Por Saulo Meneghini *
Fim de ano é a hora de cada departamento da empresa começar a prever as iniciativas, investimentos e os resultados que pretendem alcançar no próximo ano. A pandemia do covid-19 deu uma chacoalhada no mercado. Quem estava procrastinando realizar a transformação digital teve que correr atrás do prejuízo para não ficar para trás da concorrência ou encerrar as atividades, como aconteceu com muitas empresas. O IDC previu um crescimento de 7,1% nos investimentos de TIC no início deste ano, mas um estudo recente previu um crescimento de 11% do mercado de TI corporativa até o final de 2021.
Esses números refletem que a área de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) tem cada vez mais assumido um papel operacional estratégico e de protagonismo para o crescimento dos negócios. Mas é importante conseguir calcular com precisão os gastos da sua operação para não perder dinheiro com investimentos desnecessários ou ter que correr de última hora com alguma ação para justificar aquele budget residual da área. Mas como planejar de forma estratégica o orçamento da área de tecnologia para o próximo ano?
Pensando nisso, elencamos dicas importantes na construção estratégica de investimentos quando estamos falando de TI.
1) Conheça as demandas internas que já existem e os custos delas
A criação de um baseline de custo da sustentação do negócio é fundamental e deve ser o norte para as análises de futuras iniciativas, evitando assim investimentos desnecessários e redundantes. Ela permite o controle e entendimento dos recursos disponíveis e seus ciclos de vida, podendo traçar um plano eficiente de otimização de processos e automatização de tarefas, liberando o recurso humano para atividades de maior valor.
2) Faça um levantamento sobre novas iniciativas em cada área e as metas de crescimento do negócio
A TI não é a área que aprovará ou declinará iniciativas, mas com base no conhecimento do ambiente tecnológico atual e o quanto ele tem de capacidade, poderá avaliar e sugerir novos investimentos, contratações ou realocações de recursos para atender, sem impactos negativos, cada uma das ações que outras áreas estejam planejando como o Marketing, por exemplo. Esse não é um processo fácil e deve ser participativo de todos os lados. Todos devem estar cientes de que essa união precisa existir em prol das metas serem alcançadas.
3) Separar e detalhar o custo dos recursos para cada projeto
É preciso transparência nos custos de cada um dos recursos existente ou necessário para determinada iniciativa. Assim como nos negócios, saber detalhadamente as informações e custos de determinado recurso faz a diferença no seu poder de negociação e tomada de decisão, transformando a TI em apoiadores nas iniciativas de cada área de maneira mais assertiva, com números e argumentos.
4) Administração e revisão periódica
Quando falamos em previsões e estimativas sabemos que nem sempre acontece como o planejado, o ano de 2020 foi um belo exemplo disso. A pandemia fez as empresas reverem seus orçamentos e impactou diretamente a TI, que precisou trabalhar rapidamente para colocar força de trabalho em home office, ou então, aumentar a capacidade dos servidores para sustentar o acesso remoto por meio de VPNs.
Com a revisão e avaliação orçamentária é possível otimizar os investimentos em um momento de crise e permite agir de maneira mais assertiva, focada e principalmente com menores chances de erro.
O importante em cada fase é sempre alinhar os investimentos e custos com o negócio e construir métricas que sustentem o valor planejado. Desta forma o time que irá avaliar o orçamento entenderá as causas e consequências de cada investimento ou corte.
Com essas dicas, seu planejamento de investimentos em TI será criado de maneira mais equilibrada e continuarão sendo grandes agentes de inovação e suporte às áreas do negócio em 2022.
* Saulo Meneghini é CEO da Pinpoint
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