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Em evento online, NTT DATA desmistifica Metaverso e aponta tendências tecnológicas para 2022

Fusão entre físico e digital e impacto na economia foram alguns dos temas debatidos

novas tecnologias


Para contextualizar e desmistificar questões importantes sobre o Metaverso, a NTT DATA realizou na última quinta-feira (17) o evento online Metaverso e outras cinco tendências tecnológicas para 2022. Desde outubro de 2021, com o processo de reposicionamento de marca feito por Mark Zuckerberg, que passou a unir todos seus produtos sob o guarda-chuva de uma empresa chamada “Meta”, o conceito passou a ser cada vez mais discutido. Ainda que tenha se tornado o centro das atenções em tecnologia, ainda há muitas dúvidas sobre sua aplicação prática.

Além de aproximar do “mundo real” a ideia do Metaverso, por meio de conceitualizações e casos de uso, os participantes debateram quais influências essa tecnologia pode exercer em áreas como a economia, o mercado de trabalho e artes, entre outras.

Participaram do evento Ricardo Neves, CEO da NTT DATA, Pablo Sáez, sócio líder de Digital Technology da NTT DATA, e Cauê Dias, gerente de Inovação NTT DATA, além de Gil Giardelli, professor global, roboticista e especialista em Tecnologia e Inovação.



O que é e o que pode fazer?
De forma simplificada, pode-se entender o Metaverso como um mundo híbrido, onde o físico e o digital não só se intercalam como se complementam. Giardelli entende que Metaverso ainda é um instrumento que está “dando seus primeiros passos” e tem muito a evoluir em todos os aspectos. “E isso não necessariamente ocorre porque a tecnologia precisa se desenvolver mais, já que vemos no mundo todo casos bem reais do Metaverso. O que ainda não está pronto somos nós enquanto sociedade, ainda em processo de adaptação a tudo que ele pode oferecer”, disse.

O especialista cita um levantamento que mostra que, das 500 maiores empresas do mundo, 160 têm projetos para o uso do Metaverso. “Existe ainda o caso de Seul, capital da Coreia do Sul. Em um ambicioso projeto cujo investimento está na casa dos três bilhões de dólares, a cidade planeja tornar-se até 2030 ‘100% metaversa’”, afirmou

A chave para o entendimento do funcionamento da tecnologia, está, de acordo com Cauê Silva, no entendimento do conceito Web 3.0. A partir dela, a interação com essa realidade integrada se torna possível com a criação de uma representação virtual de nós mesmos, uma espécie de “avatar”. “Caminhamos para que a ideia de internet deixe de ser apenas um dispositivo e se torne parte integrante dos nossos ambientes e de nossos corpos.”

Silva também citou alguns casos de uso do Metaverso em andamento na NTT DATA. Um deles é voltado ao setor imobiliário, a partir do qual, utilizando um aparelho de realidade aumentada, o cliente consegue simular a disposição dos móveis num apartamento recém comprado e checar a entrada de luz solar. E, nesse mesmo caso, a compra do apartamento é feita via NFT, com o registro de posse do futuro inquilino sendo salvo numa blockchain. Também foi citado um aplicativo para celulares que permite o escaneamento de espaços públicos para facilitar a resolução de problemas (como postes de energia elétrica defeituosos).

Outro caso exposto pelo gerente de Inovação explora as capacidades não só do Metaverso, como do 5G. Consiste na possibilidade de gravação de um evento ao vivo (como uma partida de futebol no estádio, por exemplo) e transmissão da imagem para um aparelho de realidade aumentada, permitindo levar a experiência para usuários em qualquer lugar.

Uma economia descentralizada
A economia é outro setor que, de acordo com os especialistas, deve passar por uma grande transformação com a consolidação do Metaverso. Indícios disso já podem ser vistos no mercado de NFT, que atraiu personalidades como os atletas e Stephen Cury, e o cantor Justin Bieber. Giardelli diz que o Metaverso abrirá oportunidades de negócios para empresas de todos os tamanhos. Isso decorre de uma característica fundamental do Metaverso – ser um espaço descentralizado. Isso dificultará que o Metaverso seja “comandado” por uma grande empresa. “Nesse espaço, uma economia criativa sem barreira encontra espaço ideal para prosperar”, disse.

Giardelli diz que as novas tecnologias forçarão uma redefinição da própria ideia de trabalho. Para isso parte de uma reflexão: “De fato, todas as formas de trabalho são dignas. Mas será que todas elas ainda cabem no século 21?”

Previsões
No evento, Pablo Saéz apontou outras tendências para o mundo da Tecnologia em 2022, além do Metaverso. São elas:

– Alavanca de crescimento – “A tecnologia se tornou parte fundamental na geração de negócios de empresas de todos os ramos de atuação”, disse Saéz. Além disso, servirá cada vez mais como diferencial em vertentes como o Atendimento ao Cliente e geração de novos modelos de negócios.

– Superação de barreiras entre indústrias – Uma tendência possibilitada e facilitada por ferramentas como o open banking é a quebra de “barreiras” entre diferentes setores da indústria. Empresas de determinados setores podem entrar e atuar mais facilmente em outros nichos, em busca de novos mercados e clientes. Nesse novo ambiente, uma empresa de tecnologia passa a produzir carros, e uma montadora de automóveis se apresenta como uma empresa de “mobilidade urbana”, por exemplo.

– Crescimento sustentável – O meio-ambiente deve ser um tema de suma importância em 2022. “O mundo da tecnologia e seus maiores players devem estar cientes de sua importância para o mundo, e na relevância que possuem na superação dos impactos ambientais ao planeta”, disse Saéz.

– Ampliação da Inteligência Artificial – Com avanços que permitem um tratamento cada vez melhor à imagem, vídeo e texto, devemos ver uma crescente popularização da utilização da Inteligência Artificial para além de casos de uso isolados. O caminho está, de acordo com Sáez, em chegarmos eventualmente a IAs capazes de aprenderem sozinhas.

– Proximidade com o mundo físico – Também relacionada ao Metaverso. Cada vez mais benefícios do mundo digital passarão a serem aproveitados no físico. “O potencial desse espaço híbrido é enorme, e o que pode trazer para as empresas também”, afirmou o sócio da NTT DATA.

Um mundo de infinitas possibilidades
O professor e escritor encerrou o evento com uma mensagem de otimismo, olhando para o presente e futuro. “Se o noticiário que mostra imagens de conflitos e guerra nos faz pensar que talvez estejamos andando para trás, a tecnologia reforça que nunca vivemos em um mundo com tantas possibilidades e onde as coisas nunca pareceram tão ao nosso alcance”.

Por fim, citou Marvin Minsky, cientista e um dos primeiros estudiosos a utilizarem o termo Inteligência Artificial: toda essa pesquisa e investimento em novas tecnologias são exatamente para podermos voltar a ser cada vez mais humanos, dando tempo ao que mais importa para nós, como a família.

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