O estudo Modernização de TI: do crítico à transformação digital com executivos C-Level no Brasil, realizado pela Vanson Bourne e encomendado pela Avanade em maio, aponta que 100% dos entrevistados concordam que a automação de processos é uma tecnologia chave para atender aos novos requisitos dos negócios.
O levantamento também indica que o aumento da produtividade (85%) e a redução de custos (62%) são os dois principais fatores que influenciam as organizações a implementar a automação dos processos.
“Fizemos um levantamento junto às empresas de Papel e Celulose e descobrimos que hoje, na maioria dos casos, esse segmento sequer sabe quais são as reais perdas de recursos no processo não digital”, afirma Gisele Braga, gerente de desenvolvimento de negócios em Transformação Digital da 2S Inovações Tecnológicas, que acaba de lançar a Floresta Conectada.
Gisele explica que essa solução extrai e integra dados em todas as fases do processo, identificando, por exemplo, a rota de operação das máquinas e os motivos de possíveis desvios, a quantidade e as áreas em que os fertilizantes e defensivos foram depositados, o tempo de uso das máquinas, as condições do solo, as dimensões das árvores, entre outros. “Para isso, uma série de sensores e outros dispositivos são estrategicamente agregados à floresta”, completa.
Atualmente o Brasil é o 4º maior produtor de papel e celulose do mundo, com uma produção anual de 15 milhões de toneladas, que representam 9% do total mundial. Porém, os especialistas da 2S constataram que o grau de maturidade digital nesse segmento ainda é muito incipiente, principalmente na coleta de dados. Isso pode ser revertido com as tecnologias adequadas, trazendo um enorme ganho de produtividade e redução de custos.
A Floresta Conectada, além de transformar todo o processo e torná-lo mais eficiente com a coleta ágil dos dados, mira outros dois pontos sensíveis nessa operação: o processamento centralizado das informações coletadas e a apresentação destas em dashboards específicos a cada uma das áreas interessadas.
Operação conectada
Além disso, hoje os tratores têm plataformas distintas, dificultando o processamento dos dados colhidos. “Essa solução vai unificar e tratar os dados com a combinação, entre outras tecnologias, de IoT com geoprocessamento. Uma área estratégica porque determina as rotas por onde os tratores vão passar, para definir as linhas de plantações. O problema é que quando chega o momento do plantio e há desvios de rota, essa informação só vai para o geoprocessamento, em média, um mês depois. Ou seja, nenhuma ação de correção pode ser aplicada e as informações são usadas apenas para registro histórico.
Isso ocorre porque os tratores não voltam todos os dias para a base e a comunicação é, basicamente, feita por rádio. As informações da operação ficam armazenadas no sistema do trator e são coletados por pen drives (manualmente), para serem processadas e enviadas para as áreas que precisam desses dados. Isso gera um delay enorme, porque as análises de dados e de plantio ocorrem em tempos diferentes, prejudicando todo o processo e gerando desperdícios.
“Com a solução da 2S as florestas passam a ser cobertas com sinal Wi-Fi, 3G/4G ou satélite e, combinando o uso de equipamentos Cisco com sistema de desenvolvimento, os dados de operação são coletados do trator e transmitidos para a central em tempo real ou em intervalos pré-definidos, de acordo com o modelo de operação escolhido pelo cliente”, explica a executiva.
É possível, inclusive, integrar o sistema da empresa diretamente aos fornecedores, que poderão enviar a quantidade e os insumos corretos, dimensionados pelas condições do solo no momento e não por condições apresentadas meses antes, que podem ter sofrido variações por fatores climáticos, por exemplo.
Segundo Gisele, em geral, muito insumo é usado para preparar o solo e não há um controle efetivo de quanto foi usado ou mesmo se a quantidade usada era realmente necessária, justamente por falta de informações atualizadas entre a operação no campo e a Central, gerando distorções.
A solução permite, também, melhorar a comunicação no campo, podendo os operadores tirar dúvidas e receber instruções em tempo real, otimizando a operação e facilitando o dia a dia de trabalho. “Já estamos iniciando testes no campo de uma grande indústria de papel e celulose do país para implementar a Floresta Conectada”, revela Gisele.
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