Criança também pode ser alérgica a chocolate. E na Páscoa, como faz?

…leite (ou, melhor dizendo, as proteínas do leite, que estão entre os principais ingredientes do chocolate), os frutos secos (como as castanhas, amendoim, nozes etc.), o trigo, a cafeína, o ovo, a soja e também os corantes, conservantes e essências. A alergia ao cacau em si é mais rara e pouco frequente.

As alergias alimentares são mais frequentes nas crianças, com quem o Coelhinho da Páscoa customa ser mais generoso. Mas devemos estar atentos às diferenças entre uma alergia e a Intolerância a determinado alimento, que afetam o organismo de formas bastante distintas:

Intolerância
É a sensibilidade que se tem a determinado alimento (ou ingrediente) ao nível do sistema digestório, normalmente devido à deficiência ou ausência de enzimas específicas, dificultando sua metabolização. A intolerância à lactose é a mais comum e estima-se que atinja 70% das pessoas, em maior ou menor grau. Manifesta-se com sintomas como diarreia, náuseas, dores abdominais etc.

Diante da suspeita de uma reação alérgica ou intolerância a qualquer alimento, procure um médico e realize os exames para comprovação do diagnóstico e tratamento correto.

Sim! Se o seu filho passa mal ao comer chocolate, é muito importante que você saiba que a origem da indisposição pode estar especificamente em um dos ingredientes, principalmente nas proteínas do leite.

Tenha em mente que a alergia a chocolate pode ser, na verdade, alergia a alguns desses ingredientes:

Leite, que está presente na maioria dos chocolates. São as proteínas do leite
ou seus derivados que causam as alergias alimentares mais frequentes.

Corantes, conservantes, essências e aromatizantes também
podem provocar reações adversas, entre elas, as alergias.

Trigo e glúten. O recheio de alguns tipos de ovos de Páscoa é feito com uma pasta
que utiliza farinha de trigo ou malte de cevada e as proteínas desses cereais podem causar alergias.

O café pode estar presente em pequenas quantidades, especialmente nos chocolates
mais escuros e podem causar reações alérgicas, mas são bem mais incomuns.

Milho – Usado em chocolates brancos sob a forma de um xarope de glucose derivado do milho, mais barato e tão versátil quanto o açúcar, além de impedir a cristalização de doces, mas que pode também gerar reações alérgicas.

Então pode ser alergia ao leite?
Sim. De acordo com a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia, vários estudos mostram que é muito mais comum a criança ter alergia ao leite, ao ovo, aos corantes, essências, castanhas, etc, presentes no chocolate, do que ao cacau propriamente dito. A alergia ao cacau é bastante rara e incomum.

O pediatra Dr. Marcelo Luis Ribalta, médico do portal Nossos Doutores,  explica que “a alergia a chocolate, que é uma alergia alimentar como qualquer outra, acontece por uma situação de hipersensibilidade: o sistema imunológico produz anticorpos e histamina em reação a determinados alimentos, agindo como se eles fossem potencialmente perigosos. É como se o organismo se defendesse de “forma exagerada”, levando à reação alérgica.”, ensina.

Heranças genéticas, hábitos alimentares, condições de higiene, faixa etária e algumas vezes, até consequências de doenças infecciosas, podem ser fatores que levam uma pessoa desenvolver uma alergia alimentar.

Entre os possível sintomas de uma alergia alimentar, inclusive da alergia ao chocolate, estão:

O pediatra destaca ainda que, se após a ingestão do chocolate seu filho começar a apresentar algum desses sintomas, deve-se procurar um médico com rapidez.

Tratamento
Seu filho tem mesmo alergia a chocolate. Qual é o tratamento?

Em geral, se foi diagnosticada alergia a chocolate ou a qualquer um dos seus componentes, a principal estratégia é evitar os causadores da alergia. Siga à risca as orientações médicas ou do nutricionista, pois eles indicarão quais alimentos podem ser consumidos e quais devem ser evitados. Esta não é uma tarefa tão simples e requer alterações na rotina do seu filho e na sua.

Nos casos de alergia aguda e severa os médicos poderão administrar medicamentos anti-histamínicos para reduzir rapidamente os sintomas.

Mas lembre-se: só um médico pode prescrever medicamentos.

A ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) entende que o acesso a informações adequadas sobre a presença dos ingredientes no rótulo dos alimentos é essencial para proteger a saúde de indivíduos com alergias e, por isso, regulamenta a rotulagem de alimentos alergênicos. Habitue-se a ler cuidadosamente os rótulos de todos os alimentos, identificando os ingredientes a serem evitados. Você pode – e deve -consultar o Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) do fabricante do produto para esclarecer qualquer dúvida.

Segundo ela, felizmente as pessoas com alergia a chocolate têm atualmente opções de produtos sem componentes alergênicos, ideais para quem não consegue nem imaginar abrir mão desta guloseima tão apreciada por crianças, jovens e adultos, principalmente na época da Páscoa.

Ela destaca que “existe, por exemplo, uma vagem comestível, chamada alfarroba, cuja polpa, após torrada e moída, origina um pó, que é utilizado para substituir o cacau. Seu sabor, cor e textura são muito semelhantes aos do chocolate tradicional e é naturalmente doce, 90dispensando a adição de açúcar.”, ensina a Dra. Paula.

Alfarroba: boa alternativa para quem tem alergia a chocolate

Segundo ela isto representa uma vantagem, pois torna o alimento menos calórico. A nutricionista destaca também que “doces com alfarroba também não possuem lactose, que é justamente o ingrediente que mais causa alergias ou intolerância”.

Alguns grandes fabricantes também já produzem chocolates meio amargos, com 50% de cacau, zero lactose ou zero glúten, assim como os que substituem o leite pela soja, que são boas opções para quem tem alergia a chocolate.

Os tipos de teste mais comuns são:

Aproveite a Páscoa. Mas com moderação!
O pediatra Dr. Marcelo Luis Ribalta lembra que a Páscoa é uma das épocas mais aguardadas pelas crianças e que, mesmo aquelas que têm intolerância ou alergia a chocolate, podem ficar satisfeitas, sem correr riscos.

Ele lembra que a família pode, por exemplo, substituir o chocolate por outras guloseimas, como pirulitos, balas de goma, entre outros, como se faz no Halloween. Mas, segundo ele, é importante não abusar: “Hoje, mais de 30% da população infantil já apresenta sobrepeso ou obesidade. A Páscoa é uma época muito gostosa e doce, mas o consumo não deve ser excessivo, para não prejudicar a saúde das crianças, nem gerar hábitos que possam transformá-las em jovens e adultos obesos”, defende o médico.

Com informações do Portal Nossos Doutores
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