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Especialista fala sobre “fantasmas” do sexo na menopausa



Falar sobre sexo é um tabu para muitas mulheres. Sexo na menopausa – um período da vida ainda subestimado – é um tabu ainda maior. O fato é que o desejo sexual feminino é, em grande parte, do tipo responsivo: primeiro, a mulher é estimulada, para só depois seu interesse sexual em alguém (ou algo) pode ser despertado. Isso faz toda a diferença sobre a forma como as mulheres devem pensar a respeito da própria sexualidade. Já os homens têm o desejo mais espontâneo – seus “motores” respondem mais rápido ao menor estímulo, independentemente da idade.

 

A head de Saúde da Mulher e endocrinoginecologista da Vibe Saúde, Stephani Caser, explica que, após a menopausa, são esperadas quedas hormonais, incluindo do estrogênio (hormônio sexual feminino). “O que pode afinar e ressecar a parede vaginal, reduzir a libido, ou até mesmo não afetar em absolutamente nada”, explica.



Estima-se que a cada 10 mulheres sexualmente ativas, quatro apresentam alguma queixa sobre a função sexual feminina que é composta por: excitação, desejo, lubrificação, orgasmo, satisfação e dor/desconforto. A partir da menopausa, os domínios afetados com maior frequência são a lubrificação e excitação. A médica comenta que um dos maiores mitos é acreditar que a mulher não sente prazer ou não tem desejo sexual após a menopausa.

O amadurecimento psicológico, pessoal e profissional ao longo da vida pode beneficiá-la quando falamos da saúde sexual. “Após a menopausa, a ignição do nosso desejo sexual pode demorar um pouco mais para funcionar, e aqui vale investir naquilo que realmente estimula, no que você gosta de verdade, e não apenas no que o parceiro ou parceira desejam. Sexo não é apenas satisfazer a outra pessoa, e sim, curtir o momento juntos, seja conhecendo lugares novos ou colocando em prática fantasias antigas. É aproveitar melhor o tempo como que te faz bem”, diz Stephani.

 

Cuidados antes da menopausa e depois

 

O processo de envelhecimento celular no corpo feminino começa a partir dos 25 anos, com a redução do colágeno – mas muito disso só é notado aos 30 ou mesmo aos 40 anos, e se torna mais comentado após os 50 anos.

 

“O corpo responde à forma como cuidamos dele, bem como aos fatores genéticos e ambientais, ao longo dos anos. Por isso, as mulheres podem apresentar diferentes combinações dos sintomas durante qualquer momento do período do climatério (períodos do início dos sintomas e que engloba a menopausa). Podemos afirmar que as mulheres brasileiras têm chegado à menopausa cada vez mais cedo, com idade média de 46 anos nas grandes cidades, como demonstra um estudo brasileiro (ainda a ser publicado) que foi realizado em 2020 na cidade de São Paulo pela Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM/UNIFESP)”, diz a médica.

 

Quando questionada sobre como se preparar para a menopausa, a head de Saúde da Mulher da Vibe Saúde diz que “a primeira coisa é aceitar nossos corpos e entender que todos vamos envelhecer, mas que podemos escolher como queremos que isso aconteça”.

 

Ela dá dicas (que servem tanto para quem ainda não chegou à menopausa como para quem já está lá) de como aproveitar ainda mais a vida sexual:

1) Manter o corpo em movimento é importante – é fundamental criar o hábito de fazer atividade física regularmente;

2) Não fumar – além de trazer todos os malefícios, age diretamente no envelhecimento e afeta negativamente a libido;

3) Evitar o  álcool para não prejudicar o corpo e principalmente a libido;

 

4) Exercitar a pelve é uma atividade física e trabalha os músculos da pelve e o canal vaginal. Outro método para ter uma melhor experiência no sexo é a fisioterapia pélvica, que pode ser orientada pelo ginecologista;

 

5) Evitar produtos genitais irritativos

6) Ter um ginecologista pessoal

 

7) Conversar antes, durante e pós sexo é se conhecer e entender do que gosta ou não na hora H.

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