* por Paulo Costa
Consumidores mais exigentes e mercados extremamente voláteis e disputados. Neste cenário de grandes desafios, os processos de produção tornam-se cada vez mais complexos. Os fabricantes precisam ter o controle total do processo de produção, para evitar desperdício, reduzir custos, serem mais ágeis, garantir a qualidade e manter sob controle todo o ciclo de vida de seus produtos.
Para gerenciar este ambiente adverso, o virtual e o real devem caminhar cada vez mais de forma conjunta dentro das indústrias, como um espelho um do outro. Ao lado da fábrica real, o conceito de digital twin (gêmeo digital) desempenha um papel essencial no futuro da manufatura. Este termo é utilizado para descrever uma cópia digital que é criada e desenvolvida simultaneamente com uma fábrica real – de preferência, desde o seu projeto.
Um exemplo? O sistema inovador de transporte da fabricante alemã de máquinas Optima foi mapeado digitalmente. A empresa produz equipamentos para produção de embalagens para várias indústrias e adotou um sistema de mecatrônica que pode ser testado, desenvolvido e validado digitalmente. Isto permite que as ideias sejam avaliadas e aprimoradas antes mesmo que a fabricação comece.
Os dados da máquina real foram carregados no modelo durante a fase de projeto. Isto resulta em um gêmeo digital que permite a simulação de mudanças de operação e fluxo de produto ao longo de todo o ciclo de vida da máquina.
Com o uso de uma conexão à nuvem computacional, é possível avaliar dados de indicadores principais de performance, como itens produzidos, análise de tempo de inatividade, taxa de falhas e dados de energia. Ao utilizar ferramentas para a digitalização do ciclo de vida da máquina, o usuário ganha flexibilidade na fase de projeto e operação.
O gêmeo digital surge como um dos pilares de uma nova revolução, batizada de Indústria 4.0, número que faz alusão às mudanças históricas impulsionadas anteriormente pelas máquinas a vapor, pela eletricidade e pela automação.
Robôs e softwares
Nesta indústria, as várias etapas de produção de um equipamento estão conectadas, com robôs e softwares de gerenciamento identificando alterações que acontecem no processo e tomando as medidas necessárias.
Com esta digitalização, é possível oferecer processos eficientes de automação, reduzir o desperdício e o tempo de produção, além de agregar valor e permitir a oferta de produtos diferenciados.
Cabe às empresas que oferecem os softwares necessários para a criação do gêmeo digital sempre demonstrar, com exemplos concretos, como a cópia digital das máquinas reais e suas capacidades de simulação tornam os processos de negócios de seus clientes mais flexíveis e eficientes. E muitos destes recursos já estão disponíveis atualmente. Não é preciso esperar pelo futuro.
* Paulo Costa é vice-presidente para a América do Sul da Siemens Industry Software
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