* Por Marco Stefanini
A eleição de Emmanuel Macron como Presidente da França, com 66% dos votos contra os 34% de Marine Le Pen, representa uma vitória para aqueles que defendem uma Europa mais integrada. O próprio presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, disse que os franceses escolheram um “futuro europeu”. Donald Tusk, presidente do Conselho Europeu, reitera que os eleitores tomaram a decisão certa a favor da “liberdade, da igualdade e da fraternidade”.
Independente das posições políticas defendidas por cada um dos candidatos, o que deve prevalecer é a proposta de um continente mais forte. O não à Marine Le Pen se deve muito à conotação negativa assumida em seu discurso anti-imigração, anti-União Europeia e antissistema.
Num mundo globalizado repleto de conquistas importantes nas esferas político-econômica e social, os discursos separatistas e xenofóbicos tendem a se desmaterializar em prol de uma democracia mais sólida, da qual a França é referência mundial e fonte de inspiração para diversos líderes. O cenário mostra que visões que normalmente convergem para o centro, sem extremismos, agregam mais valor ao sistema democrático e à sociedade como um todo.
Atualmente, a União Europeia é o maior bloco econômico do mundo. No ano passado, sofreu um golpe após o referendo do Brexit, que decidiu pela saída do Reino Unido da União Europeia. De certa forma, a vitória de Macron retoma o sentimento de união, que pode refletir diretamente em políticas mais agressivas de desenvolvimento econômico, com apoio às empresas nacionais e multinacionais que investem há anos na França e em outros países do Velho Continente, por acreditar na cooperação como princípio inerente ao bloco.
Investimentos públicos
O mais jovem presidente da história da França, com 39 anos, coloca como prioridade cortes de impostos para a iniciativa privada e maior liberdade nas negociações de direitos trabalhistas, bem como ampliação de investimentos públicos para formação profissional, que certamente será um incentivo à pesquisa e inovação tecnológica – base para o crescimento de toda Nação.
França e Alemanha sempre foram vistas como grandes alicerces da União Europeia, não apenas por questões econômicas, mas também por buscar manter a estabilidade e remediar tensões políticas, desde as duas grandes guerras mundiais. Esperamos que Emmanuel Macron utilize todo esse legado a favor de seu país, trabalhando junto a outras importantes lideranças da região para que a Europa saia vitoriosa e implemente reformas que permitam restabelecer a confiança no euro, além de trazer temas como a imigração para o centro do debate.
CEO Global e fundador da Stefanini
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