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Descodificando os algoritmos da soja brasileira



Por Cintia Leitão de Souza *

Ela brilha e é a estrela da vez no cenário nacional tão conturbado por questões político econômicas e de saúde pública. [read more=”Continuar lendo…” less=”Menos”]

A soja, ou “o soja”, como ouvimos habitualmente no campo, alça o país ao topo do pódio dos gigantes da agricultura. Talvez, o novo petróleo brasileiro.

Nos negócios, dizem que o novo petróleo do mundo, são os dados. Seja pela capacidade de geração de valor exponencial a que são capazes através de suas conexões, seja pela transparência das informações que geram e o manuseio delas em tempo real. Afinal, qual a correlação entre dados, algoritmos e a soja?



Para o Brasil, sem sombra de dúvida, o novo petróleo vem do campo, das mãos de milhões de agricultores brasileiros que lutam em meio às incertezas com afinco e disciplina. A estrela das oportunidades em um mundo cheio de restrições e retrações.

É a soja quem representa um papel fundamental na cadeia alimentar e é responsável pela produção das proteínas, do início ao fim da cadeia, serve para a alimentação de humanos e animas.

A soja brasileira, bate recordes históricos nesta safra 2019/2020. Segundo previsões do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), deve bater a casa de 126 milhões de toneladas quando terminar em agosto deste ano. Um feito implacável! Esta produção alça novamente o país ao posto de líder da produção mundial deste tipo de cultivo.

Porém, não estamos dizendo que os dados sejam menos importantes que a soja. Muito pelo contrário, o que defendemos aqui é que os dados e a soja, devem andar de mãos dadas, devem ser totalmente conectados. Juntos, eles levarão o país à uma robustez estratégica internacional inédita, através de análises e gestão de dados que nos tornarão muito mais competitivos.

Usamos dados e biotecnologia para alcançar os mais altos patamares de produtividade de nossas lavouras, agora chegou a vez de nos tornarmos experts em gestão de custos, trava de preços, uso de ferramentas financeiras como o barter e, principalmente, nos tornarmos os melhores negociantes globais.

Em meio a tantas incertezas este é o momento de capturar valor. Em uma atualidade controversa como a que vivemos, onde os cenários não se desenham com a facilidade ou linearidade de antes, sejam eles pessoais, de saúde pública, político ou econômico, ter a segurança da informação correta nas mãos, é vital.

Temos discutido vidas e economia. Vidas, geram a economia e a economia gera recursos para que se atue na manutenção das vidas. Intercaladas de alguma forma, sem juízo ou defesa de valor, ambas são norteadas pelas as informações. Informações estas que delineiam os passos certos, calculados, em cada esfera de nossa sociedade. Seja no Brasil ou no mundo.

O mundo todo está vulnerável, instável, vivemos no meandro das incertezas.  Mas as decisões não podem ser balizadas nelas. As decisões incertas podem nos direcionar a um mergulho sem volta. Nunca os dados e as informações tiveram tanto valor, sejam elas na gestão do nosso cotidiano, em nossas famílias, empresas ou no campo.

Analisar e tomar decisões baseadas em dados é questão de sobrevivência, por mais simples que elas sejam. Sejam para conter avanços de pandemias ou gerir restrições sociais. Este é o ponto central.

Vivemos um momento de pujança em nosso agronegócio, motivo para batermos no peito, nos enchermos de orgulho de sermos brasileiros. Sim, produzimos muito e muito bem! Entre tantos entraves, vencemos os gigantes da produção mundial.

O que me questiono neste momento incerto, é: o que estamos fazendo ou faremos com essa nossa safra recorde? Como estamos manejando nossas frotas, o carregamento dos grãos nos contêineres e caminhões?

Como calculamos os nossos custos da safra e nos planejamos para a próxima, diante de um cenário onde o dólar, o grande balizador dos preços de venda e dos custos deste cultivo, parece dançar em um ritmo alucinado? Onde iremos parar nesta crise global?

Para onde iremos, ninguém sabe. Mas temos como saber de que forma podemos ter o controle de nossos negócios em nossas mãos para nos blindarmos dos tempos intempestivos que chegam como uma forte tormenta tropical. Temos que ter a segurança das informações em nossas mãos. Tomarmos as rédeas da situação que nos envolve. Esta responsabilidade é nossa.

Como estão as empresas e os agricultores que ainda não haviam sucumbido ao poder da gestão e da informação em tempo real? Os dados desorganizados nos levam ao efeito manada de correr para qualquer lugar em um momento de incerteza. Organizados, nos dão segurança e poder da melhor decisão.

Caros amigos do agronegócio, temos uma oportunidade única em nossas mãos. Somos novamente líderes globais. Vamos extrair o valor gerado pelo nosso novo petróleo. Este é o momento de colhermos os melhores resultados e nos planejarmos para colheitas de resultados ainda maiores e melhores.

Não vamos deixar essa oportunidade exponencial que se abriu diante de nós, escorrer por entre os dedos de nossas mãos.

 

* Cintia Leitão de Souza, Head de Agronegócio da Senior Sistemas

 

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