de negócios totalmente digital.
A polêmica é interessante para lembrar como funciona o mundo ada tecnologia, suas estratégias e aquisições (que parecem longe de esfriar nos próximos anos). Mas as opiniões de Newton não chegam a ser uma acusação, são apenas descrições de como as empresas agem. A própria Documentum exibia uma lista de mais de 10 compras de marcas que a ajudaram a construir a reputação de mercado que desfrutou por anos.
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