O presidente americano Donald Trump divulgou o que pode ser uma vitória para sua administração e uma virada de mesa na política de geração de empregos com tecnologia. Na quarta-feira, 26 de julho, ele anunciou que a fabricante taiwanesa Foxconn criará uma nova unidade de operação, no Wisconsin. Isso trará investimentos de US$ 10 bilhões e a criação de 3 mil empregos.
A criação de vagas e a entrada de dinheiro de gigantes de manufatura de vários setores é uma promessa de campanha de Trump. No entanto, a notícia da nova planta da Foxconn em solo americano pode continuar a ser uma bravata com poucos resultados práticos. Em maio de 2016, a empresa divulgou planos de ser uma empresa que opera somente com robôs, sem humanos em suas linhas de montagem.
A desconfiança sobre o sucesso da empreitada taiwanesa é grande. A mídia americana está destacando também que a fábrica operará no distrito comandado pelo político republicano (partido de Trump) e presidente do Congresso, Paul Ryan, que é também um porta-voz da Casa Branca na administração Trump. Vários outros estados estavam na disputa para sediar a empreitada taiwanesa, mas a vitória do Wisconsin era dada como certa há algum tempo por toda a questão política envolvida.
Além dos planos de robotização do trabalho, a Foxconn nunca escondeu suas estratégias para o mercado americano. A empresa é uma das principais fabricantes de vários eletroeletrônicos pelo mundo. É quem faz o iPhone, da Apple, entre outros devices da marca. Além disso, de suas linhas saem equipamentos da Dell, Sony, Samsung e Blackberry, só para citar algumas marcas.
A empresa é o que se rotula como OEM (Original Equipment Manufacturer – fabricante original do equipamento) e opera como fábrica terceirizada de baixo custo para várias empresas. Com isso, essas contratantes colocam foco em outros aspectos do negócio, como marketing, estragégia e vendas. Com isso, é uma das principais empregadoras do mundo, com cerca de 1,3 milhões de trabalhadores, a ampla maioria em solo chinês. Sua primeira fábrica foi exatamente na China, em Shenzhen. A operação ajudou a transformar o sul do país num pólo empregador e de tecnologia.
Expansão e polêmicas
Apesar de grande força impulsionadora de empregos, a Foxconn é também uma máquina de polêmicas. Não é raro ter notícias de seus empregados cometendo suicídio por pressões administrativas e metas de produção inalcançáveis. Suas fábricas são conhecidas por pagar baixos salários e funcionarem em locais que permitem a redução de encargos trabalhistas, gerando com isso salários abaixo do mercado. A troca da força de trabalho humana por robôs é considerada uma estratégia para eliminar esses problemas, trazendo mais eficiência e lucratividade.
Em 2016, a empresa adquiriu o controle acionário da japonesa Sharp. É possível que faça o mesmo com a divisão de chips da Toshiba. Seu fundador e chairman Terry Gou, diz que pretende lançar equipamentos com a marca Foxconn o mais rápido possível e aí é que entra a importância do mercado americano. Em coletiva durante a semana, Gou disse que está entusiasmado com a entrada no país que inventou a TV. “Não há nos EUA um fabricante para suprir a demanda por televisores de alta definição. Nós iremos mudar isso”.
A fábrica no Wisconsin irá produzir telas de LCD para televisores e outros equipamentos. Os subsídios oficiais divulgados pelo governo local chegam a US$ 3 bilhões. A operação está planejada para dobrar de tamanho em 20 anos.
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