Roberto Regente Jr *
A transformação digital tornou-se um desafio para as empresas na última década, pois envolve o desenvolvimento dos negócios, de novas estratégias de mercado e de produto e ainda inovação de sistemas, com o objetivo de aprimorar o cotidiano de colaboradores e clientes. Nesse cenário, o perfil do CIO também mudou e o cargo agora exige ampla visão dos negócios e a habilidade de fazer “mais com menos”.
Essa mudança no comando da TI foi impulsionada pelos orçamentos cada vez mais restritos para área, impondo uma nova meta: expandir a capacidade operacional e digital da companhia, com recursos limitados e espaço físico reduzido. Outro ponto importante é a delimitação dos espaços para data centers, com o armazenamento de dados feito na nuvem e o dinamismo das atividades corporativas com novos aplicativos e sistemas.
A TI hoje está apoiada em dois pilares: inovação tecnológica e eficiência de custos. CEOs e CFOs muitas vezes são os responsáveis pela adoção de novas soluções, priorizando eficiência e custos. Porém, vivemos em um mundo totalmente digital, com um novo perfil ocupacional e de gestão em que o CIO deve ser um consultor diante da liderança do CEO e a as planilhas financeiras do CFO. Se por um lado o orçamento apertado limita algumas ações de TI, o que fez a grande diferença foi a capacidade de se ajustar às adversidades e de adquirir novos planejamentos e alto poder de execução.
É inegável que a automação nos processos corporativos melhorou a escala de produtividade, mas essa realidade, em constante evolução, também provoca alterações no gerenciamento de TI. O CIO precisa entender mais sobre EIM (gestão da comunicação corporativa) e como ela influi em todos os setores da companhia. O processo de troca de informações entre as áreas e os sistemas faz toda a diferença pela eficácia, integração de dados e valor agregado.
Ao olhar o organograma das empresas, o chefe da TI tem a função de definir as melhores táticas de ação no mundo digital, determinando funções específicas, recursos a serem investidos, reunindo inteligência e agilidade nos processos.
Essa visão estratégica do CIO mudou as definições da área, vista de outra maneira pela liderança corporativa porque, agora, é capaz de transitar entre os mais variados setores e aplicar soluções customizadas. Apenas ele é capaz de ter uma visão holística, entender onde há gaps e como uma organização pode funcionar em conjunto para além de silos. A criatividade é a nova peça-chave para o CIO, e o talento real é saber como as peças já existentes se encaixam e se completam.
Em um mundo já familiarizado com o modelo de software como serviço(SaaS), em que as soluções não passam de commodities, o CIO everá identificar oportunidades de gestão, controle de processos e tendências para os próximos anos. Idealmente, saberá agir com entendimento do atual cenário e ainda enxergar melhorias para o futuro.
A área de TI tem diante de si o poder da nuvem, a digitalização de processos, Big Data, Internet das Coisas (IoT) e mobilidade como fatores do mundo da tecnologia que precisam ser considerados em todas as tomadas decisão.
O papel do CIO está em constante transformação, assim como a evolução digital. São caminhos paralelos em que as decisões do líder de TI influem diretamente no ambiente corporativo como um todo. O desafio é manter-se inserido na transformação digital com a responsabilidade de se adaptar e liderar novas modificações que, com certeza, ocorrerão nos próximos anos no mundo digital.
* Roberto Regente Jr é vice-presidente da OpenText para América Latina e Caribe