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Fake news são mais perigosas do que se pensa, diz chefe de Segurança do Facebook



O Facebook vive um dilema em relação às notícias falsas (que ganharam mundialmente o rótulo de “fake news”, do termo em inglês). Desde a acirrada campanha eleitoral americana que elegeu Donald Trump, a rede social mais famosa do mundo vem sendo acusada de menosprezar a força dessas comunicações mentirosas e se mostrar inapta para impedir a disseminação das fake news.

Há cerca de uma semana, foi comprovado que usuários do Facebook sofreram uma inundação de notícias falsas durante o período eleitoral americano. Cerca de 10 milhões de pessoas viram mais de 3 mil propagandas políticas com inverdades para promover um candidato e esses anúncios foram pagos por um empresário russo. Pouco antes, em setembro, a empresa admitiu que 470 contas falsas operadas provavelmente desde a Rússia gastaram perto de US$ 100 mil em mais de 3 mil anúncios políticos, nos últimos dois anos.

Quem está encarregado pelo Facebook de investigar esses desvios de conduta e que estão influenciando a política de vários países é o chefe de Segurança, Alex Stamos. De perfil discreto, o executivo causou surpresa ao postar vários comentários, em seu perfil particular no Twitter, mostrando que há um grave dilema em se acabar com as fake news.



Para ele, é muito difícil detectar notícias falsas e propaganda usando apenas programas de computador. As soluções técnicas fáceis se resumiriam ao silenciamento de tópicos, que o Facebook está ciente que estão sendo espalhados por bots (robôs programados para tal ação e que muitas vezes incluem o perfil falso como se fosse uma pessoa comum).

Segundo ele, isso só deve ser feito – e aqui ele revela o dilema da situação – “se você não se preocupa em se tornar o Ministério da Verdade”. E ele vai mais adiante com sua preocupação: e com sistemas de aprendizado de máquina “treinados com seus preconceitos pessoais”.

O medo do executivo é que, ao se acabar com as fake news, se institua uma padronização de pensamento e comportamento que pode ser igualmente maléfica para a sociedade em geral. “Se você não se preocupa em se tornar o Ministério da Verdade com sistemas de machine learning, então (acabar com as fake news) é fácil”, expõe.

Solução
O Facebook, principalmente seu executivo maior, o CEO Mark Zuckerberg, desconsiderou por anos o problema, que se tornou insustentável depois da eleição de Trump e de tentativas de desestabilizar o cenário político de outros países. Mas o problema tem crescido de tal maneira que ficou impossível não tomar uma atitude concreta.

Ninguém nas empresas de tecnologia acredita que os algoritmos são neutros, diz Stamos em outro post dessa série. De acordo com ele, as empresas como o Facebook começaram a se dedicar mais sobre isso, “apesar dos riscos”. Isso inclui a contratação de mais de mil pessoas que, junto com sistemas automatizados, verificam posts e anúncios com suposto conteúdo falso e com intenções políticas ou econômicas.

Apesar disso, Stamos enfatiza o alerta: “para ele, a sociedade não está refletindo o suficiente sobre o “mundo que querem que o Vale do Silício crie”.

https://twitter.com/alexstamos/status/916699893535694848

 

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