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Executiva de tecnologia de startup analisa cenário das mulheres no setor



A equidade de gênero no ambiente das startups está em pauta desde o boom do setor, em 2018. Porém, o cenário ainda não é positivo e, segundo uma pesquisa sobre equidade de gênero da Associação Brasileira de Startups, apenas 20,8% das startups têm um número de mulheres mais expressivo no time – de 26% a 49% do total das equipes.

Quando o tema é o segmento de tecnologia, foco da grande parte das startups, a discrepância é ainda maior: de acordo com um levantamento da KPMG em parceria com Harvey Nash, as mulheres ocupam apenas 16% dos empregos de alta tecnologia na América Latina, número baixo mas ainda maior do que a média mundial de 11%.

Porém, uma startup paulistana chamada Gasola tem atuado na contramão desses números, e possui em sua CTO – sigla para chief technology officer, ou diretora de tecnologia -, Nurielly Caroline, uma liderança feminina auxiliando no desenvolvimento de seus softwares e na construção de uma equipe que cresce cada vez mais.



“Apesar dos números ainda inferiores ao ideal, as startups estão cada vez mais incentivando e criando mecanismos de inclusão para as profissionais no mercado de trabalho. A tendência é de crescimento para mulheres ocupando cargos de liderança e nos setores de tecnologia”, aponta Nurielly.

A Gasola conecta empresas que possuem frota a postos de combustível, permitindo uma relação comercial direta e fornecendo gestão e segurança na hora do abastecimento. O serviço da empresa funciona através de um aplicativo. Nele, o motorista cadastrado pela transportadora acessa o aplicativo e gera um token. O frentista verifica as informações e valida esse abastecimento. Então, uma conta-corrente digital entre a transportadora e o posto é criada para que possa haver pagamento direto. Assim, o posto aumenta a margem de venda dele e, mesmo assim, consegue gerar um desconto médio de R$ 0,22 por litro abastecido na plataforma.

Com um crescimento de 500% desde o início da pandemia até o fim do ano passado, fechou 2021 com R$ 275 milhões transacionados. No primeiro semestre de 2022, a startup teve um crescimento de 70%, e a previsão da empresa até o fim do ano é transacionar R$ 1 bilhão por meio da plataforma de abastecimento.

“No fim de outubro de 2020, depois de longas conversas sobre o futuro e as necessidades do produto, o Ricardo Lerner, CEO da empresa, me convidou para ser sócia e CTO do Gasola, para que eu fosse responsável pelo desenvolvimento do produto e pela criação do time de tecnologia. Acredito que o sucesso do serviço e do aplicativo se dá muito pelo fato de fazermos com que os processos complexos sejam simples para os usuários, facilitando o dia a dia”, explica a diretora.

Nurielly não parou por aí, e visando mudar o cenário das mulheres no mercado de tecnologia criou, em parceria com outras desenvolvedoras, um projeto de desenvolvimento: chamado Dev Girls Mentor, oportuniza aulas e mentorias pensadas para mulheres desenvolvedoras em início de carreira. Segundo a CTO, a ideia da mentoria foi acompanhar mulheres que estão começando suas carreiras na área de tecnologia e reforçar o desenvolvimento feminino.

“Estamos trabalhando na reformulação do projeto para trazer mais conteúdo direcionado a pessoas que gostariam de iniciar na área e para engajar mais o público feminino. A mentoria tem o objetivo de auxiliar mulheres iniciantes a aprenderem novos conteúdos que contam com desafios que exigem o uso de tecnologias usadas no mercado no dia a dia. Assim, elas estariam aptas a chegar no mercado de trabalho com um portfólio, provando que já têm conhecimento, o que seria um diferencial”, finaliza a CTO.

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