Cresce em 40% o número de profissionais brasileiros altamente qualificados que deixam o país
Estudo realizado pelo buscador de empregos Jobatus Brasil nos meses de maio e junho de 2016 revelou que 46% dos profissionais cadastrados no site têm o interesse em deixar o país.
Para comprovar esse fenômeno, a empresa fez uma pesquisa junto a órgãos governamentais brasileiros, organizações internacionais, ONGs, empresas especializadas em vistos e programas de estudo/trabalho no exterior. Os dados obtidos mostram um crescimento nos últimos anos no número de brasileiros que deixaram o país sem intenção de voltar. Só em 2016, a Receita Federal recebeu 40% a mais de declarações de saída definitiva do país, 51 declarações para cada dia de 2015, contra uma média de 36 no ano de 2014. Já o Tribunal Superior Eleitoral – TSE informou um crescimento, até junho de 2016, de 17% no número de registros de eleitores no exterior, e este número deve crescer pois não é um dado consolidado deste ano.
Eduardo Frigo, Gerente de produtos da CI – Intercâmbio e Viagem, confirma os números: “Entre 2014 e 2015 houve um crescimento de 60% nos Programas de Trabalho (AuPair, Férias e estágios). Para 2016, estimamos um aumento de 50% para os programas de Aupair”, conta o executivo.
Deborah Calazans da Immi Canadá, empresa especializada em vistos e imigração para o Canadá, aponta o crescimento. Segundo Deborah, o número de pessoas que buscam a agência cresce, mostrando um aumento de 60% de 2014 até o momento.
Especialistas e dados do governo dão pistas de uma mudança significativa no perfil dos brasileiros que deixam o país. Diferente de outros anos, percebe-se uma debandada para o exterior de profissionais altamente qualificados e muito deles com emprego estável no Brasil. Dentre os usuários do site e aqueles com interesse em deixar o país, 61% afirmaram possuir nível superior, mestrado e/ou doutorado, 63% têm emprego estável e 65% recebem mais de três salários mínimos. Para 48% deles, o item qualidade de vida está como o principal motivo para deixar o país, seguido de segurança (39%) e emprego (36%).
De acordo com Deborah Calazans a partir de 2014, o perfil dos clientes da agência, que antes era em sua maioria jovem, se tornou mais maduro, de pessoas que querem investir em algo maior, com o objetivo de alcançar a residência permanente. “Em praticamente todos os casos são casais ou famílias inteiras, as quais, muitas vezes já são bem estabilizadas no Brasil e estão em busca, principalmente, de qualidade de vida”, explica.
De acordo com estimativas populacionais das comunidades brasileiras no mundo fornecido pelo Itamaraty, em 2014 (última atualização em agosto de 2015) havia um total de 3.105.922 brasileiros vivendo no exterior, representando um aumento de 11% se comparado ao ano anterior. América do Norte com destaque para os EUA continua sendo a principal casa dos brasileiros lá fora, seguido de Europa (Portugal), América do Sul (Paraguai) e Ásia (Japão). Uma importante mudança nos últimos anos foi a entrada de países como Canadá e Austrália na lista dos mais desejados por brasileiros.
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