Por Fabiano Cruz*
Nossos sistemas financeiros estão sempre evoluindo para atender às necessidades dos consumidores, e cada vez mais eles dependem dessa evolução e de seus smartphones para fazer praticamente tudo. [read more=”Continuar lendo…” less=”Menos”]
Considerando que, há 20 anos, os cartões bancários estavam começando a substituir alguns pagamentos em dinheiro, agora estamos encontrando mais opções sem sequer tirar nossa carteira do bolso – estamos usando apenas nossos celulares.
As Digital Wallets são a mais nova fronteira em transações financeiras e estão se tornando cada vez mais populares e compatíveis com muitos leitores de cartões inteligentes, cartões de crédito e bancos. Esse tipo de pagamento refere-se a um método feito por aplicativos para smartphones.
Alguns dos provedores mais comuns incluem o Google Pay, o Samsung Pay e o Apple Pay. Para começar a usar este método de pagamento, basta baixar um aplicativo em seu smartphone e voilà. Além dos aplicativos e dessas carteiras digitais baseadas na Internet, outro meio de pagamento muito usado pelos consumidores é com base em QR codes.
As carteiras digitais baseadas em dispositivos, usam a tecnologia de comunicação de campo próximo (NFC) para permitir que os usuários paguem pelas compras sem entregar um cartão de crédito ou débito. Assim, os clientes podem agitar seu telefone ou outro dispositivo compatível com NFC próximo a um leitor sem contato comercial.
Já as baseadas na Internet permitem que os clientes adicionem informações de cartão de crédito ou débito a uma conta ou perfil pessoal, que é mantido em arquivo. Quando os clientes fazem uma compra online, eles fazem o login em sua conta e a usam para pagar pela compra (também conhecido como CNP). Assim, os pagamentos são feitos deduzindo o valor diretamente da conta bancária e um cartão de crédito ou débito conectado ao aplicativo.
As carteiras de código QR são semelhantes às carteiras digitais baseadas na Internet, pois são armazenadas em uma nuvem e agnósticas a dispositivos. Essas carteiras usam códigos QR para concluir compras no PDV. Eles podem ser de marca comercial ou instituição financeira e geralmente são fechados.
Assim, a carteira móvel de pagamentos em pontos de venda é uma tendência em rápido crescimento nas transações financeiras. A China lidera o pacote em sua adoção, com o maior valor de transação de mais de US $ 198 milhões. Os especialistas preveem uma taxa de crescimento anual de mais de 47%, chegando a US$ 11.424 milhões em 2022, com mais de 19 milhões de usuários.
Um breve histórico de pagamentos com cartão no Brasil
O sistema financeiro do Brasil foi dominado por quatro grandes bancos com 100 milhões de contas até 2011. Chamaremos essa etapa de primeira onda. Todos os quatro desses bancos estavam conectados a dois principais adquirentes. Os pagamentos com cartão de crédito tornaram-se cada vez mais populares, o que significava que os bancos em grande parte tinham controle sobre as opções de pagamento com cartão, inclusive quando eles se moviam online.
Atualmente, os pagamentos com cartão de crédito representam um quinto de todas as transações financeiras no Brasil.
Em 2013, os legisladores brasileiros aprovaram uma lei para incentivar a adoção da “interoperabilidade entre operadoras de redes móveis, emissores de cartões bancários, adquirentes e marcas de cartões”. Isso significa que independentemente de rede, celular, banco ou aplicativo, os consumidores podem acessar mais facilmente um sistema de pagamento, mesmo sem contas bancárias – estimado em cerca de 65 milhões de brasileiros.
Esses usuários fazem e recebem pagamentos por meio de uma conta de cartão pré-pago conectada à sua carteira. Assim, esses consumidores não apenas têm muito a ganhar com o sistema, mas outros participantes – as empresas de telecomunicações, bancos e empresas de cartões – também expandem sua base de usuários, gerando mais concorrência, o que é bom para as empresas no Brasil.
A introdução de novas regulamentações e métodos de pagamento teve o efeito de abrir essa indústria a concorrentes e democratizar os pagamentos de “cartão presente” (por exemplo, chip e PIN) para pequenos comerciantes, que historicamente não aceitavam cartões de crédito devido ao custo e complexidade de lidar com soluções de pagamento tradicionais (terminais caros, estruturas de taxas confusas, etc).
O PagSeguro estabeleceu um novo processo, mais fácil e mais unificado, para solicitar e usar um leitor de cartão de crédito, navegando muito bem na segunda onda. Embora essa segunda onda ainda represente uma queda no mercado de crédito do Brasil de 1,5 trilhão de reais, sua importância vai muito além do volume. Coloca empresas de tecnologia financeira de ponta na posição forte de poder saltar para a nova área de pagamentos.
Particularmente, com trinta e quatro por cento das transações de pagamento feitas através de dispositivos móveis, os quatro grandes bancos brasileiros estão agora lutando para manter o ritmo.
No mesmo período, o Brasil Pré-Pagos (BPP) e a Visa se uniram para fornecer contas de cartão pré-pagas. O BPP fornece aos muitos brasileiros que não têm contas bancárias, mas confiam nos smartphones para transferir dinheiro, pagar contas e comprar bens com segurança, com pouco custo e sem a necessidade de fornecer credenciais, o que normalmente é necessário para contas bancárias.
Surfando a Terceira Onda
Na terceira onda, o mercado está evoluindo sob a influência de clientes que buscam soluções de pagamento sofisticadas e totalmente personalizadas para suas necessidades. O Brasil e a América Latina testemunharam o surgimento de centenas de mercados, que tinham como objetivo combinar compradores e vendedores.
Os marketplaces geralmente concentram-se inteiramente em mover compradores para as compras e vendedores, listando mais produtos/serviços. Assim, os marketplaces são beneficiados pelos efeitos de rede: mais compradores atraem mais vendedores e vice-versa.
A 99, primeiro unicórnio brasileiro, e as empresas do grupo Movile são alguns exemplos de mercado. Essas startups já exigem soluções de pagamento mais sofisticadas e não querem depender dos grandes bancos. A principal razão é que eles movimentam centenas de milhões de reais por ano, então querem monetizar essas transações e gerenciar o fluxo de dinheiro de seus vendedores.
A criação de componentes de pagamento nesse tipo de aplicativo pode ser mais complicada do que você poderia esperar. Requer infraestrutura de dinheiro eletrônico (eMoney) porque eles têm requisitos complexos que não podem ser simplesmente acomodados por um gateway de pagamento.
Para mercados ou FinTechs, a função de pagamentos se torna mais desafiadora. A carga de trabalho associada à divisão de pagamentos entre vendedores e comissões pode sair rapidamente do controle. Isso está dando um caminho para a terceira onda definida por plataformas de pagamento.
E então, o que as Digital Wallets e os pagamentos móveis significam para você e a sua empresa?
*Fabiano Cruz é CEO da Zoop
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