As eleições francesas caminham para serem mais uma rodada das disputas acirradas e disseminação de notícias falsas para destruir a reputação de adversários políticos. Marcadas para 23 de abril, as primeiras sondagens indicam um cenário apertado e as técnicas desonestas de desqualificação de políticos com notícias falsas estão preocupando as empresas de tecnologia envolvidas nas comunicações digitais e imediatas.
Facebook e Google querem ficar longe do rótulo de colaboradores da proliferação das “fake news”, termo que ganhou importância na eleição de 2016 para presidente dos Estados Unidos e elegeu o republicano Donald Trump numa das disputas de mais baixo nível já realizadas.
Por isso, não é coincidência que o Google e o Facebook estão intensificando os esforços localmente para combater a circulação das chamadas notícias falsas à medida que o ritmo do tambor democrático se aproxima – parceria numa iniciativa colaborativa destinada a combater a difusão da desinformação on line.
O Google, por meio de seu braço de pesquisa News Lab, está apoiando uma plataforma de verificação colaborativa chamada CrossCheck, que será lançada na França em 27 de fevereiro e continuará a operar durante as eleições francesas. A tecnologia reúne uma série de empresas de mídia locais que alimentam um banco de dados público, acessível por um site, no qual os conteúdos marcados como duvidosos são analisados. O público geral pode contribuir enviando notícias que pareçam falsas.
A gigante de tecnologia está enchendo o projeto de ferramentas de checagem, colaboração e detecção de notícias falsas. Os parceiros do projeto podem investigar o fato noticiado, fazer perguntas entre si para contextualizar ou adequar a informação. Com isso, todos esperam a diminuição de memes virais baseados em fake news que destroem a reputação de um político e desinformam os eleitores.
O projeto Cross Check é liderado pela First Draft News, uma organização sem fins lucrativos que se descreve como um centro desenvolvedor de e treinamento para “melhorar as práticas de fornecimento, verificação e relatórios éticos das histórias que surgem on line ”.
Ajuda do Facebook
O Facebook, principal acusado de ajudar a divulgar notícias falsas por não coibir seus usuários de tal prática, participará do projeto com sua CrowdTangle, uma ferramenta para ajudar na descoberta e monitoramento precoce do conteúdo social relevante para a eleição. Também ajudará a promover os relatórios e recursos da CrossCheck em sua plataforma para “públicos relevantes”, com campanhas de alfabetização digital.
O Facebook já havia feito parcerias com sites checadores de fatos, que são um ramo crescente no jornalismo on line e se dedicam a “carimbar” notícias distorcidas ou completamente falsas. Em geral, esses selos são divididos em conceitos como: verdadeiro, duvidoso e falso. Sites desse tipo tem sido úteis não somente para acabar com notícias falsas. Eles ajudam a limpar informações exageradas e a desmascarar propaganda política disfarçada de informação jornalística.
As eleições francesas prometem uma polarização entre Marine Le Pen, a líder do partido mais à extrema-direita Frente Nacional, o também conservador François Fillon (envolvido em escândalos políticos recentes e com a candidatura ameaçada) e o moderado Emmanuel Macron. Em quase perfeito espelho do que ocorreu nos Estados Unidos, a campanha francesa está com temas quentes como o combate ao terrorismo, limitações para imigrantes, saída da União Europeia e revisão de políticas sociais e distribuição de renda.
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