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Estudantes brasileiros projetam brinquedo inclusivo com software 3D



Estudantes brasileiros projetam brinquedo inclusivo com software 3DOs estudantes universitários Giulia Pereira (Design Gráfico) e Vitor Akamine (Engenharia Mecatrônica) criaram, projetaram e desenvolveram um brinquedo que tem como objetivo integrar crianças com deficiência visual (baixa ou nenhuma visão) com crianças videntes. Batizado de TOGOTOY, o brinquedo foi modelado em 3D com a ferramenta Autodesk Fusion 360.

De acordo com Vitor, o uso do software de modelagem 3D da Autodesk foi essencial para transformar a ideia em um objeto real e assim dar origem ao primeiro protótipo do produto. O estudante teve contato com a ferramenta por meio de um curso dado pela própria Autodesk na sua faculdade.

“O software é fácil de manusear e é revolucionário, pois permite que a gente faça qualquer coisa. Além disso, o trabalho em nuvem facilitou muito o desenvolvimento do TOGOTOY, uma vez que a integração dos arquivos é muito mais fácil”, explica o estudante que aproveitava o tempo livre entre as aulas para se dedicar ao projeto e usava sempre diferentes computadores nos laboratórios da faculdade.



A ideia do TOGOTOY surgiu durante a finalização de um projeto para uma disciplina do curso de design em que a tarefa proposta era desenvolver um brinquedo. Contudo, logo apareceu a questão de como torna-lo mais acessível para crianças com necessidades especiais. TOGO em japonês significa integração e por isso esse foi o nome escolhido para o projeto.

“Essa motivação impulsionou o início do projeto. Entretanto, nos deparamos com vários obstáculos em relação à produção do produto, já que não tínhamos nenhuma experiência prática em desenvolver algo inovador. A partir daí lançamos mão da modelagem e impressão 3D“, conta Giulia.

Atualmente, existem poucas opções de brinquedos inclusivos no mercado e a maioria é feita artesanalmente. O TOGOTOY é um dos primeiros brinquedos pensados para fabricação industrial.

Greg Eden, Vice-Presidente de Marca e Comunicação da Autodesk apoia esse tipo de iniciativa e faz questão de dizer que os softwares da empresa são gratuitos para estudandes e universidades. “A Autodesk tem por objetivo que as pessoas usem suas ferramentas para criar qualquer coisa. Seja uma complexa construção de infraestrutura ou um brinquedo que conecte crianças. A nossa missão é ser um meio para tornar isso possível”, afirma.

Como funciona?

O TOGOTOY é composto por blocos modulares de formato retangular que se conectam por meio de encaixes simples e que, ao serem ligados entre si, formam uma torre hexagonal.

Na superfície externa de cada bloco há três estímulos para as crianças: palavras escritas no alfabeto Braille, suas transcrições no alfabeto usual, além do símbolo correspondente da palavra – os últimos dois em alto-relevo. Somado ao forte contraste de cores entre o fundo e elementos da peça, o brinquedo permite que tanto crianças com deficiência visual (total ou parcial) quanto videntes possam brincar juntas e criar suas próprias histórias, da maneira que quiserem.

A dinâmica do TOGOTOY consiste na construção de uma história livre criada por meio da imaginação. Ao final da montagem, as crianças constroem uma estrutura que conta a história da maneira como elas escolheram. Todos os elementos sensoriais presentes no brinquedo estão sendo cuidadosamente escolhidos para estimular o máximo possível a criatividade.

Próximos Passos

O TOGOTOY já está na sua quarta versão de protótipo e o produto evolui a cada dia. Os estudantes estão trabalhando em parceria com o setor de inovação da Fundação Dorina Nowill para aprimorar o brinquedo. Além disso, os estudantes buscam parceria para produção em larga escala. O projeto já foi apresentado em diversos eventos no Brasil e exterior, e espera-se uma versão comercial para ainda este ano. Vamos torcer!