Considerado um dos grandes feriados japoneses, e um dos mais importantes, o Obon é o momento em que as famílias se reúnem para celebrar seus entes já falecidos. Nesse feriado, celebrado comumente em meados de julho ou agosto, muitos japoneses retornam à província de origem, pois acredita-se que durante esta época do ano os espíritos ancestrais regressem para casa.
Para comemorar e homenagear seus parentes, as famílias se ocupam preparando oferendas aos ancestrais para celebrarem e desfrutarem entre si. Diversos grupos de jovens se reúnem e desfilam pelas ruas das cidades de norte a sul do país, ao som dos tambores japoneses, os taikos, acompanhados por instrumentos de sopro ou cordas, e com danças típicas das regiões.
Um dos grandes festivais é o Zentō Eisa Matsuri, que acontece em Okinawa, ao sul do país, e reúne grupos tradicionais e modernos de eisa, a dança típica da província, que encantam o público com as cores vivas de seus trajes. Ainda dentro do campo das danças, o Obon também é um espaço para o Bon Odori, dança típica em que todos se movimentam em círculo. Originalmente essa manifestação cultural era realizada como um ritual solene para o repouso das almas ancestrais, mas ao longo dos anos foi adquirindo um caráter alegre e hoje faz parte de muitos outros festivais do Japão.
Além disso, muitas pessoas se reúnem para confeccionar e soltar lanternas de papel, feitas a partir da técnica do Kirigami, que combina dobraduras e cortes. Além do aspecto decorativo, em alguns casos elas carregam significados especiais, como no término do Obon, quando assumem papel importante de iluminar o retorno dos antepassados ao mundo dos mortos enquanto flutuam pelos rios carregando os nomes daqueles que já se foram. Essa tradição das lanternas flutuantes é chamada de Tooro Nagashi.
No Brasil, comunidades de descendentes japoneses também mantém viva a tradição do Obon, realizando festivais em Salvador (BA), São Paulo (SP) e Goiânia (GO).
Inspirada pelo clima do Obon, a Japan House São Paulo, uma das instituições que difunde a cultura japonesa no Brasil, oferece oficinas virtuais para quem quiser aprender a construir um taiko com papelão e outros materiais simples, ou ainda montar uma lanterna de papel como as usadas durante o festival. Os conteúdos gratuitos podem ser encontrados no canal do YouTube da instituição cultural: