Home CORPORATE ARTIGO Desafios e oportunidades na implantação de salas de aula digitais

Desafios e oportunidades na implantação de salas de aula digitais



* Por Hilmar Becker

O debate sobre o uso de tecnologia nas escolas tem se acirrado nos últimos anos, com opiniões contra e a favor da criação das chamadas “salas de aula digitais”. De acordo com pesquisa da Fundação Lemman, 92% dos professores brasileiros veem com bons olhos a adoção de materiais didáticos e salas de aulas digitais de qualidade. Porém, não basta colocar computadores ou tablets. Além das questões didáticas, é necessário investimento em infraestrutura de rede, para que as unidades de ensino estejam preparadas para a mudança.

Historicamente, as salas de aula refletem o mundo dos negócios como, por exemplo, a escola de uma sala só, muito comum nos Estados Unidos durante a sociedade agrária, mas que perdeu espaço para atender às necessidades da revolução industrial, colocando os estudantes divididos de acordo com a série escolar e em fileiras de carteiras, como na linha de montagem de uma fábrica.



Hoje, a maioria das empresas conta com espaços colaborativos, nos quais os funcionários trabalham em equipe, alternando os papéis de liderança e de colaboração. Naturalmente, as unidades de ensino estão evoluindo para preparar os alunos para essas exigências do mercado de trabalho, transformando as salas de aula em ambientes mais interativos, com o aprendizado baseado em projetos e com a mudança na percepção: em vez de estudantes e professores, “aprendizes” e “facilitadores”.

Portanto, há uma mudança em curso e os próximos anos serão fundamentais para que o conceito de sala de aula digital ganhe escala. E esse crescimento passa por uma convergência de fatores.

Os currículos digitais já chegaram. Quando a conversa sobre as salas de aula digitais começou, a visão era animadora, mas os professores sentiam falta de informações e da identidade digital para poder fazer isso acontecer. Então a pesquisa sobre currículos digitais começou e hoje muitas opções credenciadas estão à disposição.

Conhecimento tecnológico do educador atingiu massa crítica. Todo mundo sabe que os smartphones e tablets trouxeram uma mudança fundamental às sociedades no mundo inteiro. Isso também chegou à educação. Pertencem ao passado os dias que somente os professores mais novos se animavam com a tecnologia. Hoje, o smartphone é amplamente utilizado em todas as faixas etárias e classes. Porém, isso não dispensa o valor da formação profissional. A necessidade do treinamento continua a ser crucial.

Dispositivos móveis como ferramentas de ensino. Ao contrário dos computadores de mesa, que os os estudantes tinham que compartilhar durante as aulas, os dispositivos móveis mostram-se como ferramentas perfeitas para o aprendizado em sala de aula e podem deixar de ser vistos como ferramentas de distração para tornarem-se aliados dos professores. Os smartphones permitem, por exemplo, buscas rápidas sobre qualquer conteúdo na rede. Quer fazer uma pesquisa? Peça que todos usem seus dispositivos.

A nova geração de sistemas Wi-Fi é o caminho. Eis aqui o investimento crucial para que a sala de aula digital dê certo: redes rápidas e seguras. Qualquer planejamento para uma aula dinâmica e que cative o aluno cai por terra em uma rede lenta. Os dispositivos móveis conseguem fazer a sua “mágica” quando redes robustas e seguras de Wi-Fi suprem a infraestrutura e a demanda exigida para lidar com a carga digital.

5 dicas para implementar salas de aula digitais
Confira alguns itens importantes para que as escolas e faculdades consigam adotar de forma plena a tecnologia em sala de aula:

1) Prepare-se para o aumento da utilização de dados
Muitas escolas já oferecem Wi-Fi gratuito para alunos nos intervalos, mas é preciso investir para ampliar a cobertura, velocidade da conexão e garantir a segurança dos usuários. Vale lembrar que serão mais de 30 alunos por sala usando a rede. Por isso, o ideal é aumentar a capacidade, investindo em tecnologias como “Gigabyte Wi-Fi”, que oferece o triplo de velocidade da rede.

b) Invista em 802.11ac
Os sistemas que utilizam o padrão de rede sem fio da IEEE 802.11ac oferecem experiências de conexão similares às obtidas em conexões com fio, merecendo o rótulo de “Gigabit Wi-Fi.” A primeira geração de pontos de acesso 802.11ac, denominada Wave 1, melhora as velocidades sem fio em cerca de 3 vezes, em relação ao padrão 801.11n anterior – fornecendo taxas de dados de até 1,3 Gbps.

Como estratégia para proteger o investimento, algumas escolas já estão de olho na próxima geração de pontos de acesso 802.11ac, conhecida como Wave 2. Ao inicialmente aumentar as velocidades do Wi-Fi a até 1,7 Gbps, 30% maior que a Wave 1, essa segunda onda poderá oferecer índices de 3,4 Gbps para dados.

c) Adoção por fases ou camadas
Embora alguns departamentos de TI de instituições de ensino já estejam familiarizados com implementações de tecnologias por fases, uma abordagem por camadas também pode ser uma boa opção. De forma resumida, o sistema por camadas combina o tipo de demanda com os pontos de acesso correspondentes. Por exemplo, os pontos de acesso tipo Wave 1 poderão ser apropriados para os escritórios administrativos, que têm uma densidade menor. Já os pontos de acesso Wave 2 são mais adequados para áreas de alta densidade, como auditórios.

d) Atualizar para switches multi-gigabit
Ter todo os benefícios da Gigabit Wi-Fi exige uma engenharia apropriada, dos pontos de acesso até o data center. Isso pode significar uma atualização para switches multi-gigabit, que podem automaticamente detectar e fornecer a conexão apropriada, como 1, 2.5, 5 ou até 10 GigE.

O mais importante é que os switches multi-gigabit possibilitam a implantação de pontos de acesso Wave 2 através dos atuais cabos de rede Cat 5e/Cat 6 – o que é uma economia. Portanto, é apropriado considerar estes novos switches multi-gigabit durante a sua próxima atualização da infraestrutura.

e) Ferramentas robustas de segurança e otimização do Wi-Fi
Para assegurar que os departamentos de TI na área da educação consigam fornecer um ambiente móvel seguro, enquanto administram eficientemente centenas de pontos de acesso e dispositivos de usuários, é crucial ter ferramentas administrativas robustas. Isso inclui o software para automatizar o acesso à rede Wi-Fi, fornecendo as credenciais apropriadas às pessoas e aos dispositivos, bem como ferramentas para manter a rede funcionando com o máximo de desempenho. Essas soluções incluem suporte de vários fabricantes para possibilitar uma administração unificada de redes com e sem fio. E o melhor: a partir de uma única tela.

* Country Manager da Aruba no Brasil

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