Em 09 de setembro é celebrado o Dia Nacional e Latino-americano da Epilepsia, instituído há 18 anos durante o I Congresso Latino-Americano de Epilepsia para marcar a importância da promoção do tema para o melhor entendimento e tratamento da doença.
O neurocirurgião especialista pela Sociedade Brasileira de Neurocirurgia, Dr. Luiz Daniel Cetl, explica que aproximadamente 75% dos casos têm início ainda na infância, sendo que as causas são desconhecidas em quase 50% das pessoas. “Pela própria natureza de desconhecimento da causa é que surgem mitos a respeito da doença, alguns ainda arraigados em preconceitos”, declara.
Para ajudar a esclarecer e conscientizar a respeito da Epilepsia, o médico listou alguns mitos e verdade sobre a doença. Veja a seguir.[read more=”Continuar lendo…” less=”Menos”]
1 – A epilepsia é uma doença mental: mito
A epilepsia se caracteriza por uma doença neurológica, caracterizada por uma disfunção que ocasiona descargas elétricas fora do padrão e de forma excessiva em regiões do cérebro, gerando crises convulsivas e involuntárias que afetam a consciência, sensibilidade e controle muscular. As crises podem ser focais ou generalizadas, dependendo da origem das descargas elétricas no cérebro.
2 – É possível ter uma vida normal com epilepsia: verdade
Sim, embora cada caso deva ser analisado individualmente sob a capacidade de controle das crises, na grande maioria dos casos as pessoas com epilepsia podem desenvolver atividades normalmente, tendo pleno desenvolvimento social e profissional. Como exemplo de grandes personalidades com a doença, podem ser destacados o pintor Vincent van Gogh, os escritores Fiódor Dostoievski e Machado de Assis, e o imperador D. Pedro I.
3 – A epilepsia é transmissível: mito
Por não ser uma doença infecto contagiosa, mas sim neurológica que envolve essencialmente uma disfunção sobre a conexão dos neurônios com resultado de descargas elétricas anormais, não é transmitida de pessoa para pessoa por contato, ar, ou qualquer outro meio externo.
4 – Convulsão é o mesmo que epilepsia: mito
A crise epiléptica convulsiva, em que o paciente pode cair contraindo a musculatura de todo o corpo, salivando e mordendo a língua, é apenas um dos aspectos da epilepsia e ela não define a doença por si só. Ou seja, nem todo episódio de convulsão é sintoma ou crise da epilepsia.
Para classificar uma crise convulsiva como sintoma deste transtorno, é preciso que haja uma ocorrência mínima de duas ou mais crises convulsivas em um mesmo ano, sem manifestação de febre, ingestão de álcool, intoxicação por drogas ou abstinência destas drogas durante esse período.
5 – Epilepsia não tem cura: verdade
Devido ao desconhecimento de sua causa, ainda não é possível falar em cura para a doença. No entanto, com o tratamento à base de medicamentos, é possível manter a doença com os sintomas inertes. Em alguns casos, quando não há uma resposta tão positiva para o controle das crises convulsivas, o paciente pode ser indicado a alguns tipos de cirurgia. São elas:
Ressectiva: indicada para casos em que se sabe o foco cerebral das descargas que ocasionam a crise da epilepsia e é possível remover a zona de início ictal (local do ataque súbito).
Desconectiva: quando a origem da descarga é de apenas um lado, consegue-se a separação entre os dois hemisférios, para que as descargas não passem de um lado para o outro.
Estimulação do nervo vago
Coloca-se um implante de eletrodo no nervo vago ligado a um estimulador (marca-passo) inserido na região da clavícula, recebendo impulsos elétricos programados. Normalmente são feitos 30 segundos de estimulação a cada 5 minutos, podendo variar de acordo com o caso. Estes sinais são replicados para o cérebro, interferindo na frequência das crises epiléticas.
Para saber mais sobre a epilepsia, acesse o infográfico Tudo Sobre Epilepsia e assista o vídeo Epilepsia de A a Z abaixo.
[/read]INSCREVA-SE NO CANAL DO YOUTUBE DO VIDA MODERNA
Veja também
Cães são utilizados para tratamento de doenças emocionais
Sarampo: tire aqui as principais dúvidas sobre a doença
Doença do corredor afeta até 12% das pessoas que praticam o esporte